Níveis séricos de prata encontrados em pacientes queimados e avaliação de sua toxicidade em cultura de leucócitos de indivíduos saudáveis
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Mimura, Erika Cristiane Mayumi
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Resumo: A sulfadiazina de prata 1% (SSD) é utilizada no tratamento dos pacientes queimados há aproximadamente 5 anos A absorção sistêmica ocorre nas primeiras horas após a utilização da SSD Trabalhos descrevem a toxidade da SSD em culturas de células, utilizando valores arbitrários de concentração de prata Objetivos: 1) Determinar os níveis séricos de prata (Ag1+) em pacientes queimados tratados com sulfadiazina de prata; 2) avaliar a produção de espécies reativas de oxigênio e citocinas em cultura de células (monócitos e polimorfonucleares) expostos a concentrações de prata semelhantes às encontradas nos pacientes queimados Materiais e Métodos: Fase I (dosagem de prata sérica): coletadas amostras de sangue dos pacientes no momento de sua admissão no Centro de Tratamento de Queimados e posteriormente, nos dias 3, 5, 1 e 3 respectivamente A quantificação de prata (Ag1+) foi realizada utilizando espectrometria de massas Fase II : avaliação da toxicidade da prata em cultura de células mononucleares e polimorfonucleares Valores de prata adicionados à cultura de células foram estimados baseados nos níveis séricos encontrados nos pacientes queimados,: zero - controle; 1,3 µg L-1; 8,5 µg L-1; 19,5 µg L1; 39 µg L-1; 78 µg L-1; 195 µg L-1 e 26 µg L-1 Viabilidade, apoptose celular e produção de espécies reativas de oxigênio foram avaliadas por citometria de fluxo Quantificação de interleucinas foi determinada pelo método Cytometric Bead Array Resultados: Foram avaliados 2 pacientes (19 do sexo masculino e 1 paciente do sexo feminino), com idade média de 33 anos e média de superfície corporal queimada de 27,68% Houve uma correlação entre os níveis de prata atingidos no terceiro dia e a superfície corporal queimada (r = ,5457 e p = ,128) A média dos valores séricos da prata aumentou 3,4 vezes entre o terceiro e o primeiro dia, e 5,5 vezes entre o quinto e o primeiro dia Foi realizada comparação entre os valores séricos de Ag1+ dos pacientes em relação à média dos valores encontrados em indivíduos não expostos, chegando a 1 a 13 vezes no D3, quase 3 vezes no D5 e 5 vezes no D1 A presença de íons Ag1+ nos meios de cultura não alterou a viabilidade nem a apoptose das células, não havendo diferença estatisticamente significativa (p = ,4813 e ,4179 respectivamente) A produção de espécies reativas de oxigênio pelos polimorfonucleares diminuiu, à medida que a concentração de prata aumentou nos meios de cultura (r = - ,9846 e p = ,46) Houve correlação positiva entre a produção de IL6 e IL1 e o aumento na concentração de prata (p = ,72 e r = ,881, e p = ,2 e r = ,8571 respectivamente) Conclusão: Esses achados sugerem os íons de prata possam contribuir para a manutenção de um estado pró-inflamatório deletério, diminuindo um mecanismo de defesa primária (burst respiratório) e favorecendo a manutenção de IL-1 e IL-6 elevadas, podendo contribuir para os desfechos negativos decorrentes da queimadura
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Palavras-chave
Queimaduras, Unidade de tratamento de queimados, Células, Cultura e meios de cultura, Scalds, Burn care units, Culture of cells