Educação e democracia no Brasil: a perspectiva de Florestan Fernandes e a visão neoliberal nos anos 90

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Araújo, Odete Aparecida Alves

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Resumo

Resumo: Este trabalho procura estabelecer uma discussão acerca da problemática educacional brasileira tendo como referência o pensamento de Florestan Fernandes Sua concepção de educação como formadora do espírito democrático e do crescimento intelectual foi uma proposta que estimulou os debates sobre as políticas educacionais na década de 6, porém ainda hoje permanece como uma reivindicação dos setores sociais comprometidos com o ensino público no Brasil De acordo com essa perspectiva, o sistema de ensino brasileiro, apesar de alguns avanços, não conseguiu suprir as necessidades educacionais das classes trabalhadoras no sentido de oferecer uma formação de qualidade e acessível em todos os níveis Florestan Fernandes chamava a atenção para o fato de que a realização da sociedade livre e igualitária seria possível a partir da democratização da escola pública e da apropriação do conhecimento por todos os indivíduos, indiscriminadamente Ao ampliar o horizonte cultural das pessoas a educação estaria contribuindo para que os indivíduos se adaptassem às inovações e às tendências de desenvolvimento econômico e avanço social, possibilitando a formação da personalidade democrática Confrontando essa concepção com as políticas educacionais do Brasil nos anos 9, percebemos que embora os discursos acerca da educação ressaltem a sua importância diante do espírito de cidadania e do progresso social, os programas direcionados à esse setor estão dirigidos à sua dimensão econômica São medidas aplicadas no sentido de fornecer capital humano qualificado para suprir as demandas do avanço do capitalismo nos países em desenvolvimento Patrocinados pelas agências internacionais de financiamento, os projetos para o ensino assumem um papel imprescindível para que as economias subdesenvolvidas se integrem ao mercado mundial Segundo Fernandes essa não é apenas uma forma de reforçar os mecanismos da dependência externa, mas também uma forma de reajustar essa dependência aos controles externos e à presença direta, intensa e ativa dos agentes de modernização Conforme pesquisas sobre o ensino brasileiro, as mudanças em torno da educação favoreceram o crescimento dos índices de escolaridade e o aumento do número de matrículas Porém os dados referentes à taxa de analfabetismo funcional e ao nível qualitativo do ensino evidenciam que essas políticas continuam distantes das reais necessidades da classe trabalhadora e dos ideais democráticos de uma nação

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Palavras-chave

Educação, Efeito das inovações tecnológicas, Educação e Estado, Democracia, Capitalismo, Education - Brazil, Democracy, Capitalism

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