"Aqui é onde ela conhece o príncipe encantado" : gênero e representações de mulheres nas animações da Walt Disney Animation Studios (1937-2009)

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Resumo: Princesa, fada e heroína ou bruxa, madrasta má e vilã? As representações de mulheres nos contos de fadas, nos romances e no cinema, em geral, por muito tempo, permearam tais configurações sem que fossem questionadas por grande parte do público e dos próprios produtores dessas obras de arte O estúdio norte-americano Walt Disney Animation Studios foi um dos grandes propulsores das representações desses estereótipos, justamente por contar com a roteirização de contos de fadas já consagrados na literatura e em outras produções audiovisuais No processo de roteirização, o contexto histórico e as questões internas da própria produtora, bem como os agentes envolvidos nessa produção, adaptaram e ressignificaram todas as personagens para a construção de sentido e identificação junto ao público infanto-juvenil Todavia, nos anos de 199, as mulheres dentro das animações da produtora em questão, passam a ser representadas sob um novo prisma: donas de novos lugares, novas camadas sociais, novas culturas e novos modi operandi dentro da narrativa das animações Isto posto, no presente trabalho buscou-se analisar todas as representações de mulheres nas animações 2D do estúdio desde Snow White and the Seven Dwarfs de 1937 até The Princess and the Frog de 29, quais as continuidades e rupturas nessas representações, como os contextos históricos interferiram nas mudanças e como, de certa forma, tais produções tocam os imaginários sociais acerca do ser e se fazer mulher Para tal, foi construída uma metodologia que abarcasse aspectos concernentes à construção técnica e artística de animações, bem como fizeram-se conexões contextuais entre produções disneyanas e circulações de ideais representacionais de mulheres nas mídias, principalmente estadunidense e europeia, alvos principais de consumidores das produções e produtos Disney Além disso, a categoria gênero foi de suma importância para o trabalho, a fim de que pudesse ser tecida análises sobre os papeis sociais de mulheres e suas relações com os homens apresentados em tela Ao final, a hipótese levantada para as mudanças de representações da Disney centra-se, principalmente, na questão mercadológica de mudança de público consumidor e as bandeiras ideológicas levantadas do final do século XX e início do XXI, influenciadas pelo movimento feminista, são aparentes arranjos narrativos para atrair o público liberal que flerta com as reivindicações do Feminismo Concluiu-se que as mudanças de corpos, etnias, valores, espaços narrativos e contextos históricos pouco têm relação com uma mudança estrutural dos valores da empresa Tal mudança tem como justificativa uma questão mercadológica que, aliado ao soft power exercido pelo estúdio no imaginário de seu público consumidor e o branding desenvolvido para as animações, tornou os produtos Disney dos mais consumidos no mundo

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Palavras-chave

História social, Animação (Cinematografia), Gênero, Mulheres no cinema, Social history, Animation (Cinematography), Gender, Women in moving pictures

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