Suscetibilidade de diferentes estádios fenológicos de feijão comum às injúrias ocasionadas por Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae)

Data

2022-02-25

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Resumo

A cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) tem elevada importância como base da dieta alimentar brasileira, sendo importante fonte de renda e muito utilizada para cultivo de subsistência. A produtividade desta cultura pode ser reduzida pela ocorrência do percevejo-marrom (Euschistus heros Fabricius, 1978) (Hemiptera: Pentatomidae), considerado praga por se alimentar dos grãos, tornando-os chochos, deformados ou manchados. O efeito da alimentação de E. heros em novos cultivares de feijão é pouco conhecido, e necessita ser esclarecido para estabelecer níveis de dano e fornecer critérios técnicos para o manejo de suas populações. O estudo objetivou determinar o potencial de dano ocasionado pelo percevejo-marrom em diferentes estádios fenológicos de cultivares de feijão comum. O estudo foi conduzido, entre os meses de abril e julho de 2021, em casa de vegetação na estação experimental do IDR-Paraná, Londrina-PR. Plantas pertencentes a três cultivares de feijão (IPR Curió, IPR Sabiá e IPR Urutau) foram infestadas com percevejos adultos em seis momentos a partir do início da floração (IF, 8, 16, 24, 32 e 40 dias) e comparadas a plantas sem infestação (testemunha). Para cada momento de infestação os insetos (0,5 percevejo/planta) permaneceram confinados, por meio de uma gaiola telada durante oito dias sobre as plantas. As variáveis analisadas foram: número de flores e vagens abortadas em cada momento de infestação. Em pós-colheita foram avaliados: o número de vagens, número de lóculos totais, número de lóculos vazios, número de grãos chochos, número de grãos cheios (manchados, com puncturas e sadios), além de teste de germinação e vigor. Os dados de pós-colheita foram submetidos à análise de variância e tiveram médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (significância de 5%). Para a comparação do número de estruturas reprodutivas abortadas (vagens e flores) foi empregado o teste t entre duas amostras independentes (significância de 5%), comparando cada período de infestação com as respectivas plantas não infestadas. Neste último, não foi possível constatar diferença entre plantas com e sem infestação, exceto para o cultivar Curió, quando infestado logo após o florescimento, que resultou maiores taxas de abortamento de estruturas reprodutivas (flores e vagens). A infestação com E. heros não influenciou em perdas quantitativas, como a produção de grãos comerciais, porcentagem de grãos abortados e chochos, mas sim qualitativas, gerando feijões Tipo 2 nos cultivares Curió (aos 16 e 24 DAF), Sabiá (24 DAF) e Urutau (16 DAF) nos momentos que coincidiram com a fase de enchimento de grãos, demonstrando maior suscetibilidade para o cultivar de ciclo precoce (Curió) que obteve tal classificação em dois momentos de infestação. As puncturas ocasionadas por E. heros não reduziram vigor e germinação de sementes. Dessa forma, o dano ocasionado pelo E. heros é qualitativo e não quantitativo nos três cultivares estudados, e as fases que compreendem o final de desenvolvimento das vagens e enchimento de grãos são mais suscetíveis às injúrias ocasionadas por esses percevejos, reduzindo qualidade e depreciação do valor dos grãos durante a comercialização.

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Palavras-chave

Feijão (Phaseolus vulgaris L.), Feijão - Cultivo, Percevejo-marrom (Euschistus heros Fabricius, 1978)

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