Entre sujeito e objeto : representações femininas em Ibsen

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Resumo: Considerado um dos grandes nomes da dramaturgia moderna, Henrik Ibsen (1828-196) dedicou boa parte de sua obra a explicitar os problemas da família burguesa, concedendo destaque à mulher, que não usufruía da liberdade nem dos benefícios capitalistas destinados ao homem Com a publicação de Casa de bonecas, provoca alvoroço nos palcos e na sociedade Os movimentos conservadores e os progressistas/feministas – tanto os do século XIX quanto os do século XX – combatem ou ratificam suas obras Nossa tese repousa na concepção de que, em sua maioria, suas personagens femininas são sujeitos (históricos e de direito) que se sobrepõem às mulheres (reais) do século XIX A construção da imagem da mulher (silenciada por mecanismos de dominação simbólica, (re)transmitidos e (re)produzidos por meio da Igreja, da Educação e do Trabalho) e a concepção da mulher-sujeito ocorrem pela perspectiva de, entre outros, Michelle Perrot, Michel Foucault, Alain Touraine, Pierre Bourdieu e Simone de Beauvoir A propriedade sobre o corpo e a vida integra o patrimônio do marido/sujeito/proprietário a quem cabe as decisões sobre a mulher/objeto/propriedade Nas obras analisadas – Casa de bonecas (1879), Um inimigo do povo (1882), O pato selvagem (1884), A dama do mar (1888), Hedda Gabler (189), Solness, o construtor (1892), John Gabriel Borkman (1896) – independentemente da condição de protagonista ou de personagem secundária, os modelos femininos opõem-se aos da história: as personagens femininas têm voz (recorrem ao discurso, ferramenta de libertação), vez (instauram espaços) e liberdade (sexual e afetiva, aplicando suas escolhas ao casamento, à família, à maternidade e ao corpo) A emancipação ocorre pelo discurso, trajeto de definição de si por si mesmo e de si pelo, com, para e contra o outro, construindo-se identidades por meio de conflitos internos e externos A definição do sujeito dramatúrgico ocorre pelo modelo actancial de base greimasiana e aprofundado, no âmbito dramatúrgico, por Anne Ubersfeld, acompanhado do referencial teórico da Análise do Discurso e da Semiótica de Linha Francesa A constituição do sujeito histórico erige-se na comparação das práticas e representações da mulher do século XIX, geralmente delineada como mulher-objeto, às das mulheres ibsenianas, construídas como mulher-sujeito cujas ações ainda seriam consideradas ousadas até mesmo após o início da Guerra Fria

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Palavras-chave

Teatro norueguês, História e crítica, Mulheres na literatura, Ibsen, Henrik, 1828-1906, Criticism and interpretation, Norwegian drama - History and criticism, Women in literature

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