Efeitos da hidroterapia em balde sobre sinais vitais, necessidade de oxigênio, parâmetros comportamentais e tônus muscular em bebês prematuros com displasia broncopulmonar
Data
2025-05-26
Autores
Soares, Darllyana de Sousa
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Resumo
Introdução: A presente tese de doutorado foi elaborada com o intuito de contribuir com o conhecimento sobre os efeitos da hidroterapia em balde em recém-nascidos prematuros (RNP) com displasia broncopulmonar (DBP). Foi desenvolvido um ensaio clínico randomizado (ECR) que resultou em dois estudos. Objetivo: Avaliar os efeitos da hidroterapia em balde sobre sinais vitais, necessidade de uso de oxigênio (O2), parâmetros comportamentais e tônus muscular em RNP com DBP durante a internação na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Métodos: O ECR foi registrado no ClinicalTrials.gov e aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. Vinte RNP com DBP foram randomizados em grupo intervenção (hidroterapia em balde - GHB) ou controle (fisioterapia convencional - GC). Foram submetidos a doze dias consecutivos de intervenção e dados do primeiro (D1), sexto (D6) e décimo segundo (D12) dias foram analisados. As variáveis frequência respiratória (FR), cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SpO2), fração inspirada de oxigênio (FiO2), dor, esforço respiratório, sono e estado de vigília foram medidos antes, imediatamente após, 15, 30 e 60 minutos após a intervenção. A atividade elétrica dos músculos Serrátil Anterior (SA), Trapézio (TR), e Eretor da Espinha (EE) foi analisada por meio da eletromiografia de superfície (EMGs) antes e 30’ após a intervenção. Resultados: A análise intragrupo no GHB mostrou que a FiO2 diminuiu no D1 (30': P=0,03, 60': P=0,02), a FC diminuiu no D6 (60': P=0,004). No D12, a FR reduziu (15',30' e 60': P<0,03 para todos) e a SpO2 aumentou (imediatamente após: P= 0,0003). As comparações intergrupos favoreceram o GHB para a SpO2 (P=0,03; tamanho do efeito (ES)=0,99) e FiO2 (P<0,02; ES>0,47) no D1, e alterações na FC no D6 (P<0,04; ES>0,9) e D12 (P=0,009; ES=0,61). Nenhuma diferença significativa intra ou intergrupos foi encontrada em relação à dor, esforço respiratório, sono ou vigília (p > 0,05 para todos). Para a análise da EMG, os dados de 18 RNP foram analisados. Observou-se maior tônus muscular para o EE no GHB em comparação ao GC nas banda 30 GHB 107 [89 -152] V versus GC 85 [14 – 46] V; p=0,03 e banda 42 GHB 105 [71-160] V versus GC 79 [55 -103] V; p=0,02 e menor tônus muscular para o SA no GHB em comparação ao GC na banda 180 GHB 66 [45 -109] V versus GC 85 [83-127] V; p=0,04. Também houve diferença significativa na FiO2 no D1, com redução para o GHB -4 [-6 a 0]% em comparação ao GC 0 [0 a 0.5]%; p=0,04. Conclusão: A presente tese demonstra que a hidroterapia em balde configura-se como um recurso terapêutico não farmacológico eficaz, promovendo melhorias na FC, FR e SpO2, além de reduzir a demanda de oxigênio e estimular a atividade elétrica muscular em bebês prematuros com DBP. Por não causar efeitos adversos e por manter parâmetros comportamentais dentro dos padrões de normalidade, a hidroterapia em balde destaca-se como uma opção segura e promissora para a reabilitação respiratória desses bebês no ambiente hospitalar
Descrição
Palavras-chave
Displasia broncopulmonar, Prematuridade, Hidroterapia, Oxigênio, Eletromiografia, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Tônus muscular