Acibenzolar-s-methyl no desenvolvimento inicial de plântulas de feijão-comum submetidos a déficit hídrico
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Furlan, Felipe Favoretto
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Resumo
Resumo: As plantas estão a mercê de uma série de agentes, bióticos ou abióticos, capazes de influenciar de maneira deletéria seu rendimento final Dentre eles, a disponibilidade hídrica aparece como fator limitante para o desenvolvimento vegetal, uma vez que a maior porcentagem das reações metabólicas, da germinação até a maturação de sementes, está intimamente relacionada com a presença da água Assim, em condição de déficit hídrico, as plantas ativam mecanismos de defesa para atenuar os problemas gerados, inclusive o combate ao estresse oxidativo Este processo é mediado pela presença de enzimas antioxidativas, capazes de reduzir a ação dos radicais livres, sendo que a produção destas é estimada pela presença de ácido salicílico (AS) Neste contexto, a aplicação de produtos que estimulam a síntese de AS torna-se viável, uma vez que o acúmulo deste composto pode induzir a produção de enzimas antioxidantes, essenciais no processo de indução de resistência sistêmica adquirida (RSA) Assim, o acibenzolar-s-methyl (ASM) aparece como alternativa na indução da RSA, pois é um composto sintético, de baixa toxicidade e precursor da cadeia de síntese de AS Com base no exposto, o objetivo foi caracterizar a dinâmica de absorção de água em sementes de feijão-comum em relação a composição centesimal, mineral e bromatológica acondicionadas em ambientes com e sem restrição hídrica; além de avaliar o efeito de doses de acibenzolar-s-methyl (ASM) aplicadas no tratamento de sementes no desenvolvimento inicial de plântulas de feijão-comum submetidos ao estresse hídrico e foi avaliar a o efeito da aplicação de acibenzolar-s-methyl no tratamento de sementes sobre o desenvolvimento vegetativo e atividade fisiológica de plantas de feijão-comum Dividiu-se o trabalho em experimentos distintos: O primeiro foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes (LAS) utilizando sementes de genótipos de feijão-comum dos grupos preto (IPR Tuiuiú, IPR Uirapuru e IPR Gralha) e carioca (IPR Tangará, IPR Campos Gerais e IPR Curió) Para a caracterização da curva de embebição, realizou-se 1 repetições por genótipo, sendo que as sementes foram acondicionadas em câmaras de umedecimento com diferentes potenciais osmóticos, sem e com restrição hídrica (-,4 MPa), totalizando 12 unidades experimentais Aquelas sem restrição hídrica foram pesadas a ,5; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 9; 12; 15; 24; 3; 36 horas, já para aquelas com restrição, adicionou-se dois tempos, 48 e 72 horas Simultaneamente, a caracterização da curva de embebição determinou-se a composição centesimal, mineral e bromatológica, com o intuito de verificar sua relação com a taxa de absorção de água Para as horas de embebição foi aplicado análise de regressão até o polinômio de terceiro grau e, posteriormente, realizou-se a correlação de Pearson com as características químicas em cada tempo e condição hídrica O segundo experimento foi realizado no LAS e conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com esquema fatorial 5x4, sendo cinco concentrações de acibenzolar-s-methyl (ASM) (,62; ,125; ,25 e ,5 g de Bion 5 WG®) e quatro condições hídricas (,; -,2; -,4 e -,8 MPa), sendo cada tratamento constituído por oito repetições sendo considerado cada rolo de germinação uma unidade experimental Utilizou-se sementes de feijão-comum pertencentes ao grupo carioca (Cultivar Campos Gerais), sendo assim avaliou-se o potencial fisiológico das sementes e a atividade enzimática do metabolismo de defesa vegetal O terceiro foi conduzido em casa de vegetação, com delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4 (IPR Uirapuru, IPR Curió, IPR Gralha e IPR Campos Gerais) x 2 (com e sem restrição hidrico) x 2 (acibenzolar-s-methyl (ASM) e equivalente em água), com quatro repetições, totalizando 64 unidades experimentais Em relação ao primeiro experimento, foi possível verificar que sementes de feijão-comum acondicionadas em ambiente sem restrição hídrica necessitam de 36 horas para emitirem os primórdios radiculares, enquanto aquelas em ambiente com restrição hídrica (-,4 MPa), precisam de 72 horas Não houve diferença no processo de embebição para os genótipos de feijão-comum dos grupos preto e carioca, independente ao ambiente de acondicionamento Porém, ao alterar o ambiente de acondicionamento, ocorre oscilação na correlação dos componentes químicos e na absorção de água, sendo que a hemicelulose, o cálcio, o manganês e o cobre apresentaram correlação positiva com a absorção de água nas primeiras horas do processo A celulose apresentou correlação negativa com a absorção de água nas primeiras horas de embebição e, com restrição hídrica, a presença de proteína aumentou sua influência neste processo Já, para o segundo, foi verificado que a aplicação de ASM proporcionou a manutenção dos níveis inicias do potencial fisiológico de sementes, sendo a dose de ,13 gramas de Bion suficiente Os níveis de proteínas e catalase aumentam conforme elevou-se o nível de estresse e a dose de ASM, porém o oposto foi constatado para a peroxidase e a fenilalanina amônia liase Com relação ao estresse hídrico, verificou-se que a partir de -,8 MPa ocorreu um decréscimo no potencial fisiológico das sementes, independente a dose de ASM aplicada Por fim, de acordo com o terceiro, o tratamento de sementes com ASM reduziu o periodo de estádio vegetativo do feijoeiro, assim como o número de vagens, sendo que as plantas cultivadas com restrição hídrica emergiram de forma tardia, e sinalizaram uma redução na concentração de clorofila b A aplicação de ASM no tratamento de sementes resultou na redução da área foliar total de plantas durante o florescimento e, quando associado a restrição hídrica, apresentou os menores índices Concluiu-se que de acordo com a intensidade da condutância estomática foi possível mensurar o estresse fisiológico das plantas
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Palavras-chave
Feijão comum, Ácido salicílico, Antioxidantes, Estresse oxidativo, Déficit hídrico, Common bean, Salicylic acid, Antioxidants, Oxidative stress, Water deficit