Avaliação de modificações músculoesqueléticas aos 60 e 180 dias após indução experimental de enfisema pulmonar
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Sábio, Laís Roberta
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Resumo
Resumo: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é grande causa de morbidade e atualmente considerada 3ª causa de morte a nível mundial O desconforto dos indivíduos está relacionado principalmente com as manifestações sistêmicas, como perda de massa muscular e fadiga A doença progride lentamente ao longo de anos Vários estudos relatam que os músculos esqueléticos periféricos de pacientes com enfisema pulmonar apresentam níveis elevados de espécies reativas e que estas possuem papel sinalizador na adaptação muscular devido à mudança na estrutura de proteínas e estímulo de vias proteolíticas no tecido Considerando que a DPOC progride lentamente e que a capacidade de adaptação do músculo esquelético é influenciada pelo tempo e intensidade a vários estímulos, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar manifestações musculoesqueléticas e a possível influência do estresse oxidativo (EO) sobre a oxidação de proteínas e adaptação do músculo esquelético aos 6 e 18 dias após a indução experimental de enfisema pulmonar Hamsters Syrian Golden machos (n=8/grupo; 9-13g) foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos: (1) controle-salina 6 dias (CS6); (2) controle salina 18 dias (CS18): instilação intratraqueal de ,3 mL de NaCl ,9%; (3) enfisema 6 dias (E6); enfisema 18 dias (E18): 1,25 UI de papaína em ,3 mL de NaCl ,9% Após o tempo experimental, os animais foram pesados e eutanasiados para coleta do lobo médio do pulmão direito, o sangue e os músculos gastrocnêmios O músculo foi pesado e utilizado para as análises de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), proteínas carboniladas (PC), glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG), produtos provenientes da oxidação avançada de proteínas (AOPP), atividade citrato sintase e proteólise O sangue foi utilizado para quantificar níveis de TNF-a e IL-1ß O estabelecimento do enfisema pulmonar nos dois grupos instilados com papaína foi verificado por meio da diminuição significava dos interceptos alveolares cruzados (IAC) em relação aos respectivos controles (C6: 6918±164 e C18: 668±162; E6: 4863±224 e E18: 4823±14 IAC) Esses resultados demonstram que a doença não foi progressiva com o tempo Apenas o grupo E18 apresentou diminuição significativa do peso final corporal e decréscimo significativo no peso do gastrocnêmio de 13,21% comparado ao CS18 Ainda, o índice de caquexia apresentado por E18 foi significativamente maior que o apresentado pelo grupo E6 (1761±215% e 477±15% respectivamente) Quanto aos parâmetros de EO, E6 apresentou aumento significativo dos níveis de PC e diminuição significativa dos níveis de GSH e GSSG em relação a CS6 O grupo E18 apresentou recuperação dos níveis de GSH e redução dos níveis de PC quando comparado ao E6 A atividade proteassomal aumentou significativamente com o tempo no grupo C18 (C6: 49517 ± 9879, e C18: 132466±17828 URL/mg proteína) As análises de TBARS, atividade da citrato sintase e AOPP não demonstraram diferenças significativas Tendo em vista que neste modelo a doença não foi progressiva, esses resultados permitem concluir que o músculo esquelético se adapta fortemente influenciado pelo tempo de exposição à doença, o que deve ser considerado em modelos de enfisema pulmonar induzido em animais
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Palavras-chave
Enfisema pulmonar, Sistema musculoesquelético, Papaína, Estresse oxidativo, Emphysema, Pulmonary, Papain, Oxidative stress