O abandono da psicoterapia individual no serviço-escola de psicologia da UEL : contribuições psicanalíticas
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Ortolan, Maria Lúcia Mantovanelli
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Resumo
Resumo: As longas filas de espera para atendimento e o abandono da psicoterapia individual são fenômenos recorrentes nos serviços de saúde mental e com todas as faixas etárias, principalmente em serviços-escola de Psicologia Objetiva-se descrever, entre adultos que estiveram em psicoterapia individual em 217 a 219 no serviço-escola de Psicologia da Universidade Estadual de Londrina, os fatores associados ao abandono psicoterápico após a 12ª sessão de terapia Trata-se de um estudo qualitativo, com objetivos exploratórios e descritivos, mediante coleta de dados por meio de entrevistas semidirigidas, analisadas pelo método de análise de conteúdo A primeira fase da coleta de dados (n=3) teve como objetivo a caracterização da amostra, por meio das variáveis sociodemográficas e clínicas: gênero feminino (63,33%), faixa etária de 21 a 4 anos (6%), solteiros (46,67%), com ensino superior incompleto (26,66%), católicos (36,68%), pertencentes à comunidade externa à universidade (83,34%), de Londrina (8%), com renda de dois a cinco salários mínimos (5%), com presença de sintomas físicos (6%), não vinculados a tratamento médico (66,67%), em uso de medicação contínua (5%), com histórico anterior de psicoterapia (53,33%), em tratamento no serviço, em média, por 2 sessões, com um tempo médio de espera da sessão de triagem até o atendimento psicoterápico de cinco meses, atendidos pela abordagem teórica da psicanálise (6%), como queixa inicial de ansiedade (22,69%) Já a segunda fase contemplou as entrevistas semidirigidas realizadas com 11 participantes da amostra inicial Frente aos três grandes eixos temáticos apriorísticos, priorizou-se a análise do eixo Sobre o Abandono da Psicoterapia, divido em três categorias: Motivos do abandono da psicoterapia (tendo como subcategorias Relação com o terapeuta e suas atitudes; Indisponibilidade de horários e dificuldades de deslocamento; Troca de terapeuta; Insatisfação com os efeitos e resultados; Indisponibilidade subjetiva do paciente ao tratamento), Reações do terapeuta e Implicações institucionais (tendo como subcategorias Falta de Encaminhamento; Regras e Funcionamento da Clínica Psicológica; Atravessamentos da Gratuidade do Serviço) Além dos fatores associados ao abandono da psicoterapia individual, como a relação com o terapeuta e suas atitudes, a indisponibilidade de horários e dificuldade no deslocamento, as trocas de terapeuta, insatisfação com os efeitos e resultados da psicoterapia e a indisponibilidade subjetiva do paciente ao tratamento, outras questões podem estar em jogo, especificamente em uma análise psicanalítica dos dados, como as transferências (tendo a instituição e o supervisor clínico como objetos que atravessam a transferência entre paciente e terapeuta), a temporalidade dos atendimentos regrada pela instituição, fazendo concorrer o tempo lógico com o cronológico, a questão da supervisão clínica e a necessidade de um supervisor-analista, e a normatização curricular em relação à transmissão da Psicanálise, sendo necessário que esta seja possível apenas pela transferência de trabalho Espera-se que com os resultados trazidos e analisados ao longo desta pesquisa haja uma contribuição efetiva no serviço-escola de Psicologia, podendo propiciar reflexões institucionais com o intuito de qualificar a oferta de serviços, principalmente com relação à oferta da clínica psicanalítica
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Palavras-chave
Psicanálise, Psicodiagnóstico, Psicanálise infantil, Psicoterapia, Psychoanalysis, Psychodiagnosis, Child psychoanalysis, Psychotherapy