Influência da rede micorrízica comum em espécies de plantas das diferentes fases da sucessão

Data

2022-12-14

Autores

Bertagnoli, Breynner Gustavo Pavão

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Editor

Universidade Estadual de Londrina

Resumo

Resumo: Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) que colonizam a raiz de uma planta podem, ao mesmo tempo, colonizar a raiz de outras plantas da mesma ou de espécies diferentes, formando uma rede de comunicação subterrânea denominada de rede micorrízica comum (RMC). As plantas podem utilizar a RMC como via de competição e suprimir outras plantas através da assimetria na distribuição de recursos disponibilizados pela RMC, podendo alterar a dinâmica da comunidade de plantas e dos grupos ecológicos da sucessão, sobretudo no estabelecimento e crescimento de plântulas. Desse modo, o objetivo geral foi avaliar a influência da RMC originada de plantas juvenis e adultas no estabelecimento e crescimento de plântulas dos diferentes grupos ecológicos da sucessão, sendo uma gramínea, uma arbórea pioneira e uma arbórea secundária tardia. As plantas utilizadas foram: a gramínea invasora Brachiaria brizantha, a arbórea pioneira Heliocarpus popayanensis e a arbórea secundária tardia Cariniana estrellensis, ambas nativas da Floresta Estacional Semidecidual do Sul do Brasil. As plantas cresceram em substrato composto por solo fértil e areia esterilizada na proporção de 3:1 e com 640 esporos de FMA nativos por grama de solo. Foi determinado o conteúdo de macro e micronutrientes das plântulas, plantas juvenis e plantas adultas. Os parâmetros de crescimento das plântulas avaliados foram: altura, número de folhas, área foliar, massa seca da raiz e da parte aérea, razão raiz:parte aérea, resposta competitiva e taxa de crescimento relativo. A assimilação líquida de CO2 e a colonização micorrízica das raízes foram quantificadas nas arbóreas juvenis e B. brizantha adulta. A RMC originada pela gramínea B. brizantha adulta suprimiu fortemente as plântulas das três espécies avaliadas, inclusive provocando a morte da H. popayanensis. A RMC originada pela planta juvenil de H. popayanensis suprimiu moderadamente as plântulas das três espécies avaliadas e a RMC originada pela planta juvenil de C. estrellensis suprimiu fracamente as plântulas das três espécies avaliadas. Quando a parte aérea da B. brizantha foi podada, os efeitos negativos sobre as plântulas das três espécies foram interrompidos. Porém, após os rebrotamentos, a supressão retornou. Além disso, quando houve interrupção da RMC, os efeitos negativos sobre as plântulas foram eliminados totalmente. O mecanismo de recompensa recíproca atuante na RMC conduziu o fluxo de nutrientes em direção à planta com maior assimilação líquida de CO2 (maior produção de fotoassimilados), a qual contribuiu com maior quantidade de carbono para os fungos da RMC. Dessa forma, houve a formação de um gradiente de supressão de plântulas e a força de supressão foi inversamente relacionada com o avanço dos grupos ecológicos de plantas da sucessão, sendo representado da seguinte forma: B. brizantha > H. popayanensis > C. estrellensis.

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Palavras-chave

Recompensa recíproca, Fungo micorrízico arbuscular, Gramíneas invasoras, Arbóreas nativas, Reflorestamento

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