Aprendizagem de representações ortográficas do português brasileiro entre crianças em ambiente de autoensino

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Santos, Evilin Roumaine Dutra

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Resumo

Resumo: Segundo Share (1995; 1999), a aprendizagem das representações ortográficas é suscitada pela decodificação fonológica Ademais, o contexto em que a palavra está inserida fornece a informação que permitirá o uso de pistas para reconhecimento da palavra que vem na sequência, acomodando a informação fonológica e semântica da palavra no texto à exposição ortográfica Wang et al (211) testaram diretamente a hipótese de que o contexto em que a palavra é apresentada é importante para a aprendizagem da leitura e da escrita No Brasil, não foram encontrados estudos que investigassem esta questão O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do contexto em que as palavras escritas são apresentadas na aquisição de representações ortográficas do sistema de escrita alfabético do Português Brasileiro, entre crianças do 3º ano do ensino fundamental Este é um estudo transversal, de delineamento experimental e foi composto por três fases: pré-teste (verificação formal do nível de leitura e de escrita das crianças e da inteligência não-verbal, a fim de controlar os efeitos das variáveis no pós-teste (emparelhamento); experimento (composto por uma fase de aprendizagem oral das pseudopalavras e por uma fase de aprendizagem da ortografia das mesmas) e pós-teste (imediato e postergado), que consistiu na verificação da manutenção de aprendizagem das palavras-alvo por meio de tarefas de decisão ortográfica, escolha ortográfica e ditado Participaram 53 crianças, divididas aleatoriamente em dois grupos: grupo experimental (que, na fase ortográfica, aprenderam a forma escrita das pseudopalavras embebidas em um texto - situação de contexto); e grupo de controle (que, nesta mesma fase, aprenderam a grafia das pseudopalavras embebidas em listas de palavras) O emparelhamento entre os grupos foi efetivo, exceto para a memória operacional, em que o grupo contexto apresentou melhores resultados Análises univariadas de variância (ANOVAS) mostraram que as diferenças entre os grupos foram praticamente inexistentes para a aprendizagem das novas representações ortográficas, tanto para a fase de aprendizagem, quanto para as tarefas do pós-teste (imediato e postergado) Isso gerou duas hipóteses a posteriori: (1) para as variáveis dependentes (VD) do pós-teste (imediato e postergado), a decodificação deverá ser importante, independentemente se a aprendizagem é realizada no contexto dos textos ou em listas, demonstrando-se o papel do autoensino para o português brasileiro; (2) se de fato não há diferenças entre os grupos lista ou contexto, o padrão de predição em análises de regressão deverá ser o mesmo para os grupos separadamente Se o padrão se diferir, demonstrar-se-á que o ensino das palavras em contexto ou fora dele interfere na aprendizagem, para além do autoensino (ie, decodificação) As análises de regressão mostraram perfis diferentes entres grupos, apesar das ausências de diferenças nas ANOVAS, sendo que as variáveis preditoras significativas para o grupo contexto indicaram um perfil de uso de estratégia lexical, enquanto que para o grupo lista indicaram apego adicional à estratégia fonológica No que diz respeito à decodificação fonológica, os resultados corroboram com a hipótese de autoensino de Share (1995;1999) Ainda que indiretamente tenha-se identificado o efeito do contexto, sugere-se que sejam feitas pesquisas posteriores com amostras maiores

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Palavras-chave

Psicologia, Aprendizagem, Leitura, Crianças, Escrita, Psychology, Learning, Reading, Writing, Children

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