Colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes e formulação de hidrogel para controle de infecção neonatal

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Morguette, Ana Elisa Belotto

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Resumo: Streptococcus agalactiae (Estreptococo do Grupo B - EGB), é uma bactéria Gram-positiva e ß-hemolítica que pode estar presente na microbiota do trato gastrintestinal e genital dos seres humanos A colonização da mucosa vaginal de gestantes é um fator de risco importante para o desenvolvimento de infecções neonatais por EGB A implantação da antibioticoterapia intraparto (API) para mulheres colonizadas contribuiu para a redução dessas infecções Entretanto, houve aumento de isolados resistentes aos antimicrobianos de escolha para API Assim, o monitoramento da colonização de gestantes por EGB, bem como estudos de novas substâncias antimicrobianas com potencial para prevenção da transmissão da bactéria são medidas importantes para o controle das infecções por EGB O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de EGB isolados de gestantes atendidas no Hospital Universitário de Londrina (HUL) e desenvolver um hidrogel enriquecido com óleo extraído da planta Copaifera officinalis (óleo de copaíba) com atividade antimicrobiana contra EGB Foi realizado um estudo retrospectivo com 291 gestantes atendidas no HUL para determinar a prevalência de colonização vaginal-retal e o perfil de sensibilidade de EGB aos antimicrobianos utilizados na API A prevalência de colonização por EGB foi de 18,2%, e ,4%, 1,2% e 1% dos isolados foram resistentes à penicilina, eritromicina e clindamicina, respectivamente Estes resultados destacam a importância de vigilância contínua da colonização por EGB em gestantes para a prevenção de infecções em neonatos Para avaliar a atividade antimicrobiana do óleo de copaíba sobre EGB, a Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada pelo método de microdiluição em caldo de acordo com as recomendações do CLSI e a Concentração Bactericida Mínima (CBM) foi considerada aquela que apresentou 99,9% de inibição na contagem de unidades formadoras de colônia (UFC), comparado com um controle de crescimento não tratado Foram desenvolvidas seis formulações de hidrogel com três diferentes polímeros, contendo ,5% (p/p) e 1,% (p/p) de óleo de copaíba, e todas foram testadas sobre as células planctônicas de EGB sensíveis e resistentes à eritromicina e/ou clindamicina Testes físico-químicos para determinação do pH, densidade e viscosidade também foram realizados A cinética do tempo de morte foi avaliada durante o tratamento das células planctônicas com as concentrações CIM e CBM; na presença da formulação base; e na presença da formulação acrescida de óleo de copaíba durante 24 horas Após o tratamento com óleo de copaíba e com o hidrogel, alterações morfológicas de células planctônicas de EGB foram analisadas por microscopia eletrônica de varredura A toxicidade da formulação foi avaliada em mucosa cervicovaginal de camundongos BALB/c fêmeas após 24 horas de tratamento com a formulação base e com o hidrogel de óleo de copaíba Os valores da CIM e CBM para o óleo de copaíba variaram de ,3 a ,6 mg/mL e ,6 a ,12 mg/mL, respectivamente; e apenas o hidrogel contendo carbômero 94® com 1,% (p/p) de óleo de copaíba foi capaz de inibir o crescimento de todos os isolados Após 12 e 8 horas de incubação, nenhuma UFC foi detectada na presença da CBM do óleo de copaíba e do hidrogel, respectivamente Ambos os tratamentos promoveram alterações morfológicas, como lise da parede celular e liberação de conteúdo citoplasmático, comparado com controle não tratado e tratado com a formulação base Nenhum dano à estrutura ou infiltrado inflamatório na mucosa cervicovaginal dos animais foram observados após tratamento com o hidrogel e com a formulação base Os resultados mostram a atividade antimicrobiana do óleo de C officinalis contra EGB e essa atividade é mantida em formulação a base de carbômero, indicando seu potencial para a utilização na prevenção da transmissão de EGB aos recém-nascidos

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Palavras-chave

Estreptococo, Óleo de copaíba, Infecções neonatais, Bactérias gram-positivas, Streptococcus, Gram-positive bacteria, Copaiba oil, Neonatal infections

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