Recusa de leitos e triagem de pacientes admitidos nas unidades de terapia intensiva do Brasil

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Lepre, Rafaela de Lemos

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Resumo

Resumo: Introdução: Com o avanço da ciência médica e o envelhecimento da população adveio a necessidade de maior disponibilidade de leitos de terapia intensiva No Brasil, nem sempre o aumento da demanda é acompanhado por aumento proporcional no número de leitos Como resultado, torna-se comum o racionamento na unidade de terapia intensiva (UTI) havendo, então, recusa e triagem desses leitos É consenso que a recusa de leito de cuidado intensivo a paciente crítico aumenta consideravelmente a mortalidade e piora os desfechos para esses pacientes Várias sociedades médicas especializadas desenvolveram diretrizes que auxiliam o momento de triagem, porém, não se sabe se essas orientações são sequer conhecidas nas unidades intensivas do país, menos ainda se há protocolos instituídos de triagem Na literatura os dados a respeito de triagem e recusa de leitos de UTI no Brasil são escassos Objetivo: Conhecer dados a respeito da recusa de leitos nas unidades de terapia intensiva no Brasil, assim como avaliar o uso de sistemas de triagem desses leitos pelos profissionais atuantes nesses estabelecimentos Métodos: Estudo transversal do tipo Survey Foi criado um questionário com 58 perguntas que abrangem os questionamentos do estudo pela metodologia Delphi e com auxílio de cinco especialistas em medicina intensiva, Foram convidados a responder o questionário médicos e enfermeiros inscritos na plataforma online da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIBnet) Uma plataforma da Web (SurveyMonkey®) foi a forma de aplicação Todas as variáveis desse trabalho foram mensuradas em categorias e, portanto, expressas como proporção Foram usados os testes de Qui-Quadrado ou teste exato de Fisher para verificar associação entre as variáveis O nível de significância utilizado foi de 5% Resultados: No total, 231 profissionais responderam completamente o questionário As unidades intensivas nacionais estão com mais de 9% de lotação sempre ou frequentemente para 9,8% dos participantes Dentre os entrevistados, 84,4% relataram já ter deixado de admitir pacientes em leito intensivo devido exclusivamente à lotação da unidade Em torno de metade das instituições brasileiras participantes dessa pesquisa (49,7%) não possui protocolos de triagem de leitos intensivos instituídos Dentre as unidades que tem protocolos, a maioria é baseada no Conselho Federal de Medicina (39,%) A responsabilidade pela recusa ou triagem dos pacientes é, em 4,6% das vezes, do médico diarista ou coordenador da unidade Conclusões: Recusa de leito devido exclusivamente à lotação da unidade é frequente nas unidades intensivas do Brasil Mesmo sendo essa recusa tão frequente, metade dos serviços do Brasil não tem sistemas de triagem de leitos instituídos

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Palavras-chave

Unidade de terapia intensiva (UTI), Leitos hospitalares, Intensive care unit, Hospital beds

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