Psicologia social no contexto de vulnerabilidades sociais : uma perspectiva crítica e do cotidiano
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Fuji, Sérgio Kazuyoshi
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Resumo
Resumo: A desigualdade social no Brasil impõe modos de vida bastante precários a uma grande parcela da população no país, enquanto uma pequena parte desfruta de condições privilegiadas As vulnerabilidades sociais presentes em nosso meio e que são sentidas pela população mais pobre, apresentam várias formas de restrições, violências e opressões como a precariedade das condições de moradia, a miséria, o desemprego, a baixa qualidade de ensino público, o aumento da criminalidade, a dificuldade ou ausência de acesso aos serviços básicos como saúde, saneamento básico, transporte público, entre outros, assinalam cada vez mais a relevância de refletir criticamente o modelo de sociedade contemporânea em que estamos inseridos, assim como também (re)pensar as relações de poder que atravessam as diferentes formas de sociabilidades e suas implicações nas dimensões intersubjetivas, em diversos cotidianos e realidades no país A desigualdade, que não se limita apenas às questões de ordem econômicas, apresenta, ao longo de sua construção, conflitos políticos, sociais e culturais, como o avanço do sistema capitalista neoliberal, o processo de modernização em países periféricos do capitalismo, a naturalização da subcidadania, a manutenção da colonialidade (do poder) na produção da vida em sociedade, e o racismo que tem a escravidão como matriz histórica não devidamente superada Dessa forma, somos atravessados por biopolíticas e necropolíticas que implicam em um jogo de inclusão perversa da exclusão social de pessoas desprovidas de direitos, que se somam à grande massa descartada pelo sistema capitalista, por meio de mecanismos e dispositivos presentes nos discursos e nas práticas sociais em nosso cotidiano Sendo assim, é possível apontar a coexistência de um conjunto de forças em disputa na produção científica na Psicologia, no qual se entrecruzam racionalidades normativas, coloniais e canônicas, bem como outras perspectivas mais críticas, politizadas, descoloniais e periféricas, que buscam não apenas romper com modelos dominantes e hegemônicos ou negá-los, mas, sobretudo, criar novas formas de pensar e agir sobre a realidade Para isso, é fundamental discutir algumas questões sociais e epistemológicas acerca da produção de conhecimento da Psicologia Social, explorando as dimensões de sua práxis no que se refere à atenção às condições impostas de vulnerabilidades sociais Este estudo buscou refletir sobre as fronteiras da subcidadania, dos processos de subjetivação e da produção de subjetividades marcadas pela desigualdade social, pela exclusão social, pelo racismo, pela violência e pelas diversas formas de precarização das condições de vida, a partir da práxis e da história – mnemicamente registrada - como psicólogo social comunitário, situado em cotidianos das periferias urbanas cujas situações de subcidadania se presentificam marcadamente Histórias e memórias que se desdobram em discussões em torno de uma multiplicidade de discursos e práticas no dia a dia destes lugares periféricos da cidade nos quais interagi densamente, e procurei tecer reflexões, a partir de elementos concretos dessa realidade, para contribuir e participar do diálogo com profissionais e pesquisadores que se movem no sentido de construir uma Psicologia Social comprometida social e politicamente para a conscientização/ emancipação das subcidadanias e para desconstrução das opressões e das violências naturalizadas em nosso contexto histórico
Descrição
Palavras-chave
Psicologia social, Igualdade, Subcidadania, Conscientização, Social psychology, Equality, Sub-citizenship, Awareness