A âncora da segurança portuária : um estudo exploratório sobre a rede de segurança do Porto de Santos

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Resumo: Os policing studies têm sido marcados por debates teóricos e normativos a respeito da posição do Estado nas atividades de segurança, cada vez mais pluralizadas e realizadas por diversos atores públicos e privados Uma perspectiva teórica e metodológica baseada no conceito de rede tem contribuído empiricamente com esses debates ao analisar as relações entre esses atores, mas ainda há muitas lacunas no conhecimento sobre as redes de segurança, quais atores ocupam posições centrais e por quais motivos Esta pesquisa contribui para o entendimento dessas questões por meio do estudo de caso da rede de segurança do maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos O objetivo é explorar quais são as organizações mais centrais dessa rede, quais recursos ou “capitais” explicam a centralidade que elas adquirem, assim como as tensões e os conflitos subjacentes Quais são as organizações com maior centralidade na rede de segurança portuária, estabelecendo mais relações, posicionando-se de modo mais próximo das demais ou intermediando um maior número relações? Quais capitais buscados e mobilizados nas relações dessas organizações influenciam a centralidade que elas ocupam? Quais as fontes das “lutas de poder” que emergem pela busca e mobilização de capitais nas relações entre essas organizações? A pesquisa partiu da hipótese de que a rede de segurança do Porto de Santos é ancorada pelo Estado, com os atores públicos apresentando maior capacidade para mobilizar diferentes tipos de capitais que lhes conferem centralidade e poder dentro da rede, mas que também geram tensões e conflitos nas relações da segurança portuária As perguntas foram respondidas a partir de dados qualitativos oriundos de entrevistas semiestruturadas em profundidade com 17 gestores das organizações públicas e privadas atuantes na segurança portuária – Cesportos; Polícias Federal, Civil e Militar; Alfândega da Receita Federal; Capitania dos Portos; Guarda Portuária; terminais portuários; empresas de segurança; consultorias; e sindicatos da classe empresarial portuária Os dados foram analisados quantitativamente por meio de análise de redes sociais e qualitativamente por meio de análise de conteúdo Os resultados demonstram que as posições centrais da rede de segurança portuária são ocupadas predominantemente por atores públicos como a Cesportos e a Polícia Federal, mas também por atores privados, como a segurança “orgânica” dos terminais portuários No entanto, o Estado representa a âncora dessa rede, uma vez que a centralidade dos atores privados nas relações da segurança portuária é “dominada” pelos capitais buscados e mobilizados por atores públicos Subjacente às relações que formam a rede de segurança portuária, tensões e conflitos emergem pela entrada, permanência e saída da rede; lógicas distintas por redes sobrepostas; bem como disputas, reivindicações, críticas e renúncias de capitais

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Palavras-chave

Portos, Medidas de segurança, Sistemas de segurança, Redes sociais, Safety measures, Security systems, Social networks, Harbors

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