Concordância verbal e variação no ensino fundamental e médio
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Carvalho, Maria Cristina Mortean
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Resumo
Resumo: A língua portuguesa ensinada na rede oficial, não é a mesma língua materna utilizada pelos alunos ao entrarem na escola A língua que as crianças levam para escola, muitas vezes desprestigiada e estigmatizada, gera, nos aprendizes, de um modo geral, preconceitos como o de não saberem e de julgarem a sua própria língua difícil A essa realidade, Kato (1998) chama de diglossia Para constatar a afirmação da autora, ocorrências de concordância verbal foram levantadas com a finalidade de verificar qual o parâmetro desse fenômeno utilizado pelas crianças quando entram na escola Com a utilização da metodologia sociolingüística, buscou-se comparar a linguagem de alunos matriculados na 1ª série do ensino fundamental com a de alunos de 1ª série do ensino médio, com o objetivo de observar quais conteúdos, sobre a concordância verbal, a escola ensinou nesse período de 8 anos Os dados colhidos, por meio de narrativas orais gravadas em áudio, foram tratados estatisticamente pelo programa computacional VARBRUL No trabalho em pauta, os dados apontam que os alunos, ao realizarem a concordância verbal, o fazem de forma diversa da regra existente na gramática normativa ensinada comumente na escola, utilizando, na maioria das vezes, alterações fonéticas, trocando, por exemplo, prenderam por prendero Há, também uma preferência pelo uso do singular e pelas 1ª e 3ª pessoas Os alunos da 1ª série do ensino médio não se utilizam tanto da alteração fonética para realizar a concordância verbal na linguagem oral, no entanto, as “violações” das regras de concordância verbal da norma padrão ficam mais evidentes e, em textos escritos, as alterações fonéticas não aparecem Por meio de pesquisas realizadas com a metodologia sociolingüística, fica patente a importância da escola na aprendizagem da língua padrão, porém nem sempre a escola leva em consideração que o aluno já possui um domínio considerável de sua língua E, por outro lado, a variação lingüística e a linguagem oral (variante em que se dá comumente a variação) nem sempre são matéria de discussão e estudo na sala de aula A partir dessas constatações, percebe-se a necessidade de ensinar, não o que os alunos já sabem, mas analisar e refletir sobre aquilo que eles já sabem para poder descobrir e dominar diversas modalidades da língua para ampliação dos seus horizontes lingüísticos
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Palavras-chave
Língua portuguesa, Concordância, Diglossia (linguística), Comunicação oral, Comunicação escrita, Portuguese language, Diglossia (linguistics), Written discours, Oral communication