Brandzilla : o poder devorador da imagem técnica na publicidade
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Maranho, Elisa Peres
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Resumo
Resumo: A profusão de imagens no século XX supera qualquer outro momento da história da imagem no Ocidente, sendo a maior parte dessas imagens oriundas da mídia e principalmente da publicidade De acordo com Vilém Flusser, as imagens produzidas pela mídia e pela publicidade são técnicas, ou seja, imagens produzidas a partir de textos científicos Enquanto as imagens tradicionais tinham como referente o mundo concreto, servindo como mapa que orientava a visualidade, as imagens técnicas buscam criar uma visão de mundo tendo como referência os textos técnicos, os quais dão suporte para a cultura visual deste século Partindo da discussão proposta por Flusser a respeito do universo das imagens técnicas, esta pesquisa questiona a utilização de técnicas da publicidade cujo foco é a automatização do comportamento do consumidor diante da marca, oferecendo uma análise crítica do processo de abstração e automatização da publicidade inserida hoje no contexto do capitalismo tecnológico A metodologia baseia-se em pesquisa bibliográfica e documental, principalmente na leitura dos conceitos de aparelho de Vilém Flusser, iconofagia de Norval Baitello Junior, capitalismo tecnológico de Raúl Eguizábal, e na análise do guia de marketing HumanKind, publicado pela agência Leo Burnett em 21 A partir da análise foi possível identificar que o que está em jogo no processo de abstração e automatização da publicidade é o exercício da vontade do consumidor nas relações de consumo e a supressão da alteridade Na economia da gula, apresentada por Flusser, inverte-se o vetor consumidor-consumo para dar vazão a toda produção exacerbada do mercado Essa inversão torna-se possível mediante o enfraquecimento da potência do corpo em meio aos processos de abstração, e assim as imagens técnicas da publicidade podem orientar a percepção das pessoas sobre si mesmas, seus propósitos e causas com as quais desejam se engajar Logo, a marca programa sua imagem para que o consumidor possa se identificar com ela –para que ao final do processo o consumidor passe a identificar-se a partir dela A marca deixa de ser o “outro” da relaçãode consumo e passa a ser a própria imagem do consumidor, já sem a negatividade e resistência que se apresenta frente a alteridade Como crítica propositiva, apresenta-se como uma possibilidade de desconstrução desse cenário o retorno a uma prática profissional que contemple a criatividade variável, que pode ser resgatada a partir de uma visão de jogo contra o aparelho em que esteja presente o espírito lúdico e o risco
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Palavras-chave
Publicidade, Imagem, Capitalismo, Publicity, Imaging, Capitalism