Gestos de ensinar e de aprender gêneros textuais : a sequência didática como instrumento de mediação
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Barros, Eliana Merlin Deganutti de
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Resumo
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo geral a validação didática da metodologia de ensino-aprendizagem da língua proposta por pesquisadores da Universidade de Genebra filiados ao Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), em um contexto específico da escola pública brasileira Essa metodologia, já validada no contexto suíço, parte do pressuposto de que o ensino da língua deve centrar-se no desenvolvimento de capacidades de linguagem do aluno, a partir da apropriação de práticas linguageiras (re)configuradas em modelos textuais tipificamente estruturados, a saber, os gêneros textuais Para mediar o agir do professor nesse processo de apropriação, o ISD elaborou uma engenharia didática consubstanciada em dois instrumentos centrais: o modelo teórico/didático do gênero (explicitação das suas dimensões ensináveis) e o procedimento sequência didática (SD – atividades sequenciadas de ensino centradas em um gênero de texto) A validação a que se propõe a pesquisa tem por finalidade investigar todo o processo da implementação de um projeto de escrita baseado na transposição didática de um gênero, articulando três elementos essenciais desse processo: a) os objetos/instrumentos de ensino; b) os alunos e o desenvolvimento de suas capacidades linguageiras; c) o professor no seu agir didático O objeto central da investigação é uma pesquisa de campo, de caráter colaborativo-intervencionista, desenvolvida em uma escola estadual da periferia da zona Norte de Londrina, em colaboração com uma professora recém-ingressa à carreira docente, em uma turma do sexto ano do Ensino Fundamental O gênero escolhido como objeto unificador da sequência didática foi a carta de reclamação, configuração genérica da prática linguageira: reclamação de um cidadão a um órgão público para solucionar um problema da comunidade O processo de validação abrangeu tanto a transposição didática externa do objeto de ensino (transformação dos saberes científicos em saberes a ensinar), como a transposição didática interna (transformação dos saberes a ensinar em saberes ensinados e aprendidos) No primeiro locus foram alvos de análise: o processo de escolha do objeto de ensino; a modelização do gênero carta de reclamação; a planificação da SD, com suas atividades, tarefas e dispositivos didáticos; a interação pesquisador-professora no processo de formação continuada Já no segundo locus, o da transposição didática externa, o foco recaiu sobre: o uso da sequência didática como instrumento mediador do ensino da língua; a mobilização, pelo professor, de gestos didáticos fundadores e específicos; o uso dos dispositivos didáticos elaborados para a SD; o desenvolvimento das atividades e tarefas; as reconcepções em relação ao trabalho planificado; a mobilização de saberes e capacidades docentes; a atividade de escrita da carta de reclamação; o desenvolvimento de capacidades linguageiras em relação à carta de reclamação De forma geral, o procedimento SD se mostrou um ótimo instrumento no processo de letramento de uma prática linguageira, desde que não seja tomado como uma ferramenta redutora, inflexível, e desde que o professor esteja capacitado para a tarefa de desenvolvimento do projeto de escrita subjacente a essa metodologia O ideal é que os cursos de formação inicial e continuada começassem a se mobilizar para dar conta desse processo de capacitação, uma vez que esse procedimento é uma das opções mais concretas para responder a uma pergunta que vem intrigando muitos educadores: “como” concretizar as novas concepções de linguagem e de ensino que sustentam as diretrizes educacionais em vigor?
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Palavras-chave
Gêneros textuais, Linguagem e línguas, Estudo e ensino, Interacionismo sociodiscursivo, Professores de línguas, Text genres, Study and teaching, Socio-discursive interactionism, Formation, Applies linguistics, Didactics, Teacher training, Teachers of lang