01 - Doutorado - Análise do Comportamento
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Navegando 01 - Doutorado - Análise do Comportamento por Assunto "Ciências Biológicas - Biologia Geral"
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Item História da análise do comportamento brasileira: a multiplicidade temática como guia historiográfico(2024-09-13) Guimarães, Renan Kois; Melo, Camila Muchon de; Miranda, Rodrigo Lopes; Cruz, Robson Nascimento da; Kienen, Nádia; Pompermaier, Henrique Mesquita; Strapasson, Bruno AngeloA compreensão da História da Análise do Comportamento por meio dos objetos investigados é uma proposição dentre diversas outras possibilidades de análise historiográfica. Tendo isso em vista, o objetivo desta tese foi defender a multiplicidade temática como diretriz historiográfica para a Análise do Comportamento. Para tanto, dois capítulos foram formulados. O primeiro deles, de caráter metodológico, apresenta um Guia Temático para a produção e leitura de textos históricos analítico-comportamentais, composto por 11 categorias temáticas, sendo elas História de Pessoas, História de Conceitos, História de Instituições, História de Disciplinas, História de Tópicos de Pesquisa, História de Eventos, História de Processos Sociais, História de Métodos, História de Aparatos, História de Textos e História de Debates. No segundo capítulo, com um caráter mais prático, o Guia Temático foi aplicado a uma amostra da literatura, tendo o objetivo de caracterizar a literaura sobre a história da Análise do Comportamento brasileira em diferentes temáticas e discutir as implicações dessa multiplicidade como diretriz historiográfica. Como resultado, uma narrativa é apresentada nesse capítulo, organizada por meio das temáticas delimitadas no capítulo anterior. A análise da historiografia contempla uma diversidade de objetos mencionados, sendo alguns deles investigados de forma mais específica, enquanto outros são apenas citados tangencialmente. As categoriais temáticas mais sobressalentes foram Histórias de Pessoas, Histórias de Tópicos de Pesquisa, Histórias de Instituições, Histórias de Disciplinas e Histórias de Métodos. Das pessoas mais biografadas, ressaltam-se Carolina Marstuscelli Bori, João Cláudio Todorov e Fred Simmons Keller. Além disso, um tema recorrente é a História de Eventos, sobretudo direcionado à institucionalização da área na década de 1960, contemplando principalmente o Curso de Keller em 1961 e o Plano de Brasília. A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que a multiplicidade temática possibilita uma compreensão mais ampla da história da Análise do Comportamento brasileira.Item Timeout: suspensão do reforço como estímulo aversivo(2024-08-22) Tsutsumi, Myenne Mieko Ayres; Costa, Carlos Eduardo; Filgueiras, Guilherme Bracarense; Soares Filho, Paulo Sérgio Dillon; Banaco, Roberto Alves; Murari, Silvia CristianeUm dos principais desafios enfrentados nas intervenções analítico-comportamentais é a modificação de comportamentos de difícil manejo (e.g., agressão, autolesão e estereotipias). A redução imediata desses comportamentos é urgente e, dentre as estratégias utilizadas está o procedimento de punição. No entanto, a sua utilização é polêmica. A utilização de timeout (TO) tem sido um procedimento amplamente aceito como uma saída para a substituição de outros tipos de estímulos punidores por conta da sua efetividade em suprimir o responder sem aparentemente causar danos físicos e emocionais. No entanto, exceto pela noção de que o TO é um período sinalizado de suspensão do reforço, não há na literatura uma definição consensual a respeito do conceito de TO nem em relação a quais procedimentos o caracterizariam. Os dois primeiros experimentos do presente trabalho tiveram como objetivo avaliar o efeito da apresentação contingente e intermitente de um estímulo discriminativo negativo (S-), correlacionado com um período de extinção, sobre o responder de humanos mantido por liberação de pontos. Nos Experimentos 1 e 2 havia três componentes VI 15 s EXT VI 15 s. Na fase de teste, sobreposto ao VI 15 s de ganho, havia a ocorrência do S- contingente em VI 7 s no Experimento 1 e em FR 5 no Experimento 2. Para o Experimento 1, de modo geral, os resultados mostraram que, mesmo com a taxa de reforço