Mecanismos de ação do óxido nítrico em modelo experimental de irradiação UVB na pele de murinos

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Malachias, Vânia Aparecida Terra

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Resumo: A irradiação UVB estimula a produção de radicais livres causando lesões oxidativas na pele que podem resultar na aceleração do envelhecimento e o desenvolvimento de doenças cutâneas malignas O presente estudo avaliou o estresse oxidativo e nitrosativo na pele de camundongos após a irradiação UVB e determinou as espécies reativas formadas imediatamente, 6hs e 24hs após a radiação UVB Além disso, demonstrou o mecanismo de ação do óxido nítrico (NO) na lesão cutânea e na modulação da proliferação celular Ainda com o objetivo de estabelecer o modelo experimental de irradiação aguda por UVB eficiente para testes com antioxidantes avaliamos o mecanismo protetor da genisteína, neste modelo experimental Neste estudo para que os níveis de NO fossem avaliados foi necessário adaptar e validar uma técnica por quimiluminescência (QL) utilizada anteriormente por outros autores em tempo real em rim e coração para amostras congeladas e a fresco de pele de murinos A técnica descreve a reação entre o NO e H2O2-luminol Durante a validação, utilizamos além da pele, músculo gastrocnêmio de ratos e dois sistemas químicos geradores de NO (Nitroprussiato de sódio- NPS e iodeto de potássio em meio ácido) Através do uso de cPTIO (inibidor de NO), foi confirmado que o NO é de fato a molécula que reage com H2O2-luminol durante a reação de QL, observado pela inibição da emissão de fótons em todos os sistemas estudados Durante a reação do NO e H2O2-luminol, utilizamos também os inibidores histidina, manitol e superóxido dismutase (SOD), específico para 1O2, radical hidroxil (OH) e ânion superóxido (O2 •), respectivamente e observamos que os resultados obtidos nos sistemas químicos e biológicos foram semelhantes aos descritos por outros autores Conforme descrito as espécies emissoras de fótons, resultantes da reação entre o NO e H2O2-luminol, são o peroxinitrito (ONOO-) ou oxigênio singlet (1O2) Concluímos que a reação rápida, sensível e específica do NO com H2O2-luminol por QL, acontece em sistema químico e biológico e pode ser utilizado para examinar o papel do NO em processos fisiopatológicos, ampliando a utilização deste método para diferentes amostras à fresco e congeladas Ainda neste estudo utilizamos outras metodologias descritas anteriormente através da reação de QL avaliamos o estresse oxidativo ou nitrosativo após a radiação aguda por UVB na pele pela formação de lipoperóxidos de membrana resultante da reação lipoperoxidativa iniciada por radicais livres e a capacidade antioxidante total (TRAP) do tecido A atividade da enzima catalase (CAT) e níveis de glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG) foram analisadas por espectrofotometria O estudo da modulação na proliferação celular foi realizado por imunohistoquímica através dos marcadores, PCNA, VEGF, Ki67, p53 e marcação da apoptose (Tunel) Os resultados mostraram a formação de lipoperóxidos de membrana na pele imediatamente após a radiação UVB, com níveis superiores após 24hs sendo que após 6hs não ocorreu lesão lipoperoxidativa A redução da capacidade antioxidante total da pele foi observada somente imediatamente após a radiação UVB Quando os animais swiss foram tratados com desferroxamina (DFX, quelante de ferro inibindo formação?OH), histidina (inibidor 1O2), AG e L-Name (inibidores de iNOS e cNOS, respectivamente), houve diminuição da formação de lipoperóxidos de membrana imediatamente após a radiação UVB A redução da capacidade antioxidante total só não foi revertida com o tratamento com inibidores de NOS Concluímos que imediatamente após a radiação UVB, diferentes espécies reativas, como o ?OH, 1O2 e NO participam do estresse oxidativo e nitrosativo na pele de camundongos swiss A intensa lesão lipoperoxidativa após 24hs da UVB foi acompanhada por altos níveis de NO Ainda neste tempo, houve redução da atividade da CAT e dos níveis de GSH, com aumento da GSSG, sugerindo acúmulo de H2O2 Este acúmulo resultou na reação entre H2O2 e NO gerando ONOO-, que é a espécie reativa responsável pela nitração de proteínas, conforme observado pela intensa marcação de nitrotirosina neste tempo A análise histológica dos camundongos hairless tratados com AG e L-Name mostrou preservação tecidual que pode ser confirmada pela diminuição dos lipoperóxidos de membrana, na marcação da nitrotirosina assim como nos níveis de NO e proporcionou o aumento da proliferação celular avaliada pelo aumento dos marcadores PCNA e VEGF Concluímos que após 24hs da radiação UVB, o NO é principal responsável pelo estresse nitrosativo na pele de camundongos hairless e swiss, bem como pela modulação da proliferação celular O tratamento com genisteína (1 mg/kg) antes da radiação UVB mostrou pela análise histopatológica preservação tecidual sendo que a superfície epitelial permaneceu intacta A ação protetora da Genisteína contra a lesão na pele após 24hs da radiação UVB, foi confirmada pela redução na formação de lipoperóxidos de membrana e na marcação da nitrotirosina embora os níveis de NO permanecessem elevados Houve estimulação na proliferação celular avaliada pelo PCNA, VEGF, Ki67, p53 e diminui a apoptose Estes resultados revelaram que a genisteína possui ação protetora contra o estresse nitrosativo na pele após 24hs da radiação UVB, provavelmente pela sua ação scavenger de H2O2 evitando a formação de ONOO- Neste estudo mostramos a importante participação do NO na patogenia da pele provocada pela radiação UVB e sugerimos este modelo experimental para a avaliação dos mecanismos protetores de substâncias antioxidantes

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Palavras-chave

Patologia experimental, Pele, Efeito da radiação, Estresse oxidativo, Radicais livres, Experimental pathology, Oxidative stress, Free radicals (Chemistry), Nitric oxide, Cell proliferation, Mice as laboratory animals, Effect of radiation on, Skin

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