Cuidados paliativos na atenção básica : produção de um corpo cartográfico

dc.contributor.advisorMelchior, Regina
dc.contributor.authorMarques, Emilly Pennas Marciano
dc.contributor.bancaFeuerwerker, Laura Camargo Macruz
dc.contributor.bancaLopes, Maria Lucia da Silva
dc.coverage.extent72 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-10-16T17:00:57Z
dc.date.available2024-10-16T17:00:57Z
dc.date.issued2024-02-21
dc.description.abstractOs cuidados paliativos, são ofertados aos indivíduos acometidos por doença grave com ameaça da continuidade da vida, objetivando o alívio do sofrimento biopsicossocial e espiritual para melhora da qualidade de vida do indivíduo e seus familiares. Não estamos falando sobre a possibilidade de cura ou não, mas do cuidado na finitude, considerando a morte como parte da vida. Trata-se da conexão entre a ciência e a humanidade, da integralidade do cuidado sob todas as suas dimensões, centrado no usuário e respeitando sua autonomia. O trabalho em saúde é em fundamento coletivo e os cuidados paliativos colocam em evidência essa característica e apresenta inúmeros desafios. É uma situação delicada, de nossa finitude, que é um tema sensível tanto para os trabalhadores como para os usuários, para que se alcance e promova o apoio e conforto necessário, decompondo o ordinário e compondo-se do singular. Por se tratar de um processo eminentemente longitudinal, os CP guardam estreita relação com a Atenção Básica (AB), que tem como uma de suas características acompanhar seus usuários na horizontalidade de seus cuidados, No entanto, o CP muitas vezes é compreendido como uma especialidade ou uma assistência restrita ao âmbito hospitalar, o que o coloca de certa forma distante da AB ou apenas alvo de ações pontuais. Assim, os usuários em cuidado paliativo frequentemente enfrentam um vazio assistencial, com dificuldades de acesso e de um cuidado realizado em rede. Desta maneira, o objetivo desta pesquisa foi cartografar a produção dos cuidados paliativos na AB e dar visibilidade às possibilidades e barreiras para sua produção. Para isso, recorremos a cartografia como intercessor metodológico, que possibilitou o tracejo de mapas da produção viva do trabalho e do cuidado em seu espaço micropolítico, por meio da estratégia do usuário-guia, que é como um fio condutor nos guiando pela rede de cuidado. A pesquisa aconteceu de dezembro de 2022 à maio de 2023, em uma unidade básica de saúde do município de Londrina. Durante essa cartografia, foi possível observar que o cuidado paliativo está presente, mesmo que não intencionalmente no território e de alguma forma alguns usuários entraram na linha de produção do cuidado da AB. Outros tiveram suporte familiar, especialmente no luto e apesar de algumas ofertas de suporte da Unidade Básica de Saúde, alguns usuários não foram alcançados pelo cuidado da equipe. Nos encontros com os usuários, foi possível observar o quão reconfortante é, a segurança que traz para a família e para o usuário, ter sua rede de cuidados organizada, saber quando e para onde vai se algo acontecer. Sobre o Processo de Trabalho, os trabalhadores enfrentam diversos atravessamentos que endurecem a produção do cuidado enquanto trabalho vivo. Conversas com os trabalhadores nos deram pistas dessa captura e algumas repercussões das forças biopolíticas e mercadológicas que operam em uma lógica de linha de produção no processo de trabalho dos serviços de saúde, que frequentemente resultam em sobrecarga aos trabalhadores que desejam ofertar uma boa assistência, mas não conseguem pois são interceptados pelo modelo hegemônico compartimentalizado do cuidado. Diante disso, nossas conclusões tornam-se provisórias, uma vez que o trabalho em saúde é um processo intensamente relacional e orgânico, mas marcado por apostas e disputas de projetos mais ou menos produtores de vida. Os trabalhadores podem ser dispositivos potentes para disputar outras agendas e modos de cuidado, que problematizam e dão visibilidade às múltiplas possibilidades de arranjos, no entanto, enfrentam diariamente um grande desafio com a falta de recursos, perda de integrantes da equipe por diversos motivos, dificuldade do cuidado compartilhado com outros serviços e pontos da rede e a grande demanda gerencial e territorial, gerando sobrecarga e adoecimento da equipe. É de extremamente importante e urgente que haja espaços que possibilitem a reflexão da prática e das apostas feitas no espaço micropolítico que ocupamos, que sejam investidas forças e recursos financeiros, institucionais, políticos, processuais ou não, sejam eles governamentais ou instituído pelas próprias equipes na disputa de uma AB mais forte.
dc.description.abstractother1Palliative cares are offered to individuals suffering from a serious illness that threatens the continuity of life, aiming to alleviate biopsychosocial and spiritual suffering to improve the quality of life of the individual and their family members. We are not talking about the possibility of a cure or not, but about care in finitude, considering death as part of life. It is about the connection between science and humanity, the comprehensiveness of care in all its dimensions, centered on the user and respecting their autonomy. Health work is based on a collective basis and palliative care highlights this characteristic and presents numerous challenges. It is a delicate situation, of our finitude, which is a sensitive topic for both workers and users, so that the necessary support and comfort can be achieved and promoted, breaking down the ordinary and composing the singular. As it is an eminently longitudinal process, PC has a close relationship with Primary Care (PC), which has as one of its characteristics accompanying its users in the horizontality of their care. However, PC is often understood as a specialty or assistance restricted to the hospital environment, which places it somewhat distant from PC or only the target of specific actions. Thus, users receiving palliative care often face a lack of care, with difficulties in access and network care. Therefore, the objective of this research was to map the production of palliative care in PC and give visibility to the possibilities and barriers to its production. For this, we used cartography as a methodological intercessor, which made it possible to trace maps of the living production of work and care in its micropolitical space, through the user-guide strategy, which is like a thread guiding us through the care network. The research took place from December 2022 to May 2023, in a basic health unit in the city of Londrina. During this cartography, it was possible to observe that palliative care is present, even if unintentionally in the territory and somehow some users entered the PHC care production line. Others had family support, especially in mourning and despite some offers of support from the Basic Health Unit, some users were not reached by the team's care. In meetings with users, it was possible to observe how comforting it is, the security it brings to the family and the user, having your care network organized, knowing when and where to go if something happens. Regarding the Work Process, workers face several obstacles that harden the production of care as living work. Conversations with workers gave us clues about this capture and some repercussions of the biopolitical and market forces that operate in a production line logic in the work process of health services, which often result in overload for workers who want to offer good assistance, but they cannot because they are intercepted by the hegemonic compartmentalized model of care. Given this, our conclusions become provisional, since health work is an intensely relational and organic process but marked by bets and disputes over life-producing projects. Workers can be powerful devices to dispute other schedule and modes of care, which problematize and give visibility to the multiple possibilities of arrangements, however, they face a great challenge on a daily basis with the lack of resources, loss of team members for various reasons, difficulty care shared with other services and points in the network and the great managerial and territorial demand, generating overload and illness among the team. It is extremely important and urgent that there are spaces that enable reflection on the practice and bets made in the micropolitical space that we occupy, that financial, institutional, political, procedural, or not forces and resources are invested, whether governmental or instituted by the teams themselves in the dispute for a stronger Basic Health.
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/18093
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCCS - Departamento de Saúde Coletiva
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
dc.subjectCuidados paliativos
dc.subjectEstratégia saúde da família
dc.subjectAtenção primária à saúde
dc.subjectSaúde coletiva
dc.subject.capesCiências da Saúde - Saúde Coletiva
dc.subject.cnpqCiências da Saúde - Saúde Coletiva
dc.subject.keywordsPalliative cares
dc.subject.keywordsFamily health strategy
dc.subject.keywordsPrimary health care
dc.titleCuidados paliativos na atenção básica : produção de um corpo cartográfico
dc.title.alternativePalliative care in primary care : production of a cartographic body
dc.typeDissertação
dcterms.educationLevelMestrado Acadêmico
dcterms.provenanceCentro de Ciências da Saúde

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