controlada entre fases, houve bastante variabilidade no responder dos participantes e pouco ou nenhum efeito supressivo da ocorrência do S- contingente para a maioria dos participantes. Para o Experimento 2, a análise de dados permitiu verificar que, ainda com a taxa de reforço estivesse controlada, os resultados foram consistentes em mostrar que, após a introdução do S- contingente, houve redução nas taxas de respostas para todos os participantes. O Experimento 3 teve como objetivo investigar o uso de um período sinalizado de suspensão do reforço (TO) apresentado de forma contingente e intermitente. No Experimento 3, os participantes somente tinham contato com o componente VI 15 s e, na fase de teste, em VR 5 ocorria o TO. Houve redução na taxa de respostas para dois dos três participantes deste Experimento tanto na primeira quanto na segunda fase de teste. Discute-se que um estímulo discriminativo correlacionado com extinção apresenta efeitos supressivos quando apresentado contingente a uma resposta e programado para ocorrer em um esquema de razão, sendo fixo ou variável; que este estímulo funciona tal como estímulos punidores condicionados, mas não foi possível comparar os estímulos utilizados nos experimentos da presente pesquisa pois apresentaram configurações diferentes; que o impedimento ou a permissão de se comportar durante o período de extinção não pareceu ter efeito sobre a o resultado de redução das taxas de respostas; que, apesar de ter sido importante nos Experimentos 1 e 2, o treino discriminativo (TD) pareceu não ser determinante no efeito supressivo encontrado; que o controle da taxa de resposta é importante; e que as variações nas taxas de respostas encontradas em todos os participantes talvez estejam relacionadas com a história extra.Item Uma história pouco contada: resgatando debates críticos sobre terapias de reorientação sexual na análise do comportamento na década de 1970(2024-09-27) Maio, Taimon Pires; Lopes, Carlos Eduardo; Melo, Camila Muchon de; Laurenti, Carolina; Ferraza, Daniele de Andrade; Leugi, Guilherme BergoNa década de 1970, algumas práticas de analistas do comportamento foram acusadas de violarem direitos humanos. Essa polêmica ressurgiu recentemente quando um editorial do Journal of Applied Behavior Analysis (JABA) justificou a recusa pela retratação de um artigo publicados nos anos 1970, que descrevia um procedimento de reorientação sexual, argumentando que na época o procedimento não era considerado antiético. Ao mesmo tempo, há evidências de que na década de 1970 já havia resistência às terapias de reorientação sexual, uma vez que foi justamente nesse período que a homossexualidade foi retirada do DSM. Partindo desse embate, este trabalho teve o objetivo de resgatar dois debates críticos sobre terapias de reorientação sexual protagonizados por analistas do comportamento na década de 1970. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa histórica, cujas fontes foram recuperadas de duas fontes. 1) um relatório da American Psychology Association sobre os procedimentos de reorientação sexual entre os anos de 1960 a 2007; e 2) uma revisão da literatura dos estudos publicados no JABA sobre a temática. A partir desses documentos chegou-se aos trabalhos de autores críticos da temática, bem como de réplicas publicadas em resposta aos autores, o que permitiu resgatar dois debates sobre o tema ocorridos nos anos 1970. A análise das fontes e dados históricos dos autores, levou a definição de dois protagonistas: G. C. Davison e R. Winkler. Como resultado, no primeiro debate, inicialmente Davison dirigiu críticas às falhas teórico-metodológicas de pesquisas com homossexuais, tornando-se gradualmente mais crítico de aspectos ético-políticos envolvidos nas práticas de reorientação sexual. Davison discute a negligência da Análise do Comportamento sobre o tema e a frágil adesão aos princípios teórico-filosóficos na atuação de terapeutas comportamentais com homossexuais. No segundo debate, Winkler dirigiu suas críticas aos problemas éticos de um estudo clássico de reorientação sexual com uma criança publicado no JABA por Rekers e Lovaas em 1974, discutindo sobre a impossibilidade de uma ciência isenta de valores e ao seu papel na manutenção do status quo. As réplicas sofridas pelos autores