As raízes espraiam-se : Kehinde, Ifemelu e Ponciá

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Vedovatte, Vanessa Germanovix

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Resumo: Esta tese analisa três obras literárias contemporâneas de autoras negras: Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves (218), Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo (217) e Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie (213), sendo as duas primeiras brasileiras e esta última nigeriana O enfoque é dado a partir dos deslocamentos espaciais percorridos pelas protagonistas-heroínas dos romances e como esses deslocamentos espaciais horizontais refletem em deslocamentos verticais subjetivos e identitários Derivada da teoria do radicante, formulada pelo crítico de arte e teórico francês Nicolas Bourriaud (211), permeia na tese a metáfora botânica relacionada a raízes, a fim de analisar a relação das personagens com as suas terras natais, a forma como cada uma é desarraigada de suas origens, além do contato com cada solo por onde passam O formato da trajetória das três protagonistas consiste no movimento de partida, chegada ao novo local e retorno às origens, assim como a estrutura proposta na jornada do herói de Joseph Campbell (27) A partir dessa formalização, a pesquisadora junguiana Maureen Murdock (199) elaborou a jornada da heroína, cujas etapas envolvem a jornada de individuação da mulher, sobretudo no contexto da contemporaneidade, preenchendo lacunas deixadas pela jornada masculina Ambos os modelos de jornada figuram ao longo da tese visando o enriquecimento e aprofundamento da análise, contudo, sem tentar uma adequação forçada dos romances dentro desses moldes A presente pesquisa reivindica sua originalidade tanto na intenção de analisar comparativamente as três obras selecionadas quanto na abordagem dada à análise e às interpretações tendo como fundamentação as teorias do radicante juntamente com as jornadas míticas Além disso, o estudo visa explorar a condição da mulher negra, sendo representada por cada heroína em determinado contexto histórico, social e geográfico: Kehinde representa as africanas sequestradas violentamente pelo tráfico atlântico no século XIX para serem escravas no Brasil Colônia Ponciá vem das primeiras gerações após a abolição da escravidão brasileira, que imaginava a partida para a cidade grande como oportunidade para uma vida melhor Ifemelu é a mulher africana do século XXI, cosmopolita que, apesar das dificuldades vividas como estrangeira e negra, pode escolher em qual país viver para estudar, trabalhar e escrever sobre raça e tornar-se referência para que outras mulheres embarquem em suas jornadas

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Palavras-chave

Ficção, História e crítica, Escritoras negras, Heroínas na literatura, Radicante, History and criticism, Women authors, Black, Heroines in literature, Radicant, Fiction

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