Roland Barthes e a comida japonesa : o encontro dos sentidos do texto em O império dos signos

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Sawaguchi, Alexandre Yoshiaki

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Resumo

Resumo: Na comida, Roland Barthes não apenas buscava nutrientes para seu corpo, mas, igualmente, signos que, metaforicamente, representavam o seu modo de pensar a linguagem e, consequentemente, estimulavam a sua escritura Os movimentos pertencentes à cozinha e à pluralidade de sentidos gerados por cada gesto do cozinheiro em face de sua panela foram intimamente relacionados, por Barthes, a uma forma interessante e nada convencional de conduzir, incialmente, sua crítica literária e, posteriormente, suas análises a respeito dos temas voltados ao universo cotidiano Ele defendia o caráter múltiplo existente nos signos da linguagem e a sua pluralidade interpretativa, cujos sentidos deveriam se encontrar profundamente enlaçados às experiências de cada leitor O que se ilumina é a liberdade interpretativa com a qual cada indivíduo pode se manifestar ao se deparar com determinado arranjo de signos disposto em qualquer parte do dia-a-dia Um ritual semelhante ao da degustação, onde se pode desconstruir e saborear cada fragmento da comida, ressignificando esse objeto sob as lentes sensíveis de cada pessoa Dessa forma, curiosamente, tal abertura dos signos foi percebida por Barthes em sua passagem pela capital japonesa, Tóquio, onde, nos anos da década de 196, sua mente foi atravessada, inúmeras vezes, por iluminações reflexivas Algo que, dentre vários contextos, ocorreu através de seu contato com a comida local Em razão disso, entender como Roland Barthes se relacionou com a comida japonesa, verificando a presença do fazer literário por entre seus signos, vem à luz como o intuito desta pesquisa Ele que, em suas caminhadas, percebeu algo a mais a ser provado e retirou desses breves incidentes, ingredientes para a feitura de seu próprio Japão – um lugar desejado, saboreado e vivido, onde sua mente pôde alcançar doses de liberdade para o desdobrar dessa degustação dos signos que se refletem em seu livro O Império dos signos (197) Dessa maneira, primeiramente, buscou-se analisar a comida na obra barthesiana para entender como ele a pensava Por conseguinte, adentou-se em seu Império com o interesse em relacionar as partes denominadas: "A Água e o Floco", "Palitos", "A Comida Descentrada" e "O Interstício", com as noções barthesianas de escritura, texto, corpo e neutro – conhecimentos imprescindíveis para se entender a maneira como ele pensou a linguagem literária

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Palavras-chave

Linguagem, Alimentos, Japão, Sentidos, Escrita, Language, Food, Senses, Writing, Japan

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