Biomassa de árvores grandes na Floresta Estacional Semidecidual no norte do Paraná
Data
2021-09-27
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual de Londrina
Resumo
Resumo: As florestas tropicais armazenam grandes quantidades de carbono (C) na vegetação em sua biomassa. Ao menos metade desse carbono está acumulado nas árvores grandes (AGs). No entanto, as ameaças às florestas tropicais, devido principalmente às ações antrópicas (desmatamento, degradação e fragmentação), têm colocado em risco esse armazenamento em escalas locais e globais. O objetivo geral deste estudo foi quantificar e examinar a dinâmica dos estoques de biomassa acima do solo (BAS) em fragmentos da Floresta Estacional Semidecidual e medir os efeitos do histórico de degradação na dinâmica da estrutura e composição da vegetação incluindo as AGs (árvores com diâmetro ≥ 50 cm). No capítulo 1, foi examinado o efeito do histórico da extração seletiva de madeira na BAS, densidade de indivíduos, na média ponderada da densidade da madeira entre classes de tamanho, e a densidade de indivíduos tolerantes e intolerantes à sombra e composição das espécies. No capítulo 2, foi avaliado o efeito do tamanho do fragmento florestal (34-670 ha) e da categoria de conservação (Unidade de Conservação e Reserva Legal) no armazenamento da BAS, na BAS das AGs e o acúmulo da biomassa em relação ao aumento das taxas de mortalidade, no interior dos fragmentos florestais. No capítulo 3, através de um gradiente borda-interior (0-250 m) foram avaliadas a distribuição, a BAS e indicadores de saúde (quebras no tronco e galhos, morte parcial da copa, infestação por fungos, lianas e cupins) das árvores com diâmetro ≥ 50 cm vivas e mortas em pé em fragmentos de 34 a 670 ha. O histórico de extração seletiva de madeira afetou a vegetação levando a menores estoques de BAS e menor densidade de indivíduos lenhosos nos fragmentos que foram explorados. O efeito determinante na redução da BAS foi a mudança na frequência das espécies entre grupo ecológico, áreas exploradas passaram a concentrar BAS em indivíduos intolerantes à sombra, com menor densidade da madeira que acumulam menos biomassa, levando a diferenças expressivas da BAS armazenada em florestas sem histórico de exploração. O tamanho dos fragmentos florestais também influenciou o armazenamento da BAS. No entanto, as áreas inseridas em Unidades de Conservação e grandes apresentaram mais BAS, mais BAS nas AGs. Fragmentos maiores apresentaram AGs em melhores condições de saúde e que continham maior biomassa. Para a quantidade de AGs mortas em pé, o efeito de borda (até 200 m) foi mais forte do que o efeito do tamanho do fragmento. Os problemas de saúde das AGs mais frequentes foram morte parcial da copa, infestação por lianas e cupins. Os resultados deste trabalho mostram a importância das AGs na manutenção dos estoques de carbono da Floresta Estacional Semidecidual. A alteração dos grupos ecológicos, causada tanto pelo histórico de extração de madeira como intensificada pela fragmentação, compromete a composição e dinâmica das espécies que atingem grandes diâmetros e armazenam metade da BAS da vegetação. Assim, a conservação dessas áreas e a redução das atividades humanas podem vir a minimizar esses impactos.
Abstract: Tropical forests stock large amounts of carbon (C) in vegetation in its biomass. At least half of this carbon is in large trees (LTs). However, threats to tropical forests due to human actions (deforestation, degradation, and fragmentation) have put at risk such carbon stocks at local and global scales. The general aim of this study was to quantify and check the abovergound biomass (AGB) dynamics in semi-deciduous seasonal Atlantic Forest fragments and measure the degradation history effects on vegetation´s structure, dynamics and species composition" including LTs (here trees with diameter 50 cm). In chapter 1, we examined the effect of the logging history on AGB, the density of individuals, the weighted average wood density between size classes, and the density of individuals tolerant and intolerant to shade and species composition. In chapter 2, we investigated the effect of forest fragments size and their conservation satus (Conservation Unit and Legal Reserve) on AGB stocks. In chapter 3, we investigated along edge-interior gradients (0-250 m) the distribution, biomass and health indicators (trunk and branch breaks, partial crown death, fungi infection, termites and liana infestation) of live and standing dead trees (LTs; diameter ≥ 50 cm), in five seasonal Atlantic Forests fragments (34 to 690 ha). The selective logging history has affected widely the dynamics of vegetation, leading to smaller AGB stocks, and density of woody individuals in logging forest fragments. One of the determining effects to decrease AGB was the change in the frequency of species between ecological group (shade-tolerant and intolerante species), logged forest fragments started to store AGB in shade-intolerant species which have lower wood density and accumulate less biomass, unlike the unlogged forest fragments. The forest fragments size also have affected on AGB. However, Conservation Unit showed higher AGB especially to LTs. Larger forest fragments presented more living LTs, which were healthier and contain more biomass than LTs in small forest fragments. Edge effect (up to 200m) was stronger than forest fragment size effect in respect to numer of standing dead trees. The most frequent health problems of LTs were partial crown death, liana infestation and termites. These results show the LTs relevance for maintenance of carbon stocks in seasonal Atlantic Forests. The change of ecological groups, caused both by logging history, and intensified by fragmentation may impact the composition and dynamics of species that reach large diameters and store most of the vegetation AGB, thus conservation areas and greater protection against human activities, may reduce these impacts.
Descrição
Palavras-chave
Mata Atlântica, Extração seletiva de madeira, Estoques de carbono, Efeito de borda, Saúde das árvores, Fragmentação florestal, Unidades de conservação