Características clínicas, fatores de risco e desfecho do doente crítico crônico em um hospital universitário

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Capeletti, Meriele Morete

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Resumo

Resumo: Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva foram desenvolvidas para manter artificialmente as funções vitais temporariamente prejudicadas por um insulto agudo Com a evolução das abordagens terapêuticas avançadas houve o crescimento de um número de pacientes que sobrevivem ao insulto agudo, porém permanecem com alguma disfunção orgânica Esse fenômeno é chamado de Doente Crítico Crônico Esta condição é um sério e crescente problema de saúde nos países, com elevados custos É uma definição recente na literatura e existem poucos dados epidemiológicos publicados, em especial na América Latina Objetivo: Descrever a incidência, as características clínicas e epidemiológicas do Doente Crítico Crônico e os fatores de risco para a cronificação do paciente crítico em unidade de terapia intensiva de um hospital universitário Método: Estudo longitudinal retrospectivo realizado no período de 29 a 216 com pacientes adultos admitidos na unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário de Londrina Os pacientes foram divididos em dois grupos: Doentes Críticos Crônicos e doentes críticos agudos Doente Crítico Crônico foi definido pela presença de pelo menos uma das condições a seguir: ventilação mecânica por pelo menos 96 horas, traqueostomia, sepse, hemorragia intracraniana, paciente neurológico, traumatismo cranioencefálico, pós-operatório de neurocirurgia e coma, associadas a tempo de internação na UTI maior ou igual a oito dias Os critérios de exclusão foram presença de dados incompletos no prontuário e readmissões na UTI As variáveis analisadas como fatores de risco independentes para a cronificação do doente crítico foram idade, sexo, uso de droga vasoativa única e múltipla, hemodiálise, ventilação mecânica na admissão, doença crônica, categoria admissão clínica, pós-operatório eletivo e de urgência As variáveis avaliadas como fatores de risco para óbito hospitalar entre os doentes críticos crônicos foram idade, sexo, escores Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II), Therapeutic Intervention Scoring System-28 (TISS 28), Sequential Organ Failure Assessment (SOFA), presença de sepse, ventilação mecânica por pelo menos 96 horas, traqueostomia e neurocrítico Resultados: Foram incluídos 544 pacientes no período do estudo, dos quais 31,8% eram Doentes Críticos Crônicos Houve tendência de aumento na incidência do Doente Crítico Crônico ao longo dos anos do estudo (p= ,1) Os fatores de risco para a cronificação do doente crítico foram sexo masculino (odds ratio - OR: 1,18; intervalo de confiança - IC 95% 1,2 – 1,36), uso de droga vasoativa única (OR 1,37; IC 95% 1,17 – 1,61), ventilação mecânica na admissão (OR 6,91; IC 95% 5,7 – 8,38) e categoria admissão clínico (OR 1,45; IC 95% 1,24 – 1,7) Entre os Doentes Críticos Crônicos os fatores de risco para o óbito hospitalar foram idade (1,4; IC 95%1,3 – 1,4), escore APACHE II (1,5; IC 95% 1,4 – 1;7), ventilação mecânica por pelo menos 96 horas (3,89; IC 95% 2,16 – 7,) e traqueostomia (1,35; IC 95% 1,6 – 1,71) As condições mais frequentemente encontradas como critério diagnóstico, nos Doentes Críticos Crónicos, foram sepse (47,4%), presença de traqueostomia (45,%) e ventilação mecánica por pelo menos 96h (95,6%) Conclusão: Foi observada elevada incidência do Doente Crítico Crônico nesse estudo em comparação com a literatura, além de tendência de aumento da incidência ao longo dos anos As condições predominantemente encontradas no Doente Crítico Crônico foram ventilação mecânica prolongada, presença de traqueostomia e sepse Os fatores de risco para a cronificação do doente crítico foram sexo masculino, uso de droga vasoativa única, ventilação mecânica na admissão e paciente clínico Os fatores de risco para o óbito entre os Doentes Críticos Crônicos foram idade, escore APACHE II, ventilação mecânica por pelo menos 96 horas e presença de traqueostomia

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Palavras-chave

Tratamento intensivo, Doentes em estado crítico, Doenças crônicas, Chronic diseases, Critical care medicine

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