01 - Doutorado - Ciências Biológicas
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Navegando 01 - Doutorado - Ciências Biológicas por Autor "Adelino, José Ricardo Pires"
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Item Macroecology of introduced species: phylogenetic and climatic aspects of biological invasion(2022-01-25) Adelino, José Ricardo Pires; Lima, Marcos Robalinho; Zenni, Rafael Dudeque; Duarte, Leandro da Silva; Jerep, Fernando; Bailly, DayaniA movimentação de espécies para além de seus limites de distribuição natural é uma das consequências das mudanças ambientais intensificadas pelas atividades humanas. Nas últimas décadas a intensidade de movimentação de espécies está aumentando em uma escala sem precedentes e não apresenta indícios de saturação. Contudo, apesar do grande número de mecanismos utilizados para explicar o sucesso no estabelecimento de uma espécie introduzida em um novo ambiente, a relevância de componentes abióticos e bióticos no estabelecimento de espécies introduzidas ainda é debatido. O nicho ecológico de uma espécie pode ser estimado a partir da adequação climática e ambiental que limitam o crescimento populacional de uma espécie (i.e., nicho de Grinnell) assim como a capacidade de explorar recursos disponíveis em conjunto com outras espécies (i.e., nicho de Elton). Desta forma, o estabelecimento de espécies introduzidas é o resultado de diferentes fatores que resultam na similaridade climática entre as regiões nativas e introduzidas assim como a interação interespecífica entre as espécies da comunidade não nativa em relação a espécie introduzida. Assim, devido a interação entre a história evolutiva das comunidades nativas com a história climática das regiões nativas e não nativas, entender padrões gerais do estabelecimento de espécies introduzidas requer abordar a ecologia da invasão em grandes escalas espaciais e temporais. A partir desta abordagem, o estudo da invasão biológica pode ser utilizado para conectar padrões e mecanismos com o objetivo de rastrear a relevância de processos ecológicos e evolutivos no estabelecimento de espécies introduzidas. Desta forma, esta tese tem por objetivo utilizar as similaridades e diferenças biológicas entre espécies nativas e introduzidas assim como similaridades e diferenças ambientais entre as regiões nativas e não-nativas para avaliar os padrões de ocorrências de espécies introduzidas em grandes escalas espaciais e biológicas. Para isso, alimentamos modelos computacionais para associar dados climáticos, de ocorrência de espécies introduzidas e de relações evolutivas para inferir sobre padrões gerais de introdução e estabelecimento das espécies em função das similaridades climáticas e biológicas com a região não-nativa e com a comunidade receptora, respectivamente. Encontramos que a similaridade climática e ambiental são fatores importantes que estão relacionados com a ocupação de áreas antropizadas distribuídas ao longo das regiões da costa do Brasil. Mais especificamente, encontramos que a ocupação de nicho similares a região nativa (i.e., niche unfilling) é o fator mais associado com a ocorrência das espécies introduzidas de vertebrados terrestres. Nossos resultados também mostram que as similaridades e diferenças entre as histórias evolutivas das comunidades das regiões não-nativas em relação as espécies introduzidas é importante e com contribuições distintas de diferentes mecanismos para regiões tropicais e temperadas. Mais especificamente, encontramos que em regiões tropicais, as chances de sucesso aumentam com o aumento da similaridade filogenética entre as espécies introduzidas em relação as espécies da comunidade nativa. Portanto, concluímos que fatores climáticos e evolutivos são importantes para a determinação do padrão observado de espécies não-nativas. Entretanto, que a magnitude da contribuição do clima e evolução devem ser examinados com mais detalhes em função de fatores locais, ambientais e biológicos para determinar o papel das similaridades e diferenças biológicas e ambientais como fatores complementares que contribuem diferentemente para o sucesso da introdução.Item Padrões de diversidade de hemosporídeos de aves no Brasil: riqueza, influência da paisagem ecológica, clima e suficiência de amostragem(2025-04-14) Bugatti, Ederson Pastor; Lima, Marcos Robalinho; Guaraldo, André de Camargo; Dias, Fernando Maia Silva; Shibatta, Lenice Souza; Martins, Leandro; Adelino, José Ricardo PiresEste estudo, inicialmente, analisou a influência da fragmentação de habitats e de fatores abióticos sobre a riqueza de hemosporídeos dos gêneros Plasmodium e Parahaemoproteus em aves silvestres brasileiras, considerando diferentes escalas espaciais e variáveis ambientais. Utilizando uma base de dados composta por mais de 11 mil amostras de aves, abrangendo 755 espécies distribuídas em 84 comunidades de diversos biomas, foram aplicados modelos lineares generalizados mistos para avaliar os efeitos da vegetação nativa, da densidade de borda, da riqueza de hospedeiros e de variáveis climáticas como temperatura máxima e precipitação no quartil mais quente. Os resultados indicaram que a riqueza de aves foi positivamente associada à riqueza de linhagens de ambos os parasitos, enquanto a precipitação no quartil mais quente apresentou relação negativa com a riqueza de Plasmodium. A cobertura vegetal e a densidade de borda não demonstraram efeito significativo. A escala espacial mais adequada para explicar a variação na riqueza diferiu entre os gêneros: 500 m para Plasmodium e 5.000 m para Parahaemoproteus, evidenciando respostas distintas às variáveis ambientais. Na segunda etapa do estudo, foi realizada uma avaliação da riqueza e da cobertura amostral de linhagens de hemosporídeos em biomas brasileiros. Observou-se que biomas como a Amazônia e a Mata Atlântica, caracterizados por alta heterogeneidade ambiental e maior esforço amostral, apresentaram maior diversidade parasitária estimada, enquanto biomas com menor diversidade de hospedeiros ou maior sazonalidade climática apresentaram menor riqueza observada e maior discrepância entre diversidade real e amostrada. Em conjunto, os resultados demonstram que a diversidade de hemosporídeos em aves brasileiras é influenciada por múltiplos fatores, incluindo a composição da comunidade hospedeira, condições climáticas e a escala de análise da paisagem, sendo necessária uma abordagem em várias escala e integrativa para compreender os padrões espaciais e ecológicos desses parasitos