Acesso e permanência de pessoas com deficiência visual no ensino superior : análise dos indicadores educacionais brasileiros

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Eches, Elisabete Cristina Pereira

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Resumo

Resumo: Os indicadores educacionais subsidiam a formulação de políticas públicas, logo, são dados de extrema relevância para o campo da educação A primeira instituição de ensino brasileira voltada para pessoas com deficiência, criada em 1854, atendia estudantes com deficiência visual Atualmente, pesquisas apontam o aumento da matrícula de pessoas com deficiência no Ensino Superior nos últimos anos, logo entende-se a necessidade de obter informações sobre o acesso e permanência de pessoas com deficiência visual neste nível de ensino Deste modo parte-se do seguinte problema: sendo as matrículas das pessoas com deficiência visual no Ensino Superior brasileiro o segundo maior índice entre o público-alvo da Educação Especial, qual o contexto do acesso e permanência desses indivíduos nesse nível de ensino, a partir dos indicadores educacionais da última década? Este trabalho objetivou analisar o acesso e permanência de pessoas com deficiência visual no Ensino Superior, com base no Materialismo Histórico e no Materialismo Cultural, a partir dos dados dos indicadores educacionais brasileiros dos últimos dez anos Desse modo, utilizou-se o software estatístico SPSS para acessar os microdados Em seguida, os dados foram analisados, discutidos e apresentados neste trabalho Dessa maneira, os resultados encontrados foram: 1 na última década, entre as pessoas com deficiência, há maior número de matrículas daquelas que têm deficiência visual no Ensino Superior; 2 a maioria do público estudado é oriunda de escola pública, mas está matriculada em instituições privadas; 3 a maioria dos estudantes com deficiência visual no Ensino Superior é branca e isso se manteve em todos os anos; 4 a maior parte das pessoas com deficiência visual que acessam o Ensino Superior estava em cursos noturnos; 5 o maior acesso se deu por meio de vestibular; 6 a reserva de vaga mais utilizada foi de ensino público e não a de deficiência, assim como foi utilizada por poucos estudantes; 7 o maior índice dos recursos de acessibilidade voltados para pessoas com deficiência visual e disponibilizados nos cursos superiores é de 55%; 8 o índice de acessibilidade arquitetônica dos locais de oferta dos cursos esteve abaixo de 49%; 9 os professores com deficiência visual no Ensino Superior representam o segundo maior índice entre os professores com deficiência, contudo a maioria é do sexo masculino e branca Mediante os resultados encontrados, pôde-se concluir que apesar da existência de diversas políticas públicas que favoreçam a inclusão e ações afirmativas, criadas principalmente a partir dos anos 2, sua efetivação tem sido deficitária, pois: o maior acesso das pessoas com deficiência visual ao Ensino Superior se dá em instituições privadas; há pouco uso de reserva de vagas; há falta de recursos humanos e de acessibilidade tecnológica e arquitetônica; há pouco acesso dos negros a esse tipo de ensino

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Palavras-chave

Deficientes visuais, Ensino superior, Evasão universitária, Prevenção, Deficiência visual, People with visual disabilities, College dropouts, Visual impairment, Mainstreaming in education, Prevention, Higher education

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