caracterizaram-se pela defesa da neutralidade científica e da voluntariedade do paciente como critério decisivo para a oferta de procedimentos de reorientação sexual. Concluí-se que nos anos 1970 já havia resistência de analistas do comportamento a terapias de reorientação sexual, e que recusar esse fato pode ser considerado uma forma de apagamento histórico com graves consequências ético-políticas na área.Item Violência sexual no contexto universitário: uma perspectiva comportamentalista radical feminista(2024-09-23) Morais, Amanda Oliveira de; Laurenti, Carolina; Oshiro, Claudia Kami Bastos; Tatmatsu, Daniely Ildegardes Brito; Kienen, Nádia; Gallo, Alex EduardoEsta tese apresenta o desenvolvimento de aspectos teóricos que fundamentam a compreensão sobre a violência sexual em uma perspectiva comportamentalista radical feminista (Prólogo), uma investigação empírica sobre o contexto universitário e a ocorrência de agressões sexuais (Estudo 1), e uma proposta de intervenção baseada nos resultados e discussão sobre essa realidade (Estudo 2). O objetivo do Estudo 1 foi apresentar um panorama sobre a ocorrência de violência sexual em um ambiente universitário e sobre questões de segurança, serviços e direitos relacionados a essa prática. Foi realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa. Um questionário adaptado foi respondido por 185 estudantes e 43 docentes de uma universidade do norte do Paraná. Mulheres, pessoas não heterossexuais e estudantes relataram vivenciar mais violências em comparação com homens, heterossexuais e docentes, respectivamente, sendo essa diferença significativa. Efeitos relacionados às violências vivenciadas estiveram envolvidos com uso de medicamentos psiquiátricos, tratamento psicológico, perda de prazos, faltas e afastamentos em relação ao ambiente acadêmico. As(os) participantes indicaram baixa confiabilidade nas ações institucionais sobre a temática, desconhecimento dos direitos e procedimentos em situações de violência sexual, e baixa confiabilidade de que procedimentos adequados seriam tomados em relação às denúncias, principalmente na avaliação das mulheres e estudantes. A hierarquia entre membros da academia, objetificação feminina em eventos universitários, controle ético sexista, padrões de gênero e de relacionamentos íntimos, ausência de políticas e inação institucional foram identificados como aspectos relevantes do ambiente social atuando como contexto de práticas sexualmente violentas e práticas de ocultamento dessa realidade. Consequências culturais como subnotificação, recorrência das agressões, evasão de espaços acadêmicos ou permanência em situação de opressão, culminam na manutenção da dominação masculina na universidade. Nesse contexto, toda comunidade acadêmica deve aprender a oferecer suporte aos relatos de violência sexual, visto que os incidentes são relatados, principalmente, para amigas(os). O Estudo 2 visou elaborar e avaliar a eficácia de um treino em vídeo para o aprendizado de comportamentos de acolhimento, apoio e orientação sobre serviços e direitos como respostas adequadas a relatos de violência sexual na universidade, aplicado a estudantes. Foram confeccionados dois materiais para ensino: um vídeo ilustrado contendo informações e instruções sobre violência sexual e sobre como acolher, apoiar e orientar alguém que relata uma violência sexual e um vídeo-modelo contendo encenações de relatos de agressões sexuais e modelos de como acolher, apoiar e orientar. Para verificar a eficácia desses materiais, foi realizado um experimento de delineamento de caso único com linha de base múltipla entre comportamentos com duas estudantes. A exposição ao vídeo informativo e instrucional promoveu o aumento de ações relacionadas aos comportamentos de interesse, e a exposição ao vídeo-modelo tornou as ações de acolhimento, apoio e orientação mais próximas aos modelos. Discutimos que pesquisas futuras realizem ajustes no vídeo-modelo e na mensuração dos resultados. Consideramos que o desenvolvimento de aspectos teóricos e empíricos sobre a temática abordada por diferentes áreas de conhecimento em intersecção com o Comportamentalismo Radical e a Análise do Comportamento fortalece tanto o campo de pesquisas e enfrentamento à violência sexual quanto enriquece nossa teoria e práxis.