01 - Doutorado - Fisiopatologia Clínica e Laboratorial
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Navegando 01 - Doutorado - Fisiopatologia Clínica e Laboratorial por Autor "Alfieri, Daniela Frizon"
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Item Associação entre as variantes genéticas rs10157379 e rs10754558 do NLRP3 com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1, aterosclerose subclínica e marcadores inflamatórios(2025-04-14) Bellinati, Philipe Quagliato; Reiche, Edna Maria Vissoci; Simão, Andrea Name Colado; Alfieri, Daniela Frizon; Amarante, Marla Karine; Oliveira, Carlos Eduardo Coral de; Lozovoy, Marcell Alysson BatistiIntrodução: Os mecanismos envolvidos na resposta inflamatória associada à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) não são totalmente compreendidos. Eles são multifatoriais e, entre os componentes da resposta imune inata, tem-se os inflamassomas. Inflamassomas são componentes multiproteicos da resposta imune inata que contribuem para a sinalização inflamatória na infecção pelo HIV-1. Entre os inflamassomas, o NLRP3 é o mais estudado e variantes nos genes que codificam as suas proteínas têm sido associadas a suscetibilidade a agentes infecciosos e/ou desenvolvimento de complicações graves durante infecções. A variante NLRP3 rs10754558 C>G, localizada na região 3’não traduzida (3’UTR), foi associada à proteção contra a infecção pelo HIV-1; no entanto, os resultados são conflitantes e escassos para outras variantes, como a NLRP3 rs10157379 T>C. Além disto, o advento da terapia antirretroviral combinada (TARV) eficaz permitiu que pessoas vivendo com HIV-1 e aids (PVHA) tivessem expectativas de vida significativamente prolongadas, com diminuição da morbidade e mortalidade associadas à infecção pelo HIV-1. No entanto, esses indivíduos sofrem de inflamação sistêmica crônica cuja etiologia multifatorial está associada a várias comorbidades, entre elas as doenças cardiovasculares e aterosclerose. Ainda assim, os dados sobre a correlação entre a ativação do inflamassoma e os marcadores de aterosclerose em PVHA são limitados. Objetivo: Determinar a associação entre as variantes genéticas rs10157379 T>C e rs10754558 C>G do NLRP3 e a infecção pelo HIV-1, aterosclerose subclínica, carga viral do HIV-1 e marcadores da resposta inflamatória e metabólica em um grupo de indivíduos infectados pelo HIV-1. Métodos: Neste estudo caso-controle, foram inseridos 78 PVHA, em uso de TARV há, pelo menos, cinco anos, atendidos no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (AEHU/UEL). Como grupo controle, foram avaliados 147 indivíduos saudáveis provenientes do Hemocentro Regional de Londrina e da população geral. A ultrassonografia doppler (USGD) de carótida foi realizada nos indivíduos que foram, posteriormente, categorizados de acordo com a espessura da íntima-média da carótida (cIMT) em <0,9 ou =0,9 mm, grau de estenose (<50,0 ou = 50,0%) e presença de placa (=1,5 mm). Dados demográficos, fatores de estilo de vida e história médica foram coletados pela avaliação clínica e aplicação de um questionário padrão. Biomarcadores inflamatórios e metabólicos foram avaliados como contagem de leucócitos periféricos, contagem de plaquetas, níveis plasmáticos de proteína C reativa com método ultrassensível (usPCR), perfil lipídico, níveis de glicose, ferritina, homocisteína, adiponectina, interleucina (IL)-6, IL-10 e fator de necrose tumoral (TNF)-a. Além disso, foram avaliadas a contagem de linfócitos T CD4+, T CD8+e a quantificação plasmática do RNA do HIV-1. As variantes NLRP3 rs10157379 T>C e rs10744558 C>G foram determinadas a partir do DNA genômico usando a reação em cadeia da polimerase em tempo real. A associação entre variantes genéticas e infecção pelo HIV-1 foi avaliada em modelos genéticos codominantes, recessivos, dominantes e superdominantes usando regressão logística. Razão de chances [odds ratio (OR)] e intervalo de confiança de 95% (IC 95%) foram avaliados com ajuste para potenciais fatores de confusão. Resultados: Artigo 1: As PHVA eram mais velhas que os controles (p=0,028), 39 (50,0%) eram do sexo feminino (OR: 1,10; IC95%: 0,63-1,90, p=0,734) e 41 (52,6%) eram não caucasianos (OR: 1,96; IC95%: 1,12-3,43, p=0,017). Não foi observada associação entre as variantes rs10744558 e rs10157379 do NLRP3 e a infecção pelo HIV-1 em todos os modelos genéticos. Para a variante rs10157379, a distribuição dos genótipos no modelo codominante (TT, TC e CC) foi semelhante entre os grupos (p=0,932 para TC e p=0,733 para CC). Da mesma forma, para a variante rs10754558, a distribuição dos genótipos CC, GC e GG não mostrou diferença entre as PHVA e controles (p=0,290 para CG e p=0,309 para GG). Análises adicionais usando os modelos dominante, recessivo e superdominante também não mostraram associação significativa entre essas variantes e a suscetibilidade ao HIV-1. Artigo 2: Entre as PHVA 39 (50,0%) eram do sexo feminino e 37 (47,4%) eram caucasianos. A cIMT = 0,9 mm estava presente em 34 (43,6%) PHVA. O