Caracterização de enterobacteriaceae produtoras de ESBL, AmpC e carbapenemases isoladas em amostras de animais de companhia e de produção
Data
2024-06-13
Autores
Chicoski, Larissa Melo
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Resumo
O uso inadequado de antimicrobianos favoreceu a seleção e disseminação de cepas bacterianas resistentes, uma ameaça à saúde única. Enterobacteriaceae são responsáveis por infecções recorrentes e apresentam eminente resistência a medicamentos. Enzimas presentes nessas bactérias conferem resistência a beta-lactâmicos, relacionadas com falha terapêutica e alta mortalidade dos pacientes. O objetivo desse estudo foi detectar a produção de beta lactamases tipo espectro estendido (ESBL), Ampicilinase (AmpC) e carbapenemases e a presença dos genes codificadores para essas enzimas em Escherichia coli, Klebsiella spp. e Proteus spp. isolados de amostras de animais. Foram selecionados 130 isolados multirresistentes (MR), no período de seis anos (2016-2021) provenientes de secreções (otológica, nasal, leite, bile e líquido abdominal), excreções (fezes e urina) e órgãos (pele, sangue, mucosa vesical, baço, fígado, rim, endométrio, olho e articulação) de animais das espécies canina, felina, bovina, equina e de peixes. Todas as amostras foram identificadas por provas bioquímicas e submetidas ao teste de sensibilidade a aminoglicosídeos, anfenicóis, beta-lactâmicos, macrolídeos, quinolonas, sulfonamidas e tetraciclinas para classificação de grau de multirresistência, e a detecção fenotípica de produção de ESBL, AmpC e carbapenemases por teste de Hodge modificado (THM), método de inativação de carbapenêmicos (mCIM) e de inativação de carbapenêmicos com EDTA (eCIM). Realizou-se a extração do DNA dos isolados por fervura (95o por 15 minutos) seguidos da detecção de genes tipo serino-beta-lactamase, metalo-beta-lactamases e carbapenemases por de protocolos de reação de cadeia polimerase (PCR) e multiplex PCR (mPCR). Dos 98 isolados de E. coli, 87,75% foram reconhecidos como MR, sendo fenotipicamente 28,57% produtores de ESBL, 16,32% de AmpC e 22,44% de carbapenemases. Isolados de Klebsiella spp. (n=28) 85,71% foram MR, 50,0% expressaram ESBL, 14,28% AmpC, 25,0% carbapenemases. Todos os isolados de Proteus spp. expressaram presença de carbapenemases (n=4), metade foi classificada como MR e 75% dos recuperados apresentaram resistência a cefoxitina. Foram detectados genes do grupo CTX-M em 56,12% das E. coli, sendo 58,18% (32/55) CTX-M-1, 38,18% CTX-M-2, 12,72% CTX-M-8, 16,63% CTX-M-9, e do grupo AmpC em 9,18%, sendo 77,77% (7/9) CMY-2 e 11,11% DHA e FOX-1 cada. Em 82,14% das Klebsiella spp. foram detectados genes CTX-M, sendo 75,0% CTX-M-1 e 10,71% CTX-M-2. Não houve detecção de genes AmpC nesse gênero. Nenhum isolado de Proteus spp. expressou ESBL ou teve detecção do grupo CTX-M, mas em 50% foi possível detectar genes AmpC, todos CMY-2. Genes de carbapenemases foram encontrados apenas em Klebsiella spp.,1 isolado (3,57%) detectado blaKPC-2 e 2 (7,14%) blaNDM. Todos os isolados foram negativos para IMP, GIM, SIM, SPM, VIM e OXA-48. Os produtos da PCR detectados foram sequenciados e depositados no NCBI. Este estudo revela uma frequência crítica de Enterobacteriaceae que possuem genes plasmidiais de resistência antibacteriana isolado em animais, e que representam uma ameaça significativa à saúde única.
Descrição
Palavras-chave
Beta-lactamases, Bactérias resistentes a antibióticos, Escherichia coli, Klebsiella spp, Multirresistente, Proteus spp