Análise genômica e estudo de patogenicidade de duas cepas de Streptococcus agalactiae sorotipo III isoladas de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus)

Data

2022-04-19

Autores

Takahama, Juliana Delgado Monteiro

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

A piscicultura é um segmento da aquicultura em expansão mundial e a tilápia é o peixe mais cultivado no mundo. Devido as características do manejo, a tilápia pode ser acometida pelo Streptococcus agalactiae - uma bactéria que induz sérios danos aos peixes, pode ser transmitida aos seres humanos e levar à septicemia e morte. Este trabalho tem como objetivo descrever a caracterização genética e a patogenicidade de duas cepas de S. agalactiae sorotipo III isoladas de tilápias-do-Nilo (Oreochromis niloticus) cultivadas no Brasil através de sequenciamento, montagem e comparação do genoma, identificando e relacionando a patogenicidade das duas cepas apresentando a DL50. A recuperação das bactérias foi realizada através da inoculação das cepas de S.agalactiae sorotipo Ib, S.agalactiae sorotipo III cepas Maranhão e Recife em juvenis de tilápia-do-Nilo. Após sua recuperação, foi realizada a inoculação dessas cepas em juvenis de tilápias-do-Nilo em diferentes concentrações com repetições em triplicata para observação dos sinais clínicos de estreptococose e avaliação do índice de mortalidade para determinar a dose letal 50. A inoculação nos peixes com as cepas recuperadas de S. agalactiae sorotipo Ib causou 83,4% de morte com a terceira concentração bacteriana inoculada em quatorze dias de observação. A concentração da DL50 para esse estudo foi de 1,1x106 UFC/mL. A cepa de S.agalactiae sorotipo III Maranhão recuperada causou 56,7% de morte com a menor concentração bacteriana inoculada em quatorze dias de observação. A concentração da DL50 para esse estudo foi de 1,5x105 UFC/mL. A cepa de S.agalactiae sorotipo III Recife recuperada causou 90% de morte no aquário com maior concentração bacteriana inoculada. A concentração da DL50 para esse estudo foi de 1,1x 106 UFC/mL. Os principais sinais de estreptococose encontrados foram: escurecimento corporal, distensão abdominal, exoftalmia uni e bilateral, opacidade córnea e natação errática. O isolamento e detecção do S. agalactiae foi realizado através da técnica microbiológica de swabs do encéfalo e rim, semeado em ágar sangue e incubado a 30º C por 48h para observação da morfologia das colônias e as características hemolíticas. A análise genômica das duas cepas de S. agalactiae sototipo III revelou um perfil semelhante entre ambas. A busca dos genes de virulência revelou a cobertura de 100% em dez genes presentes nas cepas de S. agalactiae Recife e Maranhão e em treze genes da cepa de S. agalactiae Ib. Diferentemente, em comparação com os genes alvo, o gene rib apontou 16% de cobertura e 74% de similaridade na cepa Maranhão, 15% de cobertura e 74% de similaridade na cepa Recife. O gene bac apresentou 51% de cobertura e 98% de similaridade nas cepas Maranhão e Recife. A cepa Ib apresentou 19% de cobertura e 74% de similaridade com o gene alvo do gene rib. Portanto, por ser uma cepa recentemente encontrada em tilapiculturas no Brasil, sugerimos aprofundar os estudos do S. agalactiae sorotipo III para diminuir as perdas econômicas e aumentar a segurança sanitária.

Descrição

Palavras-chave

Streptococcus agalactiae, Tilápia, Genoma, Sequenciamento, Patogenicidade, Genética

Citação