Transporte de espécies químicas inorgânicas na bacia hidrográfica do Rio Doce
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Frachini, Emilli Caroline Garcia
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Resumo
Resumo: No maior desastre socioambiental do Brasil, 5/11/215, uma barragem de mineração de ferro em MG se rompeu Aproximadamente 5 milhões de m3 de resíduo de mineração foram liberados na bacia do Rio Doce, causando a destruição do vilarejo Bento Rodrigues Uma enorme pluma marrom de Lama se espalhou por todo o Rio Doce até Regência no litoral do Espírito Santo Diante da importância do impacto sofrido pela bacia, surge a questão sobre o tempo necessário para a restauração do equilíbrio nas águas da bacia Foi proposto portanto um estudo cinético de longo termo com amostras de sedimento e Lama, além de análises físico-químicas e morfológicas de amostras de Lama, solo, sedimento e água do Rio Doce, para avaliar o comportamento dos metais ao longo do tempo a partir de sorção/dessorção fracionada e modelagem matemática A concentração retida na fase sólida foi calculada a partir de balanço de massas para avaliar o comportamento do metal ao longo dos dias, e posteriormente aplicadas equações cinéticas de pseudo-primeira e pseudo-segunda ordem Fe e Si, elementos majoritários na Lama, são referentes a hematita e goetita, e ao quartzo, respectivamente, na composição mineral principal As amostras de sedimento apresentaram baixa quantidade de matéria orgânica, característica arenosa e baixos valores de superfície específica; esses fatores associados à concentração acima da média histórica de íons Mn2+, Pb2+ e As5+ na água da bacia do Rio Doce, promovem sua mobilidade ao longo da bacia O fator de sorção/dessorção (FS=D), calculado a cada intervalo de tempo, mostrou mobilização em t16 (1656 h) para todos os íons, exceto Cu e Fe, pontuando a hidrólise de Al3+ como contributiva para a diminuição do pH e a dessorção de íons metálicos, atingindo FS=D de --197 para Pb, -1,9 para Ag e -1,4 para Cd A faixa de variação do FS=D indicou que íons Mn2+, Ag+ e Cd2+ podem ser mobilizados em aproximadamente 8, 89 e 57 vezes mais do que sua concentração inicial, respectivamente Baixas constantes de velocidade de dessorção foram obtidas, resultando em altos valores para tempo de meia vida (t1=2) Nesse contexto, foi possível observar que mesmo após 2, 4 e 48 anos ainda pode ocorrer liberação de Mn2+, Ag+ e Cd2+ para o meio aquático Embora não se tenha observado alta concentração de íons tóxicos na água do Rio Doce, a mobilização metálica, em exceção ao natural, exerce pressão sobre a contaminação ao longo da bacia, causando prejuízos sem precedentes Portanto, o monitoramento e medidas de controle da bacia são imprescindíveis
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Palavras-chave
Íons metálicos, Metais, Análise, Monitoramento ambiental, Química inorgânica, Metal ions, Analysis, Environmental monitoring, Metals