Mudanças na microbiota fecal de bovinos de corte causadas pelo confinamento e pela ingestão de virginiamicina

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Bessegatto, José Antonio

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Resumo

Resumo: Antibióticos são frequentemente fornecidos como promotores de crescimento para animais de produção Entretanto, as consequências desta prática sobre a microbiota intestinal e as mudanças ao longo do tempo são pouco entendidas O objetivo deste estudo foi caracterizar as mudanças na microbiota intestinal de bovinos de corte induzidas pelo confinamento e pelo uso da virginiamicina como antibiótico promotor de crescimento (APC) Dois grupos de bovinos em início de confinamento (G1 e G2) foram divididos em dois lotes de tratamento: um deles com virginiamicina (ATB) e outro como controle (CON) recebendo a mesma alimentação, sem o antibiótico O G1 era composto por 5 animais (machos e fêmeas) e o G2 por 36 animais, todos machos Amostras fecais foram coletadas na chegada, no meio (após período de adaptação de 25 dias) e na saída para o abate Cento e quarenta e quatro amostras foram utilizadas para a extração de DNA e sequenciamento da região V4 do gene 16S bacteriano utilizando a plataforma Illumina MiSeq Os animais foram pesados na entrada e na saída do confinamento para o cálculo de ganho médio diário (GMD), usado para comparação entre os animais CON e ATB de cada grupo Uma alíquota de cada amostra da chegada (36) e da saída (36) dos animais do G2 foi utilizada para determinar a susceptibilidade da bactéria Escherichia coli a diferentes antibióticos As bactérias do filo Firmicutes foram as mais abundantes durante todo o período experimental O filo Verrucomicrobia apresentou alta abundância relativa na chegada ao confinamento, mas foi suprimido pelas mudaças da dieta Proteobactérias aumentaram estatisticamente até o momento da saída Houve maior abundância relativa de Spirochaetes no meio do confinamento nos animais que recebiam virginiamicina no G1, enquanto no G2 Actinobacteria teve maior abundância relativa no meio e na saída nos animais do CON No G1, maior abundância relativa no meio do confinamento dos generos Treponema spp, Clostridium sensu stricto spp e Clostridium XI spp foi presente nos animais do ATB Enquanto no G2, maior abundância relativa de Bifidobacterium spp e menor de Clostridium XIVa spp foi observada no meio do confinamento nos animais que recebiam a dieta sem virginiamicina Na saída, houve maior abundância relativa das bactérias Clostridiales, Ruminococcaceae e Clostridium XIVa spp e menor abundância de Bifidobacterium spp nos animais que recebiam virginiamicina O confinamento causou mudanças importantes na composição e na estrutura da microbiota fecal, porém, a virginiamicina teve efeito mais evidente na composição, sugerindo que o antibiótico afetou as espécies raras presentes no intestino dos bovinos, mas não as espécies mais abundantes O GMD e o peso final não diferiram entre os animais suplementados com virginiamicina e os animais que não recebiam antibiótico Apenas 2% das E coli isoladas da chegada e ,2% da saída apresentaram resistência a algum antibiótico, sendo que o uso de virginiamicina não influenciou a taxa de resistência As diferenças encontradas entre os grupos G1 e G2 sugerem que as variações nas condições do estudo são importantes e podem afetar a microbiota intestinal Portanto, deve-se ter cautela quando da interpretação e da extrapolação dos resultados de diferentes estudos

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Palavras-chave

Bovino de corte, Bovino, Alimentação e rações, Antibióticos na nutrição animal, Beef cattle, Antibiotics in animal nutrition

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