01 - Doutorado - Saúde Coletiva
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Navegando 01 - Doutorado - Saúde Coletiva por Autor "Balboa-Castillo, Teresa"
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Item Associação entre o consumo de álcool e aspectos relacionados ao sono(2024-02-26) Sirtoli, Rafaela; Guidoni, Camilo Molino; Durán González, Alberto; Rodrigues, Renne; Balboa-Castillo, Teresa; Miguel, Miriam Garrido; Mesas, Arthur EumannO consumo de álcool permeia toda a história da humanidade, mas o uso nocivo desta substância tem se associado a diversas alterações fisiológicas, como transtornos relacionados ao sono. Embora muito tenha se investigado a respeito do tema, ainda existem lacunas a respeito da influência de características biológicas e sociais em relação a essa associação. Objetivo: Investigar a associação entre o consumo de álcool e o sono em adultos. Métodos: tese de doutorado elaborada em modelo escandinavo, originando dois artigos científicos como resultados. O primeiro artigo é uma revisão sistemática da literatura com metanálise a respeito da associação entre cronotipo e consumo de álcool. Realizou-se uma busca sistemática de estudos observacionais em cinco bases de dados: PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane Library e PsycINFO. Modelos de efeitos aleatórios foram utilizados para estimar a odds ratio conjunta (OR) e IC95% de consumo de álcool de acordo com o cronotipo. A revisão foi elaborada de acordo com as recomendações do Meta-analysis of Observational Studies in Epidemiology (MOOSE) e do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O segundo artigo é um estudo quantitativo, com dados primários de três bancos de dados de grupos de pesquisa do Brasil, Chile e Espanha. Modelos de regressão logística foram elaborados para analisar de forma independente a associação entre risk of alcohol-related problems (RARP) e qualidade e duração de sono nos bancos de dados dos três países. Com base nos resultados dos modelos ajustados de cada país, os valores de cada OR e seus respectivos IC95% foram transformados em escala logarítmica, para possibilitar o cálculo da OR conjunta (p-OR) e IC95%. Resultados: No primeiro artigo, um total de 33 estudos envolvendo 28.207 indivíduos foram incluídos na revisão sistemática. De forma geral, os indivíduos vespertinos apresentaram maior frequência e volume de consumo de álcool, quando comparados aos indivíduos de outros cronotipos. Ainda, uma metanálise de 13 estudos evidenciou que indivíduos com cronotipo vespertino apresentam uma chance 41% maior de consumir álcool do que aqueles com outros cronotipos (OR: 1.41; IC95%: 1.16–1.66). No segundo artigo, 1.830 estudantes foram incluídos na análise (31,2% brasileiros, 42,2% chilenos e 26,6% espanhois). De forma geral, 25,0% dos estudantes foram classificados com RARP intermediário, enquanto que 9,9% apresentaram RARP alto. Na análise conjunta dos três países, RARP intermediário a alto se mostrou associado a qualidade de sono subótima (p-OR: 1.24; IC95%: 1.00-1.52). Frequência de consumo de álcool não se mostrou associada à qualidade ou duração do sono. Conclusão: O cronotipo vespertino e uma qualidade subótima do sono estão associados ao consumo de álcool. Acredita-se que, devido ao fato de pessoas com cronotipo vespertino apresentarem uma menor quantidade e qualidade do sono, há um aumento da impulsividade e da propensão ao risco, resultando na adoção de comportamentos não saudáveis, e, dentre eles, o consumo de álcool. Em contrapartida, indivíduos com risco de problemas relacionados ao álcool também apresentam uma menor qualidade subjetiva de sono.Item Associação entre parâmetros do sono e atividade física, dor crônica musculoesquelética e tratamentos não farmacológicos da fibromialgia(2024-04-29) Santos, Mayara Cristina da Silva; Mesas, Arthur Eumann; Andrade, Selma Maffei de; Dellaroza, Mara Solange Gomes; Moura, Felipe Arruda; Balboa-Castillo, TeresaIntrodução: Os problemas relacionados ao sono têm consequências para a saúde individual e para os serviços de saúde. Estão potencialmente relacionados com a etiologia e a cronificação da dor musculoesquelética e da fibromialgia. A manutenção ou mudanças de certos comportamentos e tratamentos não farmacológicos podem auxiliar na prevenção e controle desses desfechos. No entanto, não está clara a direção da associação entre os problemas