Quantificação de danos e desempenho de fungicidas no controle da mancha branca do milho: uma metanálise

Data

2022-03-23

Autores

Oliveira, Karla Braga de

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Resumo

Acompanhando o crescimento na produtividade da cultura do milho, fatores de ordem biótica passaram de “pouco importantes” a ameaças a produção sustentável-econômica da cultura. Reduções de produtividade associadas a doenças foliares como a mancha branca tem ocorrido de forma endêmica nas principais regiões produtoras do Brasil. No presente estudo, buscamos i) quantificar a relação entre a severidade da mancha branca e a produtividade do milho (kg ha-1) (Artigo A) e ii) estimar a eficiência de controle e a resposta de produtividade de aplicações de fungicidas no controle da doença (Artigo B). Uma abordagem metanalítica foi adotada para estabelecer o coeficiente de dano global e relativo, utilizando o gradiente de severidade gerado pelo efeito de diferentes tratamentos com fungicidas foliares avaliados em ensaios de campo conduzidos entre 2016 a 2020. A eficiência de azoxistrobina + difenoconazol + clorotalonil; azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe; piraclostrobina + epoxiconazol; piraclostrobina + fluxapiroxade; piraclostrobina + fluxapiroxade + mefentrifluconazol; trifloxistrobina + protioconazol + bixafen foi sumarizada quantitativamente para estimar a média e a heterogeneidade da resposta dos tratamentos no controle da mancha branca, além da produtividade. Baseado nos modelos de efeito aleatórios, o coeficiente de dano global calculado foi -70,89 kg para uma produtividade de 7.940 kg ha-1 e o dano potencial relativo calculado em -0,89%. Para cenários de baixa (<6.000 kg ha-1) e alta (=6.000 kg ha-1) produtividade, o coeficiente de dano estimado através de modelos mistos foi de -73,08 e -82,75 kg, respectivamente. Nessas condições, o dano potencial relativo para cada ponto percentual de severidade da mancha branca foi de 1.086% (baixa) e 0.922% (alta). Todos os seis fungicidas proporcionaram resposta de produtividade (>1.000 kg ha-1) superior a testemunha sem aplicação. A média de eficiência de controle da mancha branca (%C) e o retorno de produtividade (Y) entre os tratamentos com aplicações de fungicidas variaram de 61,3 a 74,2 e 1.019,4 a 1.337 kg ha-1, respectivamente. A %C e o Y foi maior para as misturas triplas de sítio específicos piraclostrobina + fluxapiroxade + mefentrifluconazol (%C 74 e Y 1.337 kg ha-1) e trifloxistrobina + protioconazol + bixafen (%C 71,8 e Y 1.287,2 kg ha-1). Os três tratamentos com menores %C da mancha branca também apresentaram as menores respostas de produtividade em relação a testemunha sem aplicação, com valores de Y 1.057,5 kg ha-1 para azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, 1.092,5 kg ha-1 para azoxistrobina + difenoconazol + clorotalonil e 1.019,4 kg ha-1 para a mistura dupla piraclostrobina + epoxiconazol. Os resultados apresentados neste estudo reforçam a importância do uso de fungicidas foliares no controle da doença para manutenção do potencial produtivo de híbridos de milho suscetíveis à mancha branca e podem ser úteis para o cálculo do limiar de dano econômico.

Descrição

Palavras-chave

Milho - Cultivo, Milho - Doença, Milho - Mancha branca, Milho - Fungicida

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