Acúmulo de biomassa em sítios de restauração de floresta estacional semidecidual no norte do Paraná

Data

2023-02-27

Autores

Lemos, Giovanna Gulaeff

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Resumo

A restauração florestal permite a retomada da estocagem do carbono atmosférico (C), afetada com a degradação ambiental e fragmentação de florestas nativas, podendo ser quantificada a partir da biomassa aérea seca (BAS). A partir do monitoramento a longo prazo do acúmulo de BAS, bem como de outros parâmetros, é possível estimar o progresso da restauração. Considerando isso, objetivamos com este estudo realizar um novo censo em seis reflorestamentos de Floresta Estacional Semidecidual, previamente amostrados em 2010 e 2017, a fim de investigar o acúmulo de BAS e a recuperação das áreas ao longo do tempo. Foram amostrados e identificados todos os indivíduos lenhosos com diâmetro do caule na altura do peito (DAP) maior que 1,9 cm, enquanto a BAS e o estoque de C foram calculados para os indivíduos com DAP > 5 cm. As variáveis densidade de indivíduos, BAS, área basal e densidade média da madeira foram comparados entre os três censos, bem como a riqueza de espécies. Também foram calculadas as taxas de incremento de BAS e mortalidade referente ao último censo. Para o censo de 2022, das 70 espécies registradas, 43 apresentaram indivíduos com DAP mínimo para participarem do cálculo de BAS, que teve média de 80 ? 6 Mg/ha (40 ? 3 Mg C/ha). Entre os anos de 2017 e 2022, foi observada manutenção dos valores das variáveis BAS e densidade média da madeira, ocorrendo aumento da densidade de indivíduos e área basal de 2010 para 2022. Analisando individualmente as áreas, foi possível constatar, inclusive, queda da BAS para o censo atual. Também foi encontrado redução das taxas de incremento, sugerindo que os reflorestamentos não estão acumulando carbono no mesmo ritmo, bem como taxas de mortalidade elevadas para as áreas onde a redução da BAS foi significativa. Considerando que mais de 70% da BAS está concentrada nos indivíduos adultos plantados, e muitos apresentam sinais de senescência, a mortalidade desses não parece estar sendo compensada pelo ingresso de novos indivíduos, sugerindo estagnação do estoque de BAS, tendo em vista a ausência de relação entre este e a densidade de indivíduos. Além disso, a maior parte das espécies encontradas são as que foram utilizadas no plantio inicial de mudas, apontando para um baixo ingresso de espécies não pioneiras, longevas e com alta densidade específica da madeira, que permitiriam o aumento da capacidade armazenamento do carbono e por longos períodos. Dessa forma, o acúmulo e o estoque de BAS acabam sendo limitados, ficando abaixo dos padrões de referência regionais. Ainda não é possível afirmar se o acúmulo de biomassa será retomado nos próximos anos, representando esse um momento de oscilação, porém, devido a pouca idade dos reflorestamentos, era esperado que ainda apresentassem um aumento dos estoques de BAS, não os padrões encontrados. Considerando isso, a manutenção do monitoramento a longo prazo auxiliará na compreensão dos padrões de acúmulo de BAS, além de elucidar as causas dos fenômenos encontrados, permitindo um melhor manejo dessas áreas em restauração

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Palavras-chave

Reflorestamento, Carbono, Biomassa acima do solo, Mata Atlântica, Ciências biológicas

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