relacionados com o sono e a dor crônica, assim como a influência de tratamentos não farmacológicos da dor e as consequências na qualidade do sono. Objetivo: Investigar a associação entre os parâmetros do sono e a atividade física, a dor crônica musculoesquelética e os tratamentos não farmacológicos para fibromialgia em adultos. Objetivos específicos: 1) Analisar a associação entre a prática de atividade física no tempo livre (AFTL) e a qualidade do sono em estudantes universitários; 2) Sintetizar a evidência científica sobre as associações bidirecionais prospectivas entre problemas relacionados com o sono e dor crônica musculoesquelética; e 3) Sistematizar a evidência científica acerca dos efeitos de tratamentos não farmacológicos da fibromialgia sobre parâmetros do sono. Métodos: Os objetivos específicos foram contemplados na forma de três estudos, com resultados e discussões abordados separadamente. O objetivo 1 foi contemplado na forma de um estudo transversal da relação entre atividade física no tempo livre e qualidade do sono. Um questionário online foi aplicado em estudantes de uma universidade pública do sul do Brasil em 2019. Modelos estatísticos de regressão logística e análise de covariância foram desenvolvidos e ajustados por fatores de confusão. Para contemplar o objetivo 2, foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise de estudos de coorte disponíveis nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, PsycINFO e Cochrane Library desde seu início até 19 de julho de 2022. As diretrizes da guia Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology foram rigorosamente seguidas. Por fim, o objetivo 3 foi contemplado na forma de uma revisão sistemática de estudos experimentais e quase-experimentais disponíveis nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, PsycINFO e Cochrane Library, desde seu início até 05 de novembro de 2023. As recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses for Protocols foram fielmente observadas. Resultados: Objetivo 1) Foram analisados 2.626 estudantes universitários. Nas análises ajustadas, praticar AFTL de 4 a 7 vezes/semana associou-se com menor probabilidade de má qualidade do sono (odds ratio, OR=0,71; intervalo de confiança, IC 95%=0,52–0,97) em comparação com não praticar AFTL. Ademais, aqueles que praticavam AFTL tiveram médias significativamente menores nas pontuações do Pittsburgh Sleep Quality Index global, duração e qualidade subjetiva do sono, e pontuações de disfunção diurna comparado com os que não praticavam AFTL. Objetivo 2) Dezesseis estudos, com um total de 153.187 indivíduos, foram incluídos na meta-análise. Indivíduos com problemas relacionados ao sono (PRS) no baseline apresentaram incidência 1,79 vezes maior (OR=1,79; IC 95%=1,55–2,08; I2=84,7%; p<0,001) e persistência 2,04 vezes maior (OR=2,04; IC 95%=1,42–2,94; I2=88,5%; p<0,005) de dor crônica musculoesquelética (DCME) do que aqueles sem PRS. Por outro lado, indivíduos com DCME no baseline apresentaram incidência 1,83 vezes maior de PRS (OR=1,83; IC 95%=1,49–2,26; I2=89,4%; p<0,001) do que aqueles sem DCME. Objetivo 3) Noventa e cinco estudos experimentais e quase-experimentais com um total de 6.137 adultos com idade média de 48,7 anos foram incluídos. Os parâmetros do sono foram avaliados em 45,3% dos estudos com o Pittsburgh Sleep Quality Index. O tempo médio de acompanhamento da intervenção foi de 8,7 semanas. Entre os 91 artigos com indivíduos subdivididos por grupos, 11,1% foram alocados na intervenção ou terapia cognitiva comportamental, 10,9% eletroestimulação craniana ou transcraniana ou transcutânea, 5,4% exercícios aeróbicos, 4,3% Tai Chi e 4,3% mindfulness. Entre os 35 artigos que contemplam as intervenções predominantes, 65,7% apresentaram melhora significativa nos parâmetros do sono comparado com os alocados nos grupos controle (p<0,05). Conclusões: Em síntese, em grupos populacionais específicos, como o de estudantes universitários, a prática de AFTL pode contribuir para a melhor qualidade do sono. Evidências robustas reforçam a associação longitudinal entre PRS e incidência e persistência de DCME em adultos, assim como estudos prospectivos suportam a existência de uma relação bidirecional entre DCME e PRS. Por fim, a evidência disponível sugere que tratamentos não farmacológicos para a fibromialgia podem resultar em uma melhora do sono em adultos.