Fenologia de espécies arbóreas de uma floresta estacional semidecidual do Sul do Brasil
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Perina, Bianca Buck
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Resumo
Resumo: As variações sazonais na precipitação, temperatura e fotoperíodo têm influência sobre a fenologia de plantas tropicais, mas a importância relativa de cada um destes fatores varia de acordo com o ecossistema estudado Neste estudo a fenologia vegetativa e reprodutiva de espécies arbóreas de uma floresta estacional semidecidual foi acompanhada durante três anos e foram analisadas as suas relações com as variáveis ambientais locais (precipitação, temperatura e fotoperíodo) As espécies foram agrupadas por síndrome de dispersão de diásporos, a fim de verificar se houve diferença no padrão de dispersão de cada grupo Também foi verificado se os padrões fenológicos encontrados são sazonais e se são similares entre anos consecutivos O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual Mata dos Godoy, localizado no limite sul da zona tropical (23º27’ S e 51º15’ W), Estado do Paraná, Brasil O clima da região é subtropical úmido, e não apresenta uma longa estação seca, embora possam ser definidas duas estações, uma úmida e quente de outubro a março e outra mais seca e fria de abril a setembro As observações fenológicas foram realizadas mensalmente em 568 indivíduos pertencentes a 6 espécies arbóreas Foram calculados, para cada mês, a proporção de espécies em cada fenofase e o percentual de intensidade de Fournier de cada fenofase As fenofases observadas foram: brotamento, abscisão foliar, botões florais, antese, frutos imaturos e dispersão Para testar a ocorrência de sazonalidade nas fenofases foi utilizada a estatística circular, e para avaliar as relações entre as variáveis abióticas consideradas e as fenofases foi utilizado o coeficiente de correlação de Sperman (rs) O teste Kruskal-Wallis (H) foi aplicado para verificar se houve diferença na proporção de espécies em atividade fenológica para cada fenofase entre os anos A queda foliar foi maior tanto em intensidade como em proporções de espécies entre os meses de junho a outubro, especialmente em agosto, e foi seguida pelo brotamento que ocorreu principalmente entre os meses de agosto a novembro, juntamente com a maior produção de botões florais A antese se deu entre setembro e novembro para a maioria das espécies Maior proporção de espécies com frutos imaturos foi observada de novembro a fevereiro A dispersão ocorreu continuamente para a comunidade, mas as maiores proporções de espécies foram observadas entre janeiro e fevereiro para as espécies zoocóricas, e entre julho e agosto para as anemo e autocóricas, respectivamente Os testes de sazonalidade mostraram que a comunidade arbórea apresenta, em geral, padrões fenológicos pouco sazonais, diferente do observado em outras florestas semidecíduas brasileiras Tal sazonalidade, embora menos pronunciada, provavelmente ocorre em resposta às variações na precipitação, temperatura e fotoperíodo, uma vez que houve muitas correlações entre a maioria das fenofases e estas variáveis, sobretudo com o fotoperíodo e a temperatura Em geral, não houve diferença nas fenofases entre os anos de estudo Esta previsibilidade fenológica e a forte relação entre algumas fenofases e o clima médio sugerem que as variações interanuais na precipitação e temperatura são menos importantes para as espécies estudadas
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Palavras-chave
Fenologia, Florestas tropicais, Fenologia vegetal, Vegetação e clima, Plant ecology, Phenology, Plant phenology, Rain forests, Vegetation and climate