Seletividade de mesotriona + atrazina em diferentes cultivares de soja e eficácia no controle de buva (Conyza spp.)
Data
2023-07-27
Autores
Lopes, Abilio Felipe Oliveira
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Resumo
Mesotriona e atrazina são herbicidas tradicionalmente recomendados para a cultura do milho, e não seletivos para a cultura da soja. Recentemente foi lançada no mercado uma mistura comercial de mesotriona + atrazina, com posicionamento de aplicação entre 30 e 45 dias antes da semeadura da soja, para o controle antecipado de plantas daninhas como a buva. Os objetivos deste trabalho foram: (i) avaliar a sensibilidade de diferentes cultivares de soja ao residual da mistura comercial de mesotriona + atrazina aplicadas em diferentes doses e épocas; (ii) avaliar a eficiência da mistura comercial de mesotriona + atrazina no controle de buva em comparação à atrazina isolada. Para determinar a sensibilidade das cultivares de soja foram conduzidos dois experimentos a campo, em solo argiloso. O primeiro experimento foi um fatorial 3 x 3, em que o fator A foi composto por três cultivares de soja e o fator B foi composto pela aplicação de duas doses de mesotriona + atrazina (50 + 500 g i.a. ha-1 e 100 + 1000 g i.a. ha-1, respectivamente), 45 dias antes da semeadura da soja, além da testemunha. O segundo experimento foi um fatorial 4 x 2, sendo o fator A composto por quatro intervalos entre a aplicação do herbicida e a semeadura da soja, sendo; 7, 15, 30 e 45 dias; e o fator B foi composto por testemunha e uma dose do herbicida mesotriona + atrazina (50 + 500 g i.a. ha-1). Aos 14, 21, 28, 35 e 42 dias após a semeadura (DAS) foram avaliadas a injúria causada pelo herbicida, a eficiência quântica máxima e efetiva do fotossistema II (Fv/Fm), taxa relativa de transporte de elétrons (ETR) e o teor de clorofila através do índice SPAD. Na maturação fisiológica de cada cultivar foi avaliada a produtividade de grãos. Para determinar a eficiência da mistura comercial de mesotriona + atrazina no controle de buva e estudar o potencial sinergismo entre os ingredientes ativos foi conduzido um experimento em casa de vegetação. A atrazina foi aplicada nas doses de 62,5; 125; 250; 500; 1000 e 2000 g i.a. ha-1 na formulação isolada e na formulação com mesotriona, além da aplicação isolada de mesotriona e um tratamento testemunha. Foi avaliado o controle de buva aos 7, 14, 21, 28 e 35 dias após aplicação dos herbicidas, além das massas fresca e seca da parte aérea aos 35 DAT. Para o experimento conduzido com diferentes cultivares de soja, a cultivar Brasmax Fibra apresentou maiores valores de Fv/Fm e SPAD quando comparada com as demais cultivares, mostrando uma tolerância maior ao residual do herbicida no início do desenvolvimento da cultura, aos 14 e 21 DAS. Na avaliação de produtividade não foram observadas diferenças em relação às doses de herbicida testadas, as diferenças ocorreram apenas em relação às diferentes cultivares. A aplicação de mesotriona + atrazina mostrou-se seletiva quando aplicada na cultura da soja, independentemente da dose, cultivar e época de aplicação. A atrazina apresentou controle satisfatório de buva (> 85%) apenas na dose máxima aplicada (2000 g i.a. ha-1). Já a mistura comercial de mesotriona + atrazina apresentou controle satisfatório a partir da dose de 500 g de atrazina ha-1, resultando em sinergismo pelo método de Colby. Conclui-se que a mistura comercial de mesotriona + atrazina não causa efeitos negativos sob a produtividade da soja e é eficaz no controle de buva, resultando em sinergismo.
Descrição
Palavras-chave
Carry-over, Formulação, Inibidores do fotossistema II, Inibidores da síntese de carotenoides, Sinergismo, Soja - Controle de buva (Conyza spp.), Soja - Efeito dos herbicidas, Cultivares de soja - Mesotriona e atrazina - Uso