modelo univariado revelou uma associação entre c-IMT (= 0,9 mm) e sexo masculino (p=0,006), não caucasianos (p=0,001), uso de inibidor de transcriptase reversa análogo de nucleosídeo (INTR) (p=0,001), inibidor de protease (IP) (p=0,002), medicamentos anti-hipertensivos (p=0,018), medicamentos hipolipemiantes (p=0,009), tabagismo (p=0,043), estilo de vida sedentário (p=0,012), presença de síndrome metabólica (p=0,011) e contagem de células T CD4 < 500 células/mm3 (p=0,013). Comparadas com as PHVA com cIMT <0,9 mm, as PHVA com cIMT = 0,9 mm eram mais velhas (p=0,027), apresentavam aumento de homocisteína (p=0,017), ferro (p=0,049), IL-10 (p=0,039) e diminuição de lipoproteína do colesterol de alta densidade (HDL-C) (p=0,039). No entanto, todas as variáveis perderam a significância no modelo de regressão logística, indicando que não estavam associadas com a cIMT. A cIMT não foi associada às variantes do NLRP3. Além disso, as PHVA portadoras da homozigose para o alelo variante G da NLRP3 rs10754555 apresentaram maior frequência de carga viral indetectável do que aquelas portadoras dos genótipos CC + CG. Conclusão: Os resultados indicam que as variantes NLRP3 rs10744558 e rs10157379 não estão associadas à infecção pelo HIV-1 e com a presença de aterosclerose subclínica nas PHVA em uso de TARV. No entanto, PHVA portadoras da homozigose para o alelo variante G da NLRP3 rs10754555 apresentaram maior frequência de carga viral indetectável do que aquelas portadoras dos genótipos CC + CG. Um ponto forte do estudo é que, pela primeira vez, o papel das variantes NLRP3 rs10157379 T>C e rs10754558 C>G foi avaliado na fisiopatologia da aterosclerose subclínica associada à infecção pelo HIV-1.Item COVID-19 e o polimorfismo do gene p2rx7(2023-10-10) Pelisson, Marsileni; Vespero, Eliana Carolina; Alfieri, Daniela Frizon; Rechenchoski, Daniele Zendrini; Lozovoy, Marcell Alysson Batisti; Tano, Zuleica NaomiNa COVID-19, o agravamento de grupos com determinadas comorbidades e características demográficas, especialmente para sexo e idade, encontram explicações na fisiologia. No entanto, o estadiamento e a patogênese da doença - em parte resumida como “síndrome imunológica” - e suas bases genéticas, ainda carecem de total esclarecimento. Várias doenças com a imunopatogênese vinculadas de alguma forma à atividade dos receptores purinérgicos - em especial P2X7, o inflamassoma NLRP3 e a morte celular induzida – apresentam correlação com a COVID-19, quer seja como fator de risco ao agravamento ou desfecho, quer seja como condição pós-COVID-19. Assim, bases genéticas que qualificam a funcionalidade do receptor P2X7 podem auxiliar no entendimento da patogênese da doença. Desta forma, são objetivos deste trabalho avaliar o perfil epidemiológico e laboratorial de pacientes hospitalizados com a infecção pelo SARS-CoV-2 em um serviço de referência para a COVID-19 e determinar a associação dos polimorfismos do gene p2rx7 com os fatores epidemiológicos, a severidade da COVID-19 pré-vacinação e com o desfecho da doença severa-crítica após a hospitalização. Dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais e tomográficos foram relacionados ao desfecho da COVID-19 em até 180 dias após o início dos sintomas. Amostras de sangue foram obtidas para a análise de parâmetros laboratoriais e polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) do gene p2rx7 (rs3751143 e rs2393799), os quais podem ter relação com a funcionalidade do receptor transmembrana. Os exames foram realizados segundo metodologias normatizadas em laboratórios clínicos e a análise genética por meio de qPCR e sondas Taqman®VICTM/FANTM - rs3751143A>C e rs2393799C>T. Haplótiplos dos SNP foram utilizados para a comparação das demais variáveis estudadas: Haplótipo I [AA] e [CC]; II [AC;CC] e [CC]; III [AA] e [CT;TT]; IV [AC;CC] e [CT;TT]. A análise estatística das variáveis categóricas utilizou teste Qui-Quadrado e das variáveis contínuas a ANOVA de uma via (W e F*), após 1000 reamostragens. Kaplan-Meier e os modelos de regressão de Cox foram utilizados para análise de sobrevivência e a regressão bivariada para variáveis de risco de agravamento e óbito. IBM SPSS Statistics 20.0 e GraphPad Prism 8.0.0 foram utilizados para as análises estatísticas e geração de gráficos. Todas as análises foram realizadas ao nível de significância inicial de p<0,05. Os resultados indicaram a idade superior a 60 anos, cardiopatia e o diabetes como fatores de risco para o agravamento e óbito na COVID-19; que exames como PCR, relação neutrófilo/linfócito, desidrogenase lática e interleucina 6 são biomarcadores associados à severidade da COVID-19 e, que pacientes com genótipo mutante da rs3751143 têm três vezes mais risco de óbito que pacientes com a mutação na rs2393799 (p<0,001, HR=3,002 [1,939 - 4,647]). Assim, os resultados confirmam que idosos perfazem o grupo mais susceptível à gravidade e sugerem que mutações do gene p2rx7 podem influenciar significativamente o óbito em pacientes com COVID-19 severa-crítica.