Função pulmonar, função física, atividade física e comportamento sedentário na vida diária em pacientes com DPOC

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Ferreira, Leila Donária de Oliveira

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Resumo

Resumo: Introdução: O paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresenta uma série de características que levam a diminuição da sua função pulmonar e prejuízos em sua função física, o que faz com que estes apresentem limitações para a realização de suas atividades de vida diária Além disso, esse indivíduo é menos ativo fisicamente e permanece a maior parte do seu dia em um comportamento sedentário Atualmente os pesquisadores têm como alvo torná-los fisicamente mais ativos e/ou menos sedentários, visto o impacto desse comportamento no dia-a-dia dessa população Objetivo: Estudar diferentes aspectos de variáveis relevantes da DPOC como a classificação GOLD (Global Obstructive Lung Disease) A-B-C-D função pulmonar, função física, atividade física na vida diária, comportamento sedentário e mortalidade Métodos: Três artigos originais foram desenvolvidos O primeiro estudo (1) aborda transversalmente a associação entre diferentes desfechos funcionais com a nova classificação do GOLD A-B-C-D (multidimensional) e GOLD I-II-III-IV (unidimensional) em 9 pacientes com DPOC O segundo estudo (2), também com delineamento transversal, verifica a associação da diferença entre a CVL (capacidade vital lenta) e CVF (capacidade vital forçada) com o nível de AFVD (atividade física na vida diária) em 28 pacientes com DPOC e verifica as diferenças na AFVD entre indivíduos com CVL maior ou menor do que a CVF E por fim, o terceiro estudo (3), um estudo de coorte retrospectivo, aborda o valor prognóstico de variáveis de atividade física (AF) e comportamento sedentário (CS) no intuito de prever a mortalidade em 12 pacientes com DPOC Resultados: O estudo (1) mostra que as classificações GOLD A-B-C-D e I-II-III-IV não refletem bem a funcionalidade dos pacientes com DPOC O TC6min (teste de caminhada de seis minutos) foi o único desfecho significativamente associado a ambas as classificações GOLD Boa funcionalidade avaliada pelo TC6min foi observada em 8%, 69% e 43,5% (GOLD B, C e D, respectivamente) e 81%, 59% e 29% (GOLD II, III e IV, respectivamente) Os coeficientes de associação (V Cramer’s) e correlação (Spearman) do TC6min com o GOLD multidimensional e unidimensional foram de V=,3, r=-,35 e V=,37, r=-,25; respectivamente No estudo (2) não foram encontradas correlações significativas entre CVL-CVF e as variáveis da AF no grupo geral No grupo CVL>CVF foi encontrada significância estatística na correlação entre a CVL-CVF e o tempo gasto/dia em pé (r=-,56) e sentado (r=,75) Já no grupo CVL=CVF, houve correlação significativa somente com o tempo gasto/dia em pé (r=,57) e deitado (r=-,62) E por fim, no estudo (3) observamos nas curvas de Kaplan-Meier que o número de passos/dia, o tempo ativo (atividades > 1,5 METs) e o tempo sedentário (atividades <1,5 METs) foram associados à mortalidade Na análise de regressão de COX univariada, o número de passos/dia (HR 3,1, IC 95% 1,2-8), o tempo ativo (HR 3,1, 1-5,5) e o tempo sedentário (HR 3,2, 4-7,3) foram considerados preditores de mortalidade na população referida No entanto, em uma análise multivariada, apenas o tempo sedentário foi preditor de mortalidade (HR 2,4, IC95% 1,9-8,8) Conclusões: Os três estudos desenvolvidos apresentam conclusões com potencial de aplicabilidade clínica e demonstram que os fatores pesquisados nesta tese impactam sobre diferentes desfechos em pacientes com DPOC Evidenciamos com o primeiro estudo (1) que houve associação fraca entre o GOLD (multidimensional e unidimensional) e o TC6min, e não houve associação com atividades da vida diária e o nível de AF Essa ausência de associação possivelmente está relacionada ao fato de que esses desfechos funcionais envolvem uma interação complexa, afetada não apenas por componentes físicos, mas também por fatores psicossociais, pessoais e ambientais Já no segundo estudo (2) demonstrou-se que, indivíduos com maior obstrução ao fluxo aéreo segundo a diferença CVL-CVF tendem a gastar mais tempo em atividades de menor gasto energético, que não envolvam caminhar; e o estudo (3) demonstra que, em análise de regressão multivariada, o comportamento sedentário apresenta melhor capacidade preditiva de mortalidade em pacientes com DPOC do que variáveis clássicas de AFVD como o número de passos e o tempo ativo Portanto, estratégias para reduzir o tempo sedentário podem vir a aumentar a sobrevida de pacientes com DPOC

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Palavras-chave

Pulmões, Doenças obstrutivas, Testes funcionais dos pulmões, Exercícios terapêuticos, Obstructive lung diseases, Lung function tests

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