Propriedades biológicas da própolis e da Concanavalina-A e novas perspectivas para o uso do Glucantime em estudos com Leishmania amazonensis

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Silva, Suelen Santos da

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Resumo: A leishmaniose é uma zoonose característica de regiões tropicais e subtropicais do mundo Causada por protozoários do gênero Leishmania spp a doença pode acometer diversos animais e o homem A manifestação clínica apresentada pelos pacientes é complexa e envolve as diferentes espécies de agente etiológico e vetores relacionados com a transmissão da doença, bem como o tipo de resposta imune desenvolvida pelo hospedeiro Os fármacos de primeira escolha utilizados para o tratamento da doença são os antimoniais pentavalentes, comercializado no Brasil por nome comercial Glucantime® (antimoniato de N-metil-glucamina) Este fármaco apresenta elevada toxicidade e restrições ao seu uso por conta dos efeitos colaterais, sendo seu mecanismo de ação não totalmente compreendido As dificuldades na prevenção e tratamento da doença justificam o desenvolvimento de estudos para a busca por fármacos mais eficazes e a melhor compreensão dos mecanismos de ação do antimoniato de N-metil-glucamina Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito leishmanicida e anti-inflamatório do tratamento com extrato de própolis e, o efeito imunomodulador e leishmanicida da Concanavalina-A em modelos de infecção experimental com Leishmania amazonensis Além disso, tivemos como objetivo verificar o efeito do antimoniato de N-metilglucamina em modelo de dor inflamatória induzida por infecção com Leishmania amazonensis Quando investigada a utilização de extrato de própolis em modelos de infecção in vitro e in vivo com L amazonensis, verificamos que a amostra de própolis testada apresentou ação leishmanicida reduzindo a proliferação de formas promastigotas e redução de carga parasitária do baço em camundongos susceptíveis a infecção Além disso, em outro modelo, a mesma amostra de própolis apresentou efeito anti-inflamatório em fígado de camundongos BALB/c após infecção in vivo, reduzindo parâmetros inflamatórios como atividade de MPO e NAG, deposição de fibras de colágeno, produção de citocinas pró-inflamatórias e dos níveis de AST e ALT, onde consequentemente reverteu o quadro de hepatoesplenomegalia causado pela infecção Desta forma, os resultados aqui apresentados evidenciaram o efeito leishmanicida e anti-inflamatório da amostra de própolis coletada na região de São Paulo O efeito da Concanavalina-A foi avaliado in vitro em modelo de pré-tratamento intraperitoneal de camundongos BALB/c para posterior infecção de macrófagos peritoneais com L amazonensis Os resultados evidenciaram que o pré-tratamento (25µg/25µL, ip) com esta lectina foi capaz de imunomodular a resposta de leucócitos totais do peritônio, bem como potencializar a ação leishmanicida de macrófagos in vitro via produção de IL-1ß e espécies reativas de oxigênio Além destes achados, realizou-se um estudo para verificar a atividade do antimoniato de N-metil-glucamina na dor inflamatória frente à infecção experimental com L amazonensis O antimoniato de N-metil-glucamina (1mg/kg, ip) mostrou-se eficaz na redução da hiperalgesia em modelo de dor crônica induzido por infecção com L amazonensis e estímulo com CFA A redução da hiperalgesia foi acompanhada de redução de migração leucocitária (avaliada por MPO e NAG), bem como na redução da produção de IL-1ß e IL-6 Os dados aqui apresentados consolidam o efeito leishmanicida e anti-inflamatório do extrato de própolis e novas perspectivas para o uso da Concanavalina-A e do medicamento antimoniato de N-metil-glucamina Estes dados incentivam novos estudos para o entendimento de outros mecanismos envolvidos

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Palavras-chave

Leishmaniose, Própolis, Uso terapêutico, Leishmania, Leishmaniasis, Propolis, Therapeutic use

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