01 - Doutorado - Ciências Biológicas
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Navegando 01 - Doutorado - Ciências Biológicas por Autor "Augusto, Solange Cristina"
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Item As abelhas das orquídeas da Ilha do Superagui : Uma abordagem ecológica e molecularGiangarelli, Douglas Caldeira; Sofia, Silvia Helena [Orientador]; Augusto, Solange Cristina; Garófalo, Carlos Alberto; Ribeiro, José Eduardo Lahoz da Silva; Júlio, Carlos Eduardo de AlvarengaResumo: As abelhas da tribo Euglossini formam um grupo distinto dentro da família Apidae, por apresentar particularidades restritas a esta tribo, como a coleta de fragrâncias em fontes florais e não-florais, realizadas por seus machos O grupo mostra forte associação de seus machos com flores de orquídeas, sendo a tribo popularmente conhecida como abelhas das orquídeas Em áreas de Mata Atlântica localizadas no sul do Brasil, os estudos com este grupo de abelhas ainda são escassos Visando contribuir para um maior conhecimento das comunidades de Euglossini presentes em latitudes sul acima de 25o, onde apenas uns poucos estudos foram realizados até o presente, este trabalho teve como objetivo estudar as comunidades de Euglossini de duas fitofisionomias de Mata Atlântica, Floresta Ombrófila Densa (FOD) e Restinga, da Ilha do Superagui (IS) Outro objetivo deste trabalho foi comparar a comunidade destas abelhas amostradas na área de FOD da IS com os resultados obtidos em um outro estudo realizado em uma reserva particular localizada no continente e cerca de 24 km da IS Além disto, outro foco de interesse foi o de analisar as similaridades nas escolhas de fragrâncias e amplitude e sobreposição de nichos de diferentes espécies na busca por tais fragrâncias artificiais Além desta abordagem ecológica, este estudo analisou as frequências de machos diploides de diferentes espécies de Euglossini, incluindo entre estas duas espécies amostradas na IS, para avaliar possíveis variações nas frequências de ocorrências destes machos em populações de ambientes mais e menos preservados O estudo da IS foi realizado entre Nov/211 e Mar/214 Contudo, as amostragens na área de Restinga tiveram início um ano mais tarde (Nov/212) e se estenderam até Mar/214 Assim, foram realizadas 1 coletas mensais na Restinga e 15 na área de FOD Para as amostragens foram utilizadas iscas-odores de oito fragrâncias químicas para a atração de machos euglossíneos Estes foram coletados com armadilhas e rede entomológica Os principais resultados foram: a) nas dez amostragens realizadas simultaneamente nas áreas de FOD e Restinga da IS, foram capturados 266 machos, de quatro gêneros e 13 espécies de Euglossini na área de FOD Euglossa stellfeldi e Euglossa annectans foram as duas espécies mais abundantes nesta fitofisionomia Na Restinga foram coletados 64 machos, pertencentes a três gêneros e oito espécies Nesta fitofisionomia Euglossa cordata e Euglossa stellfeldi foram as espécies mais abundantes Considerando-se riqueza, abundância e dominância de espécies, os dois tipos de fitofisionomias da IS diferiram significativamente na estrutura das comunidades destas abelhas; b) a comparação das comunidades de Euglossini das áreas de FOD da IS e da reserva no continente mostraram uma fauna muito similar, mas revelando estruturas distintas em termos de dominância de espécies; c) nos três anos de amostragens, realizadas durante a estação quente-úmida na área de FOD da IS, foram coletados 378 machos de 13 espécies Euglossa annectans foi a espécie que mostrou maior diversidade no conjunto vii tde fragrâncias exploradas e maior amplitude de nicho em relação às outras três espécies mais abundantes na área estudada Euglossa roderici foi a espécie que mostrou a menor sobreposição de nicho e similaridade na exploração das fragrâncias disponíveis; d) em relação