Staphylococcus aureus resistente à meticilina : determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, fatores de virulência e diversidade genética

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Oliveira, Caio Ferreira de

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Resumo

Resumo: Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista que pode causar desde doenças de pele e tecidos moles a infecções disseminadas fatais No início da década de 194, as infecções causadas por esta bactéria foram tratadas com penicilina, logo após a sua introdução na terapia clínica No entanto, o surgimento de isolados resistentes a este antimicrobiano levou ao desenvolvimento de penicilinas semissintéticas (meticilina) Crucialmente, em 1961, o primeiro relato de S aureus resistente à meticilina (MRSA: methicillin-resistant S aureus) foi descrito no Reino Unido Atualmente, MRSA é uma das principais causas de infecções relacionadas à assistência à saúde (HA-MRSA: healthcare-associated MRSA) em todo o mundo, e em adição, isolados desta espécie bacteriana tem emergido como uma das principais causas de infecções em indivíduos saudáveis em ambientes comunitários (CA-MRSA: community-associated MRSA) Nos dias de hoje, as comunidades médica e científica são desafiadas com a emergência de S aureus resistentes aos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina), uma das últimas escolhas para o tratamento intravenoso de infecções causadas por cepas de MRSA A partir deste novo cenário, observou-se o surgimento de VRSA (vancomycin-resistantS aureus), VISA (vancomycin-intermediate S aureus) e hVISA (hetero-VISA)MRSA constitui-se em um dos principais agentes de infecções em pacientes atendidos no Hospital Universitário de Londrina, PR Assim, o objetivo deste trabalho foi determinaro perfil de sensibilidade a antimicrobianos, fatores de virulência e diversidade genética de isolados clínicos de MRSA Foram utilizados 123 isolados clínicos de MRSA de pacientes assistidos no HU, entre janeiro de 21 e junho de 213 A maioria dos isolados foi obtida de amostras de sangue (43/123; 34,95%), seguido por fragmento de tecido (21/123; 17,7%) Todos os isolados foram sensíveis a linezolida e teicoplanina e resistentes à penicilina e cefoxitina A maioria dos isolados apresentou resistência a oxacilina (116/123; 94,31%), eritromicina (116/123; 94,31%), ciprofloxacina (114/123; 92,68%) e clindamicina (113/123; 91,87%)A maioria dos isolados (73; 59,35%) foi sensível à vancomicina e destes, 62 (5,41%) apresentou CIM (Concentração Inibitória Mínima) de 2,µg/mLTodos os isolados apresentaram o gene icaA, e 112 isolados (91,5%) apresentaram os genes hlb e hld Em relação à tipagem de SCCmec, o tipo II foi o mais freqüente entre os isolados (66; 53,66%), seguido pelo SCCmec tipo I (28; 22,76%) A partir da genotipagem por rep-PCR e análise do dendograma, os isolados foram reunidos em 17 grupos, denominados de A à Q, adotando-se 65% de similaridade O grupo E reuniu a maioria dos isolados (5), seguido pelo grupo F (16) e H (14) Assim, observa-se que não há disseminação clonal de MRSA no HU, e que os isolados apresentam resistência heterogênea aos antimicrobianos O trabalho contribuirá para adoção de medidas de controle da infecção hospitalar, assim como embasamento para o tratamento de infecções por S aureus

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Palavras-chave

Estafilococos aureos, Genética, Antibióticos beta-lactâmicos, Drogas, Resistência em microorganismos, Staphylococcus aureus, Drug resistance in micro-organisms, Virulence (Microbiology), Genetics

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