Análise de parâmetros histopatológicos e bioquímicos no fígado de ratos após administração de baixas doses do inseticida clorpirifós durante o período peripuberal
Data
2024-05-09
Autores
Santos, Letícia Cavalcante dos
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Resumo
O clorpirifós é um inseticida pertencente à classe dos organofosforados, sendo o grupo com maiores casos de intoxicação. O uso de clorpirifós foi proibido em diversos países da União Europeia, e sua regulamentação no Brasil está em análise, entretanto, segue sendo comercializado. O fígado exerce importante função na metabolização de substâncias tóxicas, sendo o primeiro alvo dos efeitos de toxicidade. A fase peripuberal é de grande importância no desenvolvimento, sendo suscetível à ação de agentes tóxicos. Com isso, o objetivo deste estudo foi analisar se a exposição a baixas doses de clorpirifós durante a fase peripuberal, causa alterações hepáticas em ratos Wistar. Foram utilizados 18 ratos com 25 dias de idade. Os animais foram distribuídos igualmente em 3 grupos (n=6 grupo), sendo: GC, G5 e G15. Os animais do grupo GC receberam doses diárias do veículo (óleo de milho) via gavagem, enquanto os grupos G5 e G15 receberam via gavagem doses diárias de 5 e 15 mg/kg de clorpirifós diluído no veículo, respectivamente. O período do experimento ocorreu durante 40 dias consecutivos. Ao final deste período, os animais foram pesados, anestesiados e eutanasiados, o sangue foi coletado e as amostras do plasma destinadas aos ensaios bioquímicos (enzimas hepáticas e albumina). O fígado dos animais foi retirado, pesado, seccionado, fixado e destinado às avaliações histopatológicas de esteatose, inflamação lobular, degeneração hidrópica e fibrose, para determinação da ocorrência de Doença Hepática Esteatótica Associada à Disfunção Metabólica (MALSD). Não foram encontradas diferenças no peso corpóreo, consumo alimentar e concentração glicêmica dos animais. O consumo hídrico foi reduzido nos animais que receberam doses de 15 mg/kg. Nos achados histológicos, foi encontrado grau leve de esteatose no grupo G15, ausência de focos inflamatórios e degeneração hidrópica em todos os grupos experimentais, indicando uma incerteza para manifestação de MALSD nos animais administrados com doses de 15 mg/kg. Nos resultados bioquímicos não foram encontradas diferenças na concentração plasmática das enzimas ALT e AST, e houve aumento significativo na concentração plasmática de albumina nos animais que receberam doses de 5 e 15mg/kg de clorpirifós. Conclui-se que a administração de baixas doses de clorpirifós causa toxicidade hepática leve, mantendo a arquitetura tecidual parcialmente preservada em ratos machos peripuberais. Os resultados apresentados para as concentrações plasmáticas de albumina foram inconclusivos, porém indicam que pode haver comprometimento da função hepática, mesmo em resposta a baixas doses do inseticida.
Descrição
Palavras-chave
Hepatotoxicidade, Doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica, Organofosforados