às análises iinéticas, os resultados revelaram que as frequências de machos diploides mantiveram-se abaixo de 1%, para cinco das seis espécies estudadas, entretanto, em três populações de Euglossa annectans as frequências destes machos ficaram acima de 15,% Tal espécie foi apontada como potencialmente mais sensível a interferências antrópicas no ambienteItem Avaliação do sucesso de áreas restauradas no restabelecimento das faunas de abelhas e vespas solitárias que nidificam em cavidades preexistentes e seus inimigos naturais em paisagens altamente manejadas(Universidade Estadual de Londrina, 2021-08-27) Gobatto, André Luiz; Sofia, Silvia Helena; Sousa, Juliana Hipólito de; Rocha-Filho, Léo Correia da; Ribeiro, Milton Cezar; Augusto, Solange CristinaResumo: A perda de habitats relacionada com os avanços das paisagens agrícolas, culminou com o declínio alarmante da biodiversidade no mundo todo. Neste contexto, a restauração ecológica como atividade de promoção da biodiversidade representa uma importante ferramenta para deter e mitigar, globalmente, o declínio causado pela degradação dos habitats. Mediante a urgência em desenvolver planos de restauração que englobem “grupos-chave” para serviços ecossistêmicos e a carência de estudos nessa temática, esta tese buscou avaliar, por meio do estudo da comunidade de abelhas e vespas que nidificam em cavidades preexistentes, o sucesso de áreas em processo de restauração implantadas em um mesmo evento, há mais de 15 anos, com a técnica de reflorestamento de mudas nativas de Floresta Estacional Semidecidual do bioma Mata Atlântica, às margens do reservatório da usina hidrelétrica de Capivara, localizada no Rio Paranapanema entre os estados do Paraná e São Paulo no Brasil. O objetivo do primeiro capítulo desta tese foi comparar a riqueza, abundância e diversidade de espécies de abelhas e vespas solitárias que nidificaram em três áreas de reflorestamento e três fragmentos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual adjacentes aos reflorestamentos focais. Para isso, amostramos as áreas com ninhos-armadilha de bambu e tubos de cartolina, mensalmente, durante dois anos não consecutivos. O objetivo do segundo capítulo foi avaliar se padrões da comunidade de abelhas e vespas solitárias que nidificam em cavidades preexistentes e seus inimigos naturais, amostrados em áreas de reflorestamento inseridas em paisagens altamente manejadas, são afetadas por aspectos da estrutura das paisagens locais. Neste segundo capítulo, avaliamos o efeito de quatro variáveis da paisagem (tamanho das áreas restauradas, tamanho da área de cobertura vegetal, tamanho da área agrícola do entorno e distância do reflorestamento até o fragmento florestal mais próximo) sobre a abundância, riqueza, diversidade e composição de abelhas, vespas e seus inimigos naturais, amostrados de agosto de 2018 a agosto de 2019. O primeiro capítulo revelou uma grande similaridade na riqueza e composição da comunidade de abelhas e vespas dos dois ambientes, indicando o sucesso dos projetos de restauração ecológica avaliados, relacionado, principalmente, com o tipo de reflorestamento utilizado e a proximidade com os fragmentos florestais. No segundo capítulo encontramos evidências da influência negativa do aumento das matrizes de monocultura sobre a abundância de vespas e seus inimigos naturais. Também encontramos influência positiva da cobertura vegetal sobre a diversidade de abelhas e uma mudança na composição de abelhas e vespas relacionada também com o aumento da cobertura vegetal. Assim, os resultados obtidos apontam para o sucesso do projeto de restauração avaliados em recrutar abelhas e vespas oriundos dos fragmentos florestais próximos. Porém, esse sucesso pode ser parcial em alguns casos, já que a nidificação de abelhas e vespas solitárias em áreas de reflorestamento foi influenciada pela simplificação do habitat. Por isso, o incremento das paisagens circundantes deve ser considerado em projetos de restauração, a fim de potencializar a efetividade dos serviços ecológicos de polinização e predação.Item Os impactos de agrotóxicos e da espécie introduzida Apis mellifera sobre as abelhas-sem-ferrão (Apidae, Meliponini)(2022-04-13) Uemura, Natália; Sofia, Silvia Helena; Silva, Éverton Ricardi Lozano da; Gaglianone, Maria Cristina; Potrich, Michele; Augusto, Solange CristinaO declínio em populações de abelhas e outros polinizadores tem atraído a atenção de pesquisadores e órgãos governamentais e não-governamentais no mundo todo. Várias são as causas atribuídas a este declínio, dentre as quais está o uso de agrotóxicos. No caso das abelhas-sem-ferrão (Apidae, Meliponini), pesquisas realizadas principalmente no Brasil, um dos países detentores da maior diversidade de espécies deste grupo, indicam os efeitos negativos de diversos agrotóxicos para várias espécies, mesmo quando usado em doses recomendadas pelo fabricante. Além dos agrotóxicos, o desmatamento e perda de hábitats são causas também apontadas para o declínio dos polinizadores. No estado do Paraná, que originalmente era recoberto em quase 100% de seu território pela Mata Atlântica, a devastação foi severa, restando hoje cerca de 5% da vegetação original. No norte do estado, a substituição da floresta por cultivos do café ocorreu abruptamente. Embora seja uma espécie autogâmica, os polinizadores, principalmente abelhas, acarretam ganhos diretos na produção e qualidade dos grãos produzidos. Contudo, ainda faltam estudos investigando a diversidade de abelhas visitantes das flores do cafeeiro no Paraná. Apesar de Apis mellifera L., uma espécie introduzida, ser comum nas flores do cafeeiro, alguns estudos mostram que abelhas-sem-ferrão estão também entre os visitantes e polinizadores importantes deste cultivo. Neste contexto, este trabalho teve como objetivos investigar: i) os possíveis efeitos dos principais agrotóxicos usados na cafeicultura para espécies de abelhas nativas sem ferrão; ii) a abundância, riqueza e diversidade de espécies de abelhas em áreas de cultivo do café no norte do Paraná. Para a análise dos efeitos dos agrotóxicos foi realizada uma revisão bibliográfica sobre as metodologias desenvolvidas para análise dos efeitos subletais de herbicidas, inseticidas e fungicidas sobre diferentes espécies de abelhas-sem-ferrão. Foi realizada ainda, uma meta-análise da mortalidade causada por inseticidas sobre este grupo de abelhas. Nas análises de campo, as abelhas foram amostradas com rede entomológica, durante a floração do café em cinco áreas deste cultivo agrícola, no norte do estado do Paraná. Os resultados da meta-análise obtidos a partir de dados de 25 estudos revelaram maior mortalidade para as abelhas expostas a diferentes inseticidas quando comparadas ao grupo controle, mesmo quando consideradas as doses recomendadas pelo fabricante, ambientalmente relevantes ou ainda nas mais baixas doses testadas nos estudos. Em avaliações dos efeitos subletais nos artigos avaliados, foi observado maior efeito negativo de agrotóxicos sobre o comportamento, a morfologia e a histologia das abelhas do grupo experimental em relação ao controle. O levantamento de espécies de abelhas em cultivos agrícolas revelou a presença de 13 espécies identificadas, com elevada dominância de Apis mellifera (62% a 91%) nas cinco áreas amostradas. A abundância de abelhas amostradas nas areas variou de 318 a 3644 indivíduos. A riqueza de Melipinini variou de duas a oito espécies por área e a abundância relativa do grupo por área variou de menos de 2% a 34,9%. Sugere-se que fatores como a perda de vegetação nativa e a presença da abelha melífera respondam, pelo menos, em parte pela baixa a riqueza e abundância de abelhas-sem-ferrão na maioria das áreas.