Procedimentos aversivos : divergências entre as recomendações de Skinner e de Sidman e de psicoterapeutas infantis
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Jacovozzi, Fernanda Marques
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Resumo
Resumo: Questionamentos referentes à recomendação de procedimentos de intervenção comportamental não são recentes, especialmente quando se discute a respeito de procedimentos aversivos O estudo descrito neste artigo teve como objetivo principal verificar divergências entre as recomendações de procedimentos de intervenção de livros de orientação para pais, recomendados por psicoterapeutas comportamentais infantis, e as recomendações de autores da área básica da Análise do Comportamento, quanto ao uso de procedimentos aversivos de intervenção comportamental Considerando-se que B F Skinner e M Sidman fundamentam a maioria das análises de autores na área de psicoterapia comportamental infantil, eles foram eleitos para serem analisados neste estudo O estudo foi dividido em dois passos No primeiro foi realizado um levantamento, junto à bibliografia da área básica em Análise do Comportamento, relativo às posições dos dois autores eleitos que discutem a respeito da recomendação de procedimentos de intervenção fundamentados no controle aversivo No segundo passo, foram examinados os procedimentos comportamentais de intervenção que são recomendados nos livros de orientação para pais mais indicados por psiterapeutas comportamentais infantis Foram examinados os quatro livros mais indicados por 32 terapeutas infantis, que responderam a um questionário (enviado a 5 psicoterapeutas) As posições gerais de Skinner e de Sidman já são bastante conhecidas: eles não recomendam procedimentos aversivos e, em seu lugar, recomendam o uso de reforço positivo No entanto, Sidman mostrou-se mais rigoroso em suas restrições, pois, enquanto Skinner centra suas críticas à punição e recomenda o uso de extinção, Sidman estende suas restrições, também, ao uso do reforço negativo e da extinção Ambos os autores fundamentam-se no fato de que procedimentos aversivos produzem subprodutos indesejáveis, especialmente os de ordem emocional No exame dos quatro livros de orientação para pais mais recomendados pelos psicoterapeutas comportamentais infantis verificou-se que, além do uso de procedimentos pautados no reforço positivo, há a indicação de procedimentos que são fundamentados no controle aversivo Destacou-se a indicação do procedimento de seguir regras que inclui a punição negativa e a recomendação do time-out (por dois dos livros consultados) que fundamenta-se tanto na punição negativa quanto na punição positiva Tais procedimentos são recomendados pelos autores dos livros de orientação para pais com a argumentação de que os mesmos podem contribuir para diminuir a freqüência de comportamentos indesejáveis e produzir efeitos desejáveis a longo prazo sem resultar em subprodutos indesejáveis Tanto os autores dos livros de orientação para pais, quanto Skinner e Sidman, não recomendam a punição física ou o castigo corporal, sob hipótese alguma, por seus subprodutos indesejáveis e por serem contra a ética geral dos direitos humanos Comparando-se, então, a posição destes dois autores da área básica com a posição dos autores dos livros de orientação para pais mais indicados, pode-se dizer que enquanto Skinner e Sidman restringem ao máximo a recomendação de procedimentos aversivos, autores dos livros de orientação para pais recomendam o procedimento de seguir regras e o de time-out, ambos considerados uma forma de punição, conforme definições da área básica
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Palavras-chave
Análise do comportamento, Psicoterapia infantil, Reforço (Psicologia), Punição (Psicologia), Controle aversivo (Psicologia), Behavioral analysis, Reinforcement (Psychology), Child psychotherapy, Punishment (Psychology)