CESA - CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS
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Navegando CESA - CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS por Autor "Aguiar, Juliana Camargo de"
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Item O campo ISE B3 : narrativas documentais analisadas à luz da sociologia bourdieusianaAguiar, Juliana Camargo de; Borim-de-Souza, Rafael [Orientador]; Munck, Luciano; Dias, Bárbara GalleliResumo: A presente pesquisa tem o objetivo de descrever, a partir de orientações estabelecidas pela sociologia bourdieusiana, o ISE B3 (Índice de Sustentabilidade Empresarial) como um campo Para isso, parte-se do pressuposto de que investimentos socialmente responsáveis representam um dos setores que mais cresce no mercado financeiro, sendo o ISE um caso único no contexto latinoamericano A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável foram apontados como termos com fragilidade conceitual que estão em uma disputa semântica e ideológica em prol dos interesses de grupos específicos A relação entre ISE e sustentabilidade se justifica à medida que o ISE tem a função de incentivar as práticas organizacionais e legitimá-las enquanto sustentáveis Dessa forma, o conceito de campo é utilizado como aparato conceitual, relacionalmente apresentado a partir da tríade bourdieusiana composta por campo, habitus e capitais O campo permite a reconstrução das relações objetivas que se dão em um espaço específico com leis próprias de funcionamento, com maior ou menor grau de autonomização em relação ao macrocosmo, permitindo a identificação de estruturas e agentes, propriedades valorizadas no campo e as disposições incorporadas Com isso, pretende-se obter uma análise reflexiva e relacional que demonstram as principais práticas de sustentabilidade incentivadas pelo campo, bem como seu direcionamento se dá Para isso, a pesquisa de natureza aplicada se caracterizou como qualitativa descritiva e se utilizou da análise de narrativas a partir dos documentos que são publicados e disponibilizados pelo próprio ISE para acesso ao campo Como resultado, foi possível identificar três diferentes períodos históricos do ISE, em que possui grandes mudanças em seus objetivos estratégicos e em seus direcionamentos sobre a sustentabilidade Estruturas e agentes foram mapeados de acordo com os três períodos, demonstrando que a força de algumas estruturas se intensifica ao longos dos 16 anos de existência do ISE Foram identificados oito principais propriedades valorizadas, compreendidas como capitais: capital econômico, social, cultural, científico, linguístico, tecnológico, do campo e simbólico Na movimentação entre os capitais e a atuação de agentes e estruturas, identifica-se que o habitus do ISE, como as disposições que o campo fornece como engendramento de esquemas práticos para ação, se obtém a partir do incentivo de melhorias incrementais por suas ferramentas e instrumentos de sustentabilidade; da monetização das relações sociais e ambientais; da padronização de práticas e dimensões de sustentabilidade a partir de modelos internacionais; isomorfismo das métricas de sustentabilidade como forma de incentivar padrões de comparação e; uso de tecnologias para coletas de informações e comparações a nível global Como considerações finais, aponta-se que os princípios do desenvolvimento sustentável que incentivam o business as usual estão presentes ao longo da história do ISE B3, que acaba vinculado à ordem internacional de nomeação sobre as práticas de sustentabilidade, demonstrando o forte domínio do mercado financeiro nas relações locais