Efeitos e acúmulo de prata e nanoprata em Prochilodus lineatus: biomarcadores bioquímicos e fisiológicos
Data
2020-02-21
Autores
Ferroni, Hellen Ingrid
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Editor
Universidade Estadual de Londrina
Resumo
Resumo: As nanopartículas de prata (AgNP) apresentam alto potencial microbicida, por isso, compõem mais de 400 produtos, onde muitos deles são de uso diário como cosméticos, embalagens de alimento, tecidos, filtros para tratamento de água, entre muitos outros. Essa ampla utilização facilita a sua chegada nos ambientes aquáticos, podendo alterar a saúde dos organismos ali presentes. Diversos efeitos em peixes já foram induzidos por NPAg sintéticas, porém pouco se sabe do potencial tóxico das NPAg de fonte biogênica. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar os efeitos da prata nas formas NPAg biogênica (AgNPb), produzida por meio do fungo Fusarium oxysporum, e iônica (AgNO3), na concentração 10 μg L-1 de prata total, no teleósteo Neotropical Prochilodus lineatus após 24 e 96 horas. Foi avaliado a bioacumulação de prata em diferentes tecidos, a indução de proteínas metalotioneínas, parâmetros hematológicos, concentração de glicose, proteínas plasmáticas, e dos íons (Na+, K+, Cl-, Mg2+, Ca2+), a atividade das ATPases e anidrase carbônica (AC), molécula e enzimas antioxidantes, danos aos lipídios e atividade da acetilcolinesterase (AChE). A entrada dos íons prata e das NPs na célula alteram sua permeabilidade, gerando desbalanço iônico e aumento do hematócrito. A grande interação da Ag com biomoléculas ocasionam a inibição da enzima AC de forma competitiva ou não competitiva pelo sítio de ligação do Zn, redução da GSH, e até o aumento da GST, pela grande produção de metabólitos durante essa interação. A bioacumulação de Ag no músculo induziu o aumento da atividade H+ ATPase, decorrente da necessidade de homeostase do balanço iônico, e redução da atividade da AChE, que pode ocasionar alterações comportamentais aos animais. A bioacumulação da Ag foi observada em diferentes tecidos (sangue, brânquias, cérebro e músculo) e tempos de exposição, e se mostrou mais evidente nos grupos expostos a AgNO3 do que nos expostos a AgNPb, isso pode estar relacionado a fácil absorção dos íons prata pelo animal. A quantidade de Ag dissolvida em ambos grupos se mostraram similares, mas foram encontradas diferentes alterações fisiológicas e bioquímicas entre os grupos, evidenciando o potencial tóxico da AgNPb em P. lineatus, mesmo a baixa concentração de Ag total e curtos tempos de exposição, exigindo cuidados na manipulação das AgNPs e na sua inserção em produtos.
Descrição
Palavras-chave
Acetilcolinesterase, Anidrase carbônica, Bioacumulação, Fusarium oxysporum, Metalotioneínas