Avaliação de marcadores sanguíneos na doença de Parkinson e verificação da ação antioxidante in vitro de antiparkinsonianos
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Farias, Carine Coneglian de
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Resumo
Resumo: A doença de Parkinson (DP) é caracterizada pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos na substância negra pars compacta no cérebro O estresse oxidativo contribui para essa degeneração neuronal através de danos a lipídeos, proteínas e ao DNA com subsequente morte celular Atualmente, a DP tem apenas tratamento sintomático e ainda nada pode ser feito para interromper o processo degenerativo O objetivo desse trabalho foi avaliar marcadores pró-oxidantes, antioxidantes, bioquímicos e imunológicos nos pacientes com DP e a possível ação antioxidante in vitro de algumas drogas de escolha para o tratamento dessa doença A população desse estudo consistiu de 56 pacientes com Parkinson recrutados do Ambulatório de Neurologia no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina O Parkinson foi diagnosticado seguindo os critérios do banco de cérebros da sociedade de Parkinson do Reino Unido e da escala de Hoehn and Yahr Apenas pacientes nos estágios 1-3 foram incluídos dentre os 5 estágios dessa classificação O grupo controle consistiu de 56 indivíduos saudáveis e, para obter grupos homogêneos, parâmetros como idade, gênero e etnia foram controlados Os marcadores bioquímicos e imunológicos avaliados foram ácido úrico, colesterol total, lipoproteínas de densidade baixa (LDL), lipoproteínas de densidade alta (HDL), triglicérides, glicose, ureia, creatinina, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), ferritina, ferro e proteína C reativa (PCR) O estresse oxidativo foi avaliado pela determinação da capacidade antioxidante total do plasma (TRAP), níveis de grupamentos sulfidrila (SH), atividade antioxidante das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e atividade da paraoxonase 1 (PON-1), dosagem dos níveis de malondialdeído (MDA), metabólitos do óxido nítrico (NOx), hidroperóxidos lipídicos por espectrofotometria (FOX-LOOH), hidroperóxidos lipídicos por quimiluminescência (QL-LOOH) e produtos avançados de oxidação proteica (AOPP) Foi avaliada também a capacidade antioxidante in vitro dos medicamentos selegilina, pramipexol e amantadina através do burst respiratório, capacidade doadora de átomos de hidrogênio ao radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH•), capacidade removedora do radical 2,2'-azino-bis (ácido 3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico) (ABTS+) e poder antioxidante redutor férrico (FRAP) Os pacientes com DP apresentaram aumento significativo de ferritina e diminuição da AST em comparação com os controles Os outros parâmetros (ácido úrico, colesterol total, LDL, HDL, triglicérides, glicose, ureia, creatinina, ALT, ferro e PCR) não foram significativamente alterados Pacientes com DP apresentaram aumento significativo do estresse oxidativo no sangue como indicado pelo QL-LOOH, FOX-LOOH e MDA AOPP e os níveis de NOx não foram diferentes de forma significativa entre os grupos Em relação à capacidade antioxidante, os pacientes mostraram menor atividade de catalase e maior atividade de SOD TRAP, SH e PON-1 não foram significativamente alterados Os resultados confirmam uma condição de estresse oxidativo em pacientes com DP e que esta pode ser avaliada por biomarcadores no sangue Aparentemente, a ferritina, um biomarcador bioquímico, sugere estar alterada na DP Esse estudo também demonstrou que os medicamentos pramipexol e selegilina, mas não amantadina, possuem efeitos antioxidantes in vitro, sugerindo possíveis mecanismos neuroprotetores além de outros já conhecidos
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Palavras-chave
Parkinson, Doença de, Estresse oxidativo, Antioxidantes, Cérebro, Doenças, Parkinson's disease, Oxidative stress, Brain, Antioxidants, Diseases