Efetividade do tratamento antirretroviral de pessoas vivendo com HIV/AIDS nas macrorregiões Norte e Leste do estado do Paraná

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Vogler, Ingridt Hildegard

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Resumo: Introdução: O Ministério da Saúde do Brasil estima que, aproximadamente, ,39% da população brasileira encontra-se infectada pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) O tratamento com medicamentos antirretrovirais é gratuito, garantido por lei e viabilizado pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais Este órgão desenvolveu uma logística nacional para a distribuição de medicamentos antirretrovirais e para o monitoramento laboratorial do tratamento de pacientes diagnosticados com o HIV-1 A cascata de cuidados é a ferramenta de avaliação das etapas de cuidado em HIV, sobretudo no que se refere ao diagnóstico da infecção, ao uso de terapia antirretroviral (TARV) e à supressão viral, que constituem o foco da Meta 9-9-9 proposta pela UNAIDS para o combate da epidemia Objetivo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a efetividade do tratamento antirretroviral em indivíduos vivendo com HIV/Aids nas macrorregiões Norte e Leste do Estado do Paraná Material e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com coleta retrospectiva de dados sociodemográficos e dos resultados da contagem de linfócitos T CD4+ e carga viral do HIV-1 dos pacientes atendidos no período de 212 a 215 O levantamento dos dados foi realizado pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) que disponibiliza informações dos pacientes como sexo, idade, local de residência, grau de escolaridade e o histórico de exames laboratoriais para monitoramento da terapia antirretroviral A efetividade da TARV foi avaliada em três abordagens diferentes: a cascata de cuidados, a frequência de resposta imunológica e/ou virológica nos municípios de pequeno, médio e grande porte e a estabilização da resposta imunológica em indivíduos com supressão virológica Resultados: Foram incluídos um total de 416, 4651, 4876 e 53 pacientes vinculados no cuidado continuo do HIV-1 nos anos de 212 a 215, respectivamente, considerando flutuações anuais devido a entrada de novos casos pelo diagnóstico ou migração e a saída por óbito ou migração de pacientes para outras localidades A frequência de indivíduos retidos em cuidado mostrou uma tendência de estabilização na faixa de 81,7% a 86,9% no período Entre os indivíduos vinculados no cuidado, verificou-se um aumento progressivo no número de pacientes que faziam uso de TARV de 69,9% (212) para 78,4% (215), e na taxa de supressão viral de 5,2% (212) para 57,1% (215) Considerando apenas os indivíduos em uso de TARV, a frequência de supressão viral manteve-se estável na faixa de 66,4% a 72,8% Mulheres, individuos mais velhos e aqueles diagnosticados há mais tempo apresentaram melhores taxas de retenção no cuidado, uso de TARV e supressão viral Em pacientes em uso de TARV, a frequência das respostas imunológica, virológica e completa foi de 72,7%, 68,2% e 57,1%, respectivamente Estas mesmas frequências apresentaram níveis mais baixos entre os indivíduos vivendo em municípios de pequeno porte e foram de 69,8%, 64,6% e 53,%, respectivamente Nas cidades de pequeno porte, os pacientes apresentaram maior chance de ser do sexo feminino, de ter baixa escolaridade e de ter sido diagnosticado há seis anos ou mais, quando comparado aos municípios de grande porte Em indivíduos em uso de TARV que realizaram exames de monitoramento nos quatro anos de estudo e que foram classificados como apresentando resposta virológica sustentada, não sustentada e não-resposta, a frequência de resposta imunológica persistentemente acima de 35 células/µL foi de 94,1%, 81,8% e 71,9%, respectivamente A chance de um indivíduo que apresentou resposta virológica sustentada e contagem inicial de linfócitos T CD4+ acima de 35 células/µL manter este limiar nos próximos três anos foi 39 vezes maior quando comparado a indivíduos com contagem inicial inferior a 35 células/µL Indivíduos do sexo feminino e indivíduos adultos jovens com idade entre 15-29 anos apresentaram maior chance de pertencer aos grupos de respondedores virológicos não-sustentados e não-respondedores, quando comparado ao grupo de respondedores virológicos sustentados Conclusão: O presente estudo demonstrou um panorama do monitoramento do tratamento de pacientes com HIV-1 em parte da rede pública do Estado do Paraná no período de 212 a 215, com boas taxas de retenção em cuidados, uso de TARV e supressão viral A frequência das respostas imunológica, virológica e completa apresentou-se em níveis significativamente mais baixos entre indivíduos vivendo em municípios de pequeno porte Os resultados mostraram aumento no uso da TARV no período, mas ainda é necessário melhorar as taxas de supressão virológica Ficou comprovado que a contagem de linfócitos T CD4+ pode ser descontinuada para indivíduos com resposta imunológica superior a 35 células/µL e carga viral indetectável O reconhecimento das nossas diferenças sociodemográficas deve suscitar ferramentas para a implementação de ações que permitam corrigir os rumos em busca das metas 9-9-9 em nossa população

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Palavras-chave

AIDS (Doença), Tratamento, Infecções por HIV, Paraná, Terapia antirretroviral, AIDS (Disease), HIV (Viruses) infections - Paraná, Antiretroviral therapy, Treatment

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