Sobre a tragédia, o trágico e a experiência do negativo em Schopenhauer

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Rosa, Marcelo Ribeiro

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Resumo

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a teoria da tragédia desenvolvida pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer procurando entender qual espaço este concedeu à tragédia no contexto de sua metafísica do belo e também em seu pensamento como um todo Procuraremos mostrar que o filósofo concede à tragédia um espaço central em sua metafísica do belo, pois atribui à mesma a capacidade de reproduzir de modo exemplar o drama da Vontade enquanto manifesta no mundo em seus aspectos mais intensos e contraditórios naquele que seria o seu fenômeno mais elevado: o gênero humano No entanto, para além desta concepção, explicitamente assumida pelo filósofo no texto de O mundo como Vontade e como representação, defenderemos que conquanto a tragédia seja inicialmente definida como arte representativa e enquanto tal teria como objetivo reproduzir a idéia da humanidade, a mais perfeita objetidade da Vontade, é possível pensá-la como tendo um papel que transcenderia tal finalidade Esta suspeita já encontra seus primeiros apoios no texto de O mundo que já apresenta a tragédia como uma representação que seria “uma indicação significativa da índole do mundo e da existência”, contudo passa a ter mais plausibilidade à luz de outros dois textos: Metafísica do belo e os Complementos acrescidos à guisa de comentários ao texto de O mundo quando da publicação da segunda edição desta obra Nestes textos a tragédia passa a ser associada com o sublime o que confirma o seu caráter sui generis em relação às outras artes, pois seu acesso à experiência estética se daria a partir do conflito entre o sujeito e o objeto contemplado ao contrário do que ocorreria com as outras artes que se elevariam à contemplação estética apoiadas em uma relação de harmonia entre os dois elementos que constituiriam tal experiência Um novo elemento que vem ao encontro da tese que assumimos pode ser recolhido nos Complementos, onde é sugerido que a experiência trágica nos conduziria a um conhecimento indireto da Vontade enquanto reverso do fenômeno como àquilo “que não podemos conhecer positivamente, senão somente negativamente, como aquilo que não quer a vida” Com isso se abre a possibilidade de entender a tragédia como sendo o espaço em que para além de uma representação da Vontade, também seria possível uma apresentação da mesma, como, no entanto, esta apresentação é definida como negativa, será necessário analisar o estatuto que a noção de negativo possui na filosofia de Schopenhauer para então depreender daí o sentido desse conhecimento que obteríamos da Vontade através da representação trágica

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Palavras-chave

Arte, Filosofia, Filosofia e estética, Tragédia, Filosofia alemã, Art, Philosophy, Philosophy and aesthetics, Tragedy, Philosophy, German

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