Uma análise das declarações de B. F. Skinner sobre a ciência

dc.contributor.advisorLaurenti, Carolina
dc.contributor.authorDias, Eduardo Benetelli
dc.contributor.bancaLopes, Carlos Eduardo
dc.contributor.bancaPompermaier, Henrique Mesquita
dc.coverage.extent114 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-10-11T14:15:20Z
dc.date.available2024-10-11T14:15:20Z
dc.date.issued2023-12-18
dc.description.abstractO comportamentalismo radical foi definido por B. F. Skinner como a filosofia da ciência do comportamento. Como uma filosofia da ciência, o comportamentalismo aborda, dentre outros temas, questões que vão desde a definição do que é conhecimento científico até discussões sobre aspectos metodológicos de uma disciplina. Na história do comportamentalismo radical, uma das principais preocupações de Skinner estava relacionada à elaboração de uma epistemologia que fundamentasse uma psicologia científica pautada no estudo do comportamento. Contudo, as propostas de Skinner para a construção dessa ciência sofreram alterações ao longo dos anos. Nesse sentido, esta pesquisa teórico-conceitual buscou avaliar as declarações de Skinner sobre ciência ao longo das décadas de produção acadêmica do autor. Para isso, foi realizada uma investigação conduzida em três etapas. Na primeira, foram identificadas e descritas declarações skinnerianas sobre ciência em textos que compreenderam seis décadas da produção intelectual do autor (de 1930 a 1980). Foram selecionados 27 capítulos oriundos de 11 livros de Skinner, cujos índices remissivos indicam a existência de conteúdos relacionados ao tema da ciência. Na segunda etapa, as declarações de Skinner sobre ciência foram categorizadas e sintetizadas. Na terceira, foram comparadas, por décadas, a fim de encontrar semelhanças e diferenças entre elas. Em seguida, foram separadas entre declarações referentes à lógica interna da ciência e à prática científica, com discussões sobre algumas implicações epistemológicas. É possível afirmar que Skinner mantém parte de suas posições sobre ciência ao longo dos anos, como a adoção do método indutivo, a busca por regularidades no fenômeno comportamental e as críticas às hipóteses dedutivistas. Por outro lado, também pode-se observar a existência de mudanças no discurso skinneriano sobre ciência, que vai de uma discussão inicialmente focada em declarações sobre a lógica interna da ciência (e.g., métodos indutivo e hipotético-dedutivo) para abarcar também a própria prática científica (e.g., a relação entre ciência e sociedade, entre cientista e comunidade verbal, entre ciência e cultura). Mais precisamente, a discussões sobre a relação entre ciência e questões sociais é iniciada a partir da década de 1940; a ênfase no caráter prático da ciência se inicia na década de 1950 e ganha mais força nas décadas seguintes e o debate entre ciência e planejamento cultural ganham ênfase nas décadas de 1970 e 1980. Esse movimento aproxima Skinner da pragmática da investigação científica e de uma tendência naturalista na epistemologia. Contudo, por mais que Skinner tenha adotado a perspectiva naturalista selecionista para tratar da espécie, do comportamento e de práticas culturais, não foram identificadas evidências robustas da extensão dessa interpretação (i.e., em termos de variação, seleção e retenção) para própria ciência, seja de seu funcionamento ou de seu modo de evolução. Não obstante esse aspecto, este estudo sugere que a extensão de uma concepção selecionista para a compreensão da ciência, ainda por ser feita no comportamentalismo, não só é consistente com as mudanças identificadas nas declarações skinnerianas, mas seria um passo importante de ser dado em direção a uma epistemologia evolutiva de ciência
dc.description.abstractother1Radical behaviorism was defined by B. F. Skinner as the philosophy of the science of behavior. As a philosophy of science, behaviorism addresses, among other topics, issues ranging from the definition of scientific knowledge to discussions on methodological aspects of a discipline. In the history of radical behaviorism, one of Skinner's main concerns was related to the development of an epistemology that would underpin a scientific psychology based on the study of behavior. However, Skinner's proposals for constructing this science underwent changes over the years. In this sense, this theoretical-conceptual research aimed to assess Skinner's declarations about science throughout the decades of the author's academic production. To achieve this, an investigation was conducted in three stages. In the first stage, Skinner's declarations on science were identified and described in texts spanning six decades of the author's intellectual production (from 1930 to 1980). Twenty-seven chapters from 11 books by Skinner were selected, whose indexes indicated the existence of content related to the theme of science. In the second stage, Skinner's declarations on science were categorized and synthesized. In the third stage, they were compared by decades to find similarities and differences among them. Subsequently, they were separated into declarations related to the internal logic of science and scientific practice, with discussions on some epistemological implications. It can be asserted that Skinner maintains some of his positions on science over the years, such as the adoption of the inductive method, the search for regularities in behavioral phenomena, and criticism of deductive hypotheses. On the other hand, changes in Skinner's discourse on science can also be observed, moving from an initially focused discussion on declarations about the internal logic of science (e.g., inductive and hypothetico-deductive methods) to encompass the actual scientific practice (e.g., the relationship between science and society, between scientist and verbal community, between science and culture). More precisely, discussions on the relationship between science and social issues begin in the 1940s; the emphasis on the practical nature of science begins in the 1950s and gains strength in the following decades, while the debate between science and cultural planning gains prominence in the 1970s and 1980s. This movement aligns Skinner with the pragmatics of scientific investigation and a naturalistic trend in epistemology. However, despite Skinner adopting a naturalistic selectionist perspective to address species, behavior, and cultural practices, robust evidence of the extension of this interpretation (i.e., in terms of variation, selection, and retention) to science itself, either in its functioning or its mode of evolution, was not identified. Notwithstanding this aspect, this study suggests that extending a selectionist conception for understanding science, yet to be undertaken in behaviorism, is not only consistent with the changes identified in Skinner's declarations but would be an important step toward an evolutionary epistemology of science
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/18024
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCCB - Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Análise do Comportamento
dc.subjectComportamentalismo Radical
dc.subjectCiência
dc.subjectConhecimento Científico
dc.subjectSkinner
dc.subjectEpistemologia
dc.subjectAnálise do comportamento
dc.subject.capesCiências Humanas - Psicologia
dc.subject.cnpqCiências Humanas - Psicologia
dc.subject.keywordsRadical Behaviorism
dc.subject.keywordsScience
dc.subject.keywordsScientific Knowledge
dc.subject.keywordsSkinner
dc.subject.keywordsEpistemology
dc.titleUma análise das declarações de B. F. Skinner sobre a ciência
dc.title.alternativeAn analysis of B. F. Skinner’s declarations on science
dc.typeDissertação
dcterms.educationLevelMestrado Acadêmico
dcterms.provenanceCentro de Ciências Biológicas

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