Avaliação do polimorfismo genético Ncol do fator de necrose tumoral beta (TNF-beta) e dos níveis séricos de citocinas em pacientes com esclerose múltipla de Londrina e região, Paraná

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Kallaur, Ana Paula

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Resumo: A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica imuno-mediada do sistema nervoso central (SNC) Variações em genes que codificam a expressão e a regulação de citocinas desempenham um importante papel na susceptibilidade, atividade e progressão da doença Os objetivos deste estudo foram: 1) determinar a frequência do polimorfismo genético NcoI do TNF-ß em pacientes com EM e em indivíduos saudáveis da população sul-brasileira; 2) avaliar a associação entre o polimorfismo NcoI no gene do TNF-ß e a susceptibilidade a EM, progressão e atividade da doença; 3) avaliar a associação entre o NcoI no gene do TNF-ß e o polimorfismo do HLA-DRB1* em pacientes com EM; 4) avaliar o perfil de citocinas TNF-a, IL-1, IL-6 e IL-12, IFN-?, IL-17, IL-4 e IL-1 em pacientes com EM recorrente-remitente (EM-RR) e controles saudáveis; e 5) avaliar a associação entre os níveis séricos das citocinas e a incapacidade clínica e atividade da doença nos pacientes com EM-RR A incapacidade dos pacientes com EM foi avaliada pela Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) e a atividade da doença foi avaliada por ressonância magnética nuclear (RMN) O DNA genômico foi extraído do buffy coat obtido de células do sangue periférico e um fragmento de 782 pares de base foi amplificado por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando primers específicos O produto da PCR foi submetido à digestão pela enzima NcoI e o polimorfismo do comprimento dos fragmentos de restrição foram analisados em eletroforese em gel de agarose a 3% Amostra de soro foi utilizada para determinação dos níveis das citocinas IL-1ß, IL-4, IL-6, IL-1, IL-12, IL-17, IFN-? e TNF-a pelo método de enzimaimunoensaio Para a análise do polimorfismo genético foram inseridos 22 pacientes com EM e 278 indivíduos saudáveis, pareados quanto à idade, sexo e etnia Entre os pacientes com EM, 16 (48,2%) apresentaram o genótipo TNFB2/B2, 96 (43,6%) apresentaram o genótipo TNFB1/B2 e 18 (8,2%) apresentaram o genótipo TNFB1/B1 Entre os controles saudáveis, 13 (37,1%) apresentaram o genótipo TNFB2/B2, 139 (5,%) apresentaram o genótipo TNFB1/B2 e 36 (12,9%) apresentaram o genótipo TNFB1/B1 Diferenças significativas foram encontradas quando a frequência do genótipo TNFB2/B2 foi comparada com a do genótipo TNFB1/B2 em pacientes com EM e controles (p=,449; OR: 1,49; 95% IC= vii 1,99-2,855) e quando comparada com a frequência do genótipo TNFB1/B1 em pacientes com EM e controles (p=,225; OR: 2,58; 95% IC= 1,99-2,855) A frequência do alelo TNFB2 foi ,7 (7,%) nos pacientes com EM e ,625 (62,5%) nos controles, enquanto que a frequência do alelo TNFB1 foi de ,3 (3,%) nos pacientes com EM e ,3795 (37,95%) nos controles (p=,89; OR: 1,427; 95% CI= 1,93-1,863) Não foi encontrado associação entre o alelos HLA-DRB1*1, 3, 4, 7, 8, 11, 13, e 15 e os alelos do polimorfismo genético NcoI do TNF-ß (p>5) Os resultados sugerem que o polimorfismo genético NcoI do TNF-ß não está em desequilíbrio de ligação com o polimorfismo do HLA-DRB1* As variáveis como idade no diagnóstico, duração da doença, formas clínicas, EDSS basal, EDSS após cinco anos de acompanhamento, índice de progressão, progressão e local da lesão não estão associadas aos genótipos do TNF-? (p= ,2884, p= ,821, p=,4189, p=,9889, p= ,3913, p= ,62, p= ,459 e p= ,8249, respectivamente) No entanto, foi encontrado uma tendência para a associação entre o polimorfismo genético NcoI do TNF-ß e a atividade da doença (p=,722) Para o estudo do perfil de citocinas, foram incluído 169 pacientes com EM-RR e 132 controles saudáveis, pareados quanto à idade, gênero, etnia, índice de massa corpórea e uso de corticoesteroides Pacientes com EM-RR apresentaram níveis mais elevados de IL-6, IL-12, IFN-? e IL-4 (p=,114, p=,297, p=,9 e p=,4, respectivamente) comparados aos controles IL-1? mostrou uma tendência a estar mais elevada nos controles (p= 992) TNF-a, IL-17 e IL-1 não apresentaram diferenças (p>,5) Níveis diminuídos de TNF-a e aumentados de IFN-? estavam independentemente associados à EM (p=,78 e p=,56, respectivamente) Pacientes com EM-RR e incapacidade leve apresentaram níveis séricos elevados de IL-4 comparados a pacientes com incapacidade moderada e grave (p = ,375) Os níveis séricos de TNF-a e IL-1 apresentaram-se elevados nos pacientes com lesão Gd negativo (p=,457 e p=,533, respectivamente) e os níveis séricos de IL-17 mostraram uma tendência, embora não significativa, a serem mais elevados em pacientes com a doença inativa (p=,631) Níveis diminuídos de TNF-a e aumentados de IFN-? estavam independentemente associados à atividade da doença (p=,348 e p=,133, respectivamente) Os resultados sugerem que o polimorfismo genético NcoI do TNF-ß contribui para susceptibilidade a EM independentemente dos alelos HLA-DRB1* na população sul-brasileira No entanto, sozinhos, não contribuem para a atividade e gravidade da doença Outros fatores genéticos devem interagir sinergicamente para contribuir com os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na viii progressão e gravidade da EM Os dados obtidos demonstram que mesmo em fase de remissão clínica da EM os pacientes apresentam alteração no balanço entre as citocinas pró-inflamatórias, Th1, Th17 e Th2 Os resultados contribuem para o melhor entendimento do papel do polimorfismo genético do TNF-ß e das citocinas na EM e para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas de imunomodulação e de neurorestauração

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Palavras-chave

Polimorfismo (Genética), Esclerose múltipla, Aspectos genéticos, Fator de necrose de tumor, Sistema nervoso central, Multiple sclerosis, Genetic polymorphisms, Genetic